Desde que foi instituída pela entidade responsável do futebol europeu como substituta da Taça UEFA, a Liga Europa só conheceu vencedores ibéricos, algo que se repetirá este ano. Com o que podem sonhar os quatro candidatos que entram hoje em campo?
Atlético de Madrid em 2010 e FC Porto em 2011. A Liga Europa tem tido como destino Portugal ou Espanha, desde a sua criação. Para tal facto, não existirão grandes explicações metafísicas. Em 2010, um Atlético com Diego Forlán e Kun Aguero conseguiu eliminar uma série de possíveis candidatos (Galatasaray, Sporting, Valência e Liverpool) para encontrar na final um Fulham que, apesar das fragilidades, ainda obrigou o jogo a ir a prolongamento. Em 2011, o FC Porto tinha claramente uma equipa com nível para estar entre as oito melhores da Europa, tendo passeado classe pela competição secundária da UEFA.
2012 repete a tendência, embora com novidades. Enquanto Valência e Atlético de Madrid estão, desde fevereiro, entre os favoritos a atingir a final, Sporting e Athletic de Bilbao surgiram como outsiders, a bater adversários bastante mais poderosos, como as equipas de Manchester. Nas meias-finais, os encontros prometem um equilíbrio total.
Para o Sporting, chegar às meias-finais da Liga Europa constitui uma exceção numa época de turbulências, dentro e fora do campo. Com um plantel totalmente renovado, a equipa leonina foi sofrendo de dores de crescimento, sendo que a competição europeia se revelou com um campo onde o futebol leonino foi sempre mais seguro e afirmativo. Para isso terá contribuído a ausência de jogos europeus antes de outubro e no período entre meados de dezembro e meados de fevereiro, os dois momentos em que a equipa de Lisboa esteve em clara baixa de forma, o que contribui para o seu afundamento na tabela da Liga Portuguesa.
O seu adversário, o Athletic de Bilbau, também não teve um início de temporada fácil, acumulando empates na Liga Espanhola e entrando na fase de grupos da Liga Europa devido a uma medida administrativa que levou o Trabzonspor, com quem tinha empatado a zero no seu terreno no jogo da primeira mão do playoff, a ser deslocado para a Liga dos Campeões. Com isso e com um grupo acessível, os bascos conseguiram sobreviver para chegar a fevereiro já com as lições de Bielsa bem consolidadas dentro do grupo. De notar, ainda assim, que as melhores exibições do conjunto de Bilbau se têm realizado em jogos onde não são favoritos. Com esse papel na eliminatória que hoje se inicia, veremos como reage a equipa que pratica o futebol mais bonito dos quatro semifinalistas.
No outro encontro, o ressuscitado Atlético de Madrid tentará repetir o feito de 2010. Desde a chegada de Diego Simeone que o futebol da equipa madrilena encontrou alguma paz, tendo em Falcao a grande referência ofensiva. No entanto, tem um adversário bem complicado pela frente. O Valência desiludiu na Liga dos Campeões e espera recuperar a face na Liga Europa. A equipa mais forte de Espanha, se excetuarmos os dois monstros de Barcelona e Madrid, tem vindo a ser construída, peça a peça, por Unai Emery, que todos os anos perde jogadores de referência para aparecer com novos craques que parecem melhorar a proposta futebolística do técnico de origens bascas. Esta pode ser a sua última oportunidade de ganhar um título em Valência, visto que é mais do que provável que Emery acabe por mudar de clube no próximo verão. Para um Diego Simeone acabado de chegar à Europa, esta pode ser uma barreira demasiado alta entre si e uma conquista europeia.
Os jogos começam pelas 20h05, momento em que estas ideias se irão começar a materializar nos relvados, de forma a descobrirmos, passados 180 minutos, quem serão os finalistas em Bucareste.
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