A seleção deste pequeno país entrou na Taça das Nações Africanas com o pé direito, surpreendendo quem nada esperava de um grupo constituído por jogadores sem qualquer experiência a este nível. Enfrentando hoje o Senegal, Javier Balboa e companheiros acreditam que tudo é possível.
Foi a primeira surpresa desta CAN. No jogo inaugural, a equipa da casa, pior classificada no ranking da FIFA entre os participantes e estreante numa competição a este nível, entrou sem medos, pegou na bola e atacou o último reduto dos líbios, que até partiam como favoritos. Pode-se até dizer que, chegados ao final da primeira jornada da competição, a Guiné Equatorial foi a equipa que jogou com menos receio do que lhe poderia acontecer. Afinal, têm tudo a ganhar e (quase) nada a perder.
Duas figuras estiveram em destaque nesse primeiro jogo. Javier Balboa, jogador do Beira-Mar e ex-jogador do Benfica e Real Madrid, ganhou um lugar na história por ter sido o marcador do primeiro golo do seu país em fases finais da CAN. Acrescentando o facto desse golo ter valido três pontos, aumentou também a esperança em conseguir levar a equipa até a uma fase mais avançada da competição, o que seria algo inimaginável há um mês atrás, quando a equipa não tinha sequer treinador.
A outra figura da equipa foi o guarda-redes Danilo. Nascido no Brasil, este jogador é internacional da Guiné Equatorial desde 2006, embora tenha estado afastado da seleção nos últimos dois anos, só regressando a convite do técnico Gilson Paulo. Danilo fechou todos os caminhos para a sua baliza e cotou-se como um dos melhores guarda-redes do torneio, após os primeiros jogos.
Mas Gilson Paulo sabe bem como é complicada a tarefa que tem em mãos. Logo a seguir ao golo de Balboa, aos 87 minutos, pode-se ver como o técnico lançou as mãos aos céus agradecendo a Deus este feito. O treinador está a experimentar um milagre. Depois da saída de Henri Michel, Gilson Paulo saiu pela primeira vez do Brasil, onde trabalha nos escalões de formação do Vasco da Gama, para se aventurar na África desconhecida. E o que se pode dizer é que, embalado pela criatividade de jogadores com Balboa e Randy, conseguiu inventar um futebol simples e atrativo, o que lhe poderá valer uns chorudos prémios, prometidos pelos governantes do país.
Em contraste com a alegria da equipa da casa, o Senegal enfrentou os seus fantasmas frente à Zâmbia e perdeu a primeira partida. Apesar de estar recheada de estrelas, como Demba Ba, Papiss Cissé, Mamadou Niang e muitos outros, os senegaleses voltaram a entrar mal numa CAN. Hoje, estão sob máxima pressão para vencer o jogo, pois caso não o consigam, o calendário do grupo é-lhe altamente desfavorável, deixando-os nas mãos do destino e dos seus adversários.
Para o outro jogo do dia, a Zâmbia parece total favorita. Enquanto os líbios estiveram vários degraus abaixo das expectativas, os zambianos comprovaram ter uma equipa sólida, fruto de uma geração muito talentosa, sob o comando do experiente Hervé Renard. A vitória, aliás, poderá mesmo fazer com que sejam a primeira equipa a apurar-se para os quartos de final da competição.
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