V Campus Internacional de Baloncesto - Baskonia Laboral Kutxa

|Ricardo Silva

O V Campus Internacional de Basquetebol Baskonia Laboral Kutxa, sim o naming alterou novamente, depois de TAU Ceramica e Caja Laboral agora Laboral Kutxa, embora nos pareça que o nome do clube seja por vezes pouco falado, BASKONIA, decorreu este ano entre as datas de 30 de Junho e 14 de Julho e dividido mais concretamente em dois turnos, o primeiro de 30 de Junho a 7 de Julho e o segundo de 7 de Julho a 14 de Julho.

Uma vez mais tivemos o prazer de receber o convite por parte de David Gil, Diretor do Campus e treinador adjunto da equipa sénior que milita na Liga ACB, para participar neste magnífico Campus Internacional que ano após ano tem conquistado o seu espaço entre a elite dos Campus de aperfeiçoamento de basquetebol na Europa. De facto, a nossa participação neste Campus em concreto é anterior à sua internacionalização, tendo desta forma sido possível acompanhar anualmente a evolução deste ao nível da estrutura organizativa e respetivos espaços, corpo técnico, nível de atletas e atividades. Assim, no presente ano e no primeiro turno, que esgotou as inscrições, tivemos a participação de 220 atletas, enquanto no segundo turno a participação foi de 190 atletas, totalizando cerca de 410 inscrições de atletas de ambos os sexos entre os doze e os dezassete anos e oriundos de 15 países de todo o mundo (Espanha, Portugal, França, Itália, Polónia, Geórgia, Estados Unidos da América, Grécia, …). De Portugal tivemos a participação de um atleta da nossa equipa, José Saccas da Física de Torres Vedras e de cinco atletas do Hiper-Activo da Malveira.

Também no corpo técnico a internacionalização esteve presente uma vez mais com a participação de Diogo Santos, treinador do Clube Hiper-Activo da Malveira, de Mladen Jedgic um treinador Sérvio com ligação ao Partizan de Belgrado e a nossa. Relativamente ao corpo técnico oriundo do país de “nuestros hermanos”, além do Diretor David Gil também estiveram presentes diversos treinadores da cantera do clube, bem como treinadores de outros clubes da cidade de Vitória-Gasteiz, de outras cidades do País Basco, de Burgos, de Barcelona, de Logroño, da Galiza e das Astúrias com experiências diversas quer ao nível das melhores canteras de clubes Espanhóis, quer de equipas ACB.

Relativamente às infraestruturas, o campus apresentou a utilização de quatro pavilhões em que após uma seleção inicial, através da idade do/a atleta vs nível de competências e uma aferição em situação de jogo realizada no 1ºdia do campus, se distribuíram os/as atletas pelos respetivos pavilhões e grupos de nível dentro do próprio pavilhão. Assim, no pavilhão Fernando Buesa Arena, pavilhão com uma capacidade para 15 mil espectadores, o escalão presente foi o de Sub14. No pavilhão da cidade desportiva do clube, BAKH, estiveram os Sub15 e os melhores atletas Sub14, enquanto no pavilhão Abetxuko esteve concentrado o escalão de Sub16. Por último, no pavilhão do Instituto Basco de Educação Física o escalão presente foi o de Sub18 incluindo também os melhores atletas com idade Sub16. Foi desta forma que se enquadraram os atletas havendo sempre possibilidade de realizar pequenos ajustes.

Em termos de método, o trabalho realizado durante as manhãs esteve centrado na técnica-táctica individual através da distribuição de seis estações-temas selecionados pelo Coordenador do Campus e a desenvolver durante a semana pelos treinadores, sendo que cada treinador ficou por desenvolver o seu tema ao longo da semana cumprindo sempre os objetivos estipulados pelo Coordenador e enquadrando os diferentes grupos de nível. Deste modo, os grupos de nível existentes em cada pavilhão rodaram pelas diferentes tabelas-temas. Assim, o circuito técnico inclui-o os seguintes temas:
- Drible
- Lançamento
- Conhecimento do jogo (não havia esta estação no pavilhão Fernando Buesa Arena direcionada para o escalão de Sub14)
- Superioridades ofensivas
- Bloqueio direto (não havia esta estação no pavilhão Fernando Buesa Arena direcionada para o escalão de Sub14)
- Preparação física

Importante referir, e novidade no campus deste ano, a inclusão de estações filmadas, lançamento e conhecimento de jogo, e posteriormente analisadas em sessões conjunto com os atletas. Outra das novidades foi a realização de diversos testes físicos pelos atletas durante a estação de preparação física através de plataformas utilizadas pela equipa ACB, sendo possível comparar os resultados individuais com os resultados dos atletas da equipa Laboral Kutxa durante o percurso pelos escalões de formação e sénior.

Após o trabalho desenvolvido no decorrer das manhãs, 6 períodos de 30 minutos (total 3 horas), todos os atletas tiveram diariamente a possibilidade de desfrutar de um período de lazer num complexo de piscinas da cidade, continuando a carregar baterias durante o almoço em pleno Fernando Buesa Arena.

Os inícios das tardes iniciaram-se com uma atividade elegida individualmente por cada atleta de entre o seguinte lote:
- Informática
- Inglês
- Espanhol
- Conferências de basquetebol (diversos temas abordados quer por Treinadores quer por Atletas convidados)

Ao nível do treino, as tardes estiveram divididas em diferentes tipos de trabalho embora todos relacionadas com a tática coletiva. O primeiro e segundo treino da tarde juntou os grupos de nível e formou um duplo grupo de nível, ou seja, grupo 1+ grupo 2, 3+4 e 5+6 e a evolução dos conteúdos foi desde o contra-ataque em 2x0 até ao jogo em 5x5.

Posteriormente a estes dois treinos seguiram-se as competições de “tempo e resultado” e liga 5x5. Relativamente à competição de tempo e resultado, esta é uma particularidade deste campus e é extremamente motivadora para todos os intervenientes tendo como característica base o jogo em 5x5 de situações diferenciadas de finais de partidas.

Para a realização da liga 5x5 e da competição “tempo e resultado” foi efetuado um draft e estruturadas 4 equipas homogéneas, jogando todas contra todas em sistema de fase final.
Com o finalizar do dia e após o jantar, os atletas tinham diversas atividades lúdicas antes de recolherem ao Aparthotel.

Uma surpresa que normalmente está incluída no Campus e que uma vez mais aconteceu foi a visita de um atleta da equipa ACB, neste caso a de um novo jogador do clube, o extremo Húngaro Adam Hanga proveniente do Manresa e que despertou a máxima curiosidade e interesse dos jovens.

Em conclusão e uma vez mais, uma experiência fantástica, que se destaca pelo facto de proporcional momentos de praticamente 24 horas de grandíssimas aprendizagens quer para atletas quer para treinadores e de um ambiente de elevada interação social e construções de belas amizades, tal a diversidade de nacionalidades e riqueza presente em cada um dos intervenientes. Obrigado basquetebol!

“No se si he entrenado mas que nadie, pero estoy seguro que he entrenado bastante. Todavía me pregunto si alguien, en cualquier sitio, estaba entrenando mas que yo", Larry Bird