quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O que mudou na Liga desde 2 de setembro


A terceira jornada só ficará fechada no próximo fim de semana, mas desde o último jogo da Liga, a 2 de setembro, muita coisa mudou nas equipas que sonham alcançar o título.

Comecemos pelo campeão em título, o FC Porto, que deixou sair o seu principal ativo, Hulk. Sem o brasileiro, a equipa portista perde a imprevisibilidade conferida por um jogador que, ao nível da Liga Portuguesa, é um génio. Hulk derrotava defesas, marcava golos, abria espaços para outros marcarem. Deixa uma pesada herança a um grupo de jovens que terá que se superar para criar o mesmo efeito. James Rodríguez e Christian Atsu parecem os dois melhores colocados para assumir esse trabalho. Mas será uma das perguntas recorrentes nos próximos jogos do FC Porto, saber até onde poderão encher os sapatos de Hulk este dois jovens jogadores.


O Benfica ficou com uma complicada tarefa para resolver no seu meio-campo. Com a saída de Javi García e Witsel, a equipa encarnada perdeu os dois pêndulos que garantiam a transição rápida gizada por Jorge Jesus. Terá que começar do zero o trabalho no onze da Luz, com Matic a afirmar-se como única opção ao espanhol, atuando numa posição mais fixa e próxima dos centrais, ficando por descobrir quem poderá ocupar o lugar de Witsel. Carlos Martins, Bruno César e Aimar têm, todos, algumas das características do belga, nenhum, no entanto, parece capaz de o substituir por completo, sobretudo no que era a sua omnipresença na equipa do Benfica. Será uma equipa diferente, aquela que vai regressar à Liga na próxima jornada.

Benfica e Braga fizeram ainda uma troca na linha da frente que poderá trazer mais mudanças para os lados da Luz. Lima chegou para ser mais uma opção ofensiva na lista de Jorge Jesus. Cardozo deverá continuar a ser opção para os jogos mais fechados, Rodrigo e Lima oferecem agora alternativas para uma maior ocupação de espaços e para a tomada de decisões individuais no momento da procura do golo. Em Braga, vê-se sair a referência ofensiva das últimas temporadas, mas o conjunto bracarense parece estar bem preparado para essa situação. José Peseiro é menos inclinado a deixar à inspiração individual a resolução dos problemas coletivos e Lima poderia acabar por ser uma carta a mais no baralho arsenalista. Éder, Zé Luís e Michel (que passou pela Luz sem jogar nem um minuto oficial) lutarão agora pelo lugar na frente de ataque do Braga.

O Sporting, por seu lado, não deixou para o final do mercado nem entradas nem saídas de relevo. No entanto, a saída de Onyewu merece comentário. Em Alvalade procurou-se, durante anos, fazer crescer a média de altura de uma equipa que parecia carecer de poder de fogo nas alturas. O norte-americano Onyewu foi, durante grande parte da temporada, o patrão defensivo do Sporting. Marcou 5 golos, alguns deles decisivos para vencer jogos. Ao sair para o Málaga, dispensado por Sá Pinto, deixa à mostra que a preocupação voltou a ser ter defesas mais compactos. Xandão fica como uma opção, mais barata, para fazer de Capitão América. Nem sempre as opções mais baratas resultam tão bem como as opções certas. 


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