Pela primeira vez no historial das suas presenças na Taça das Nações Africanas, Angola ganhou o seu jogo inaugural. Melhor ainda, ganhou-o com uma exibição personalizada e frente a um adversário complicado. Será que estamos perante a melhor equipa de sempre dos Palancas Negras?
Vários fatores contribuem para a boa imagem que Angola deixou na sua estreia na CAN 2012. O mais importante de todos será o facto da equipa entrar em competição sem pressão. Depois de participações onde se pedia o mundo a este grupo de jogadores, sobretudo a última, dado que se disputava em casa, os consequentes falhanços levaram a que 2012 fosse encarado mais com razão do que com coração. Nisso também ajuda o treinador Lito Vidigal.
O antigo internacional angolano faz parte da história do futebol africano. É o primeiro jogador internacional por um país africano a treinar uma equipa de uma liga de topo europeia. É também uma figura respeitada no seu país, conhecendo profundamente a realidade do futebol e do jogador angolano. Aliando essas qualidades ao seu excelente nível técnico, Lito é um treinador que faz a diferença.
Finalmente, olhando para o grupo de jogadores à disposição do treinador, percebe-se que esta será a equipa mais experiente da várias que Angola apresentou a nível internacional. Zuela é, hoje, um defesa com larga experiência no futebol europeu, sendo uma barreira implacável no último reduto dos Palancas. André Macanga refreou os seus ímpetos mais agressivos, sem perder eficácia no arrumar do meio-campo. Gilberto é um talento que ganhou muito na mudança para o Lierse. Finalmente, na frente de ataque, Flávio e Manucho têm a capacidade concretizadora que os criativos Mateus e Djalma precisam para formar uma grande equipa.
Hoje, perante o Sudão, Angola enfrenta um difícil teste às suas ambições. A equipa sudanesa, apenas com jogadores pertencentes a equipas locais, demonstrou uma boa organização defensiva e tentará, neste jogo, somar um ponto que mantenha abertas as portas da qualificação. Para os homens de Lito Vidigal, será necessário entrar com total concentração para mostrarem que são mesmo candidatos a uma boa campanha na CAN.
No outro jogo do dia, o Burkina Faso de Paulo Duarte tem a espinhosa missão de enfrentar a Costa do Marfim. Apesar do treinador português ter desvalorizado a qualidade do adversário, dando a entender que tem condições para o derrotar, a verdade é que o trio Traoré, Pitroipa e Dagano não mostrou tudo aquilo que se esperava deles no jogo frente a Angola. Assim, terá que ser frente Drogba e companhia que a equipa burquinesa poderá provar que merecia ser encarada como uma candidata a, pelo menos, ser a surpresa deste torneio. Se, uma vez mais, sair da CAN sem vitórias, acabará por ser uma das desilusões.
É hora de decisões na Taça das Nações Africanas.
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