A terceira jornada só ficará fechada
no próximo fim de semana, mas desde o último jogo da Liga, a 2 de
setembro, muita coisa mudou nas equipas que sonham alcançar o
título.
Comecemos pelo campeão em título, o
FC Porto, que deixou sair o seu principal ativo, Hulk. Sem o
brasileiro, a equipa portista perde a imprevisibilidade conferida por
um jogador que, ao nível da Liga Portuguesa, é um génio. Hulk
derrotava defesas, marcava golos, abria espaços para outros
marcarem. Deixa uma pesada herança a um grupo de jovens que terá
que se superar para criar o mesmo efeito. James Rodríguez e
Christian Atsu parecem os dois melhores colocados para assumir esse
trabalho. Mas será uma das perguntas recorrentes nos próximos jogos
do FC Porto, saber até onde poderão encher os sapatos de Hulk este
dois jovens jogadores.
O Benfica ficou com uma complicada
tarefa para resolver no seu meio-campo. Com a saída de Javi García
e Witsel, a equipa encarnada perdeu os dois pêndulos que garantiam a
transição rápida gizada por Jorge Jesus. Terá que começar do
zero o trabalho no onze da Luz, com Matic a afirmar-se como única
opção ao espanhol, atuando numa posição mais fixa e próxima dos
centrais, ficando por descobrir quem poderá ocupar o lugar de
Witsel. Carlos Martins, Bruno César e Aimar têm, todos, algumas das
características do belga, nenhum, no entanto, parece capaz de o
substituir por completo, sobretudo no que era a sua omnipresença na
equipa do Benfica. Será uma equipa diferente, aquela que vai
regressar à Liga na próxima jornada.
Benfica e Braga fizeram ainda uma troca
na linha da frente que poderá trazer mais mudanças para os lados da
Luz. Lima chegou para ser mais uma opção ofensiva na lista de Jorge
Jesus. Cardozo deverá continuar a ser opção para os jogos mais
fechados, Rodrigo e Lima oferecem agora alternativas para uma maior
ocupação de espaços e para a tomada de decisões individuais no
momento da procura do golo. Em Braga, vê-se sair a referência
ofensiva das últimas temporadas, mas o conjunto bracarense parece
estar bem preparado para essa situação. José Peseiro é menos
inclinado a deixar à inspiração individual a resolução dos
problemas coletivos e Lima poderia acabar por ser uma carta a mais no
baralho arsenalista. Éder, Zé Luís e Michel (que passou pela Luz
sem jogar nem um minuto oficial) lutarão agora pelo lugar na frente
de ataque do Braga.
O Sporting, por seu lado, não deixou
para o final do mercado nem entradas nem saídas de relevo. No
entanto, a saída de Onyewu merece comentário. Em Alvalade
procurou-se, durante anos, fazer crescer a média de altura de uma
equipa que parecia carecer de poder de fogo nas alturas. O
norte-americano Onyewu foi, durante grande parte da temporada, o
patrão defensivo do Sporting. Marcou 5 golos, alguns deles decisivos
para vencer jogos. Ao sair para o Málaga, dispensado por Sá Pinto,
deixa à mostra que a preocupação voltou a ser ter defesas mais
compactos. Xandão fica como uma opção, mais barata, para fazer de
Capitão América. Nem sempre as opções mais baratas resultam tão
bem como as opções certas.
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