segunda-feira, 18 de junho de 2012

Carros a apitar na rua


Poucos minutos depois de terminar o Portugal – Holanda, havia carros a apitar na rua. As pessoas soltaram-se, finalmente, das amarras da crise e do discurso miserabilista e vieram para a rua festejar. Portugal está nos quartos de final.

Noventa minutos antes, a equipa portuguesa entrou encolhida em campo, perante uma Holanda que precisava de ganhar por dois ou mais golos de diferença. Sofreu um golo,um grande golo marcado por Van der Vaart, e aí começou a acordar para a necessidade de vencer a partida.

Cristiano Ronaldo esteve em quase todos os grandes momentos do jogo ofensivo português. Como já tinha estado frente à Alemanha (apesar de muito preso à linha) e frente à Dinamarca (apesar do aproveitamento nulo). Para o mal e para o bem, tem sido sempre Ronaldo a mexer e importunar as defensivas contrárias.

Na defesa, Pepe esteve imperial. Para além da sua qualidade técnica acima da média, o central português joga com o coração, deixando a pele em campo. A isso junta o facto de ser o atleta com maior concentração competitiva e ascendente sobre os colegas de equipa. Essencial para um conjunto de sucesso.

No banco, Paulo Bento manteve-se igual a si próprio. Tem um onze definido e as opções claras na sua cabeça. Nélson Oliveira é a opção a Hélder Postiga, quando o jogo oferece espaço para correr na frente, o meio campo é preservado como unidade física essencial (e por isso Custódio entrou quando Raul Meireles rebentou) e Rolando é para utilizar sempre que nos minutos finais a equipa queira manter o resultado.

Passa por esta constância das suas principais figuras o sucesso de Portugal, que não tem nota artística, mas tem uma capacidade de sofrimento pouco habitual na história da nossa seleção. E estará nos quartos de final do Euro 2012.  

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