quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quem é Ole Fritsen


Martin Olesen nunca seria um rapaz de quem se diria poder vir a ser um jogador de futebol. Desde pequeno que Martin era o mais gordinho da sua turma, usava uns óculos bem graduados, era, até, o objecto do gozo de todos os seus colegas. Martin passava imenso tempo sentado à beira do campo de futebol da sua escola, onde os outros rapazes jogavam todos os dias com grande animação. Não se poderá dizer, ainda assim, que Martin fosse um rapaz infeliz. Aqueles dias, junto ao campo, davam-lhe cada vez mais a certeza de que o seu dia de glória haveria de chegar.
Quando completou doze anos, apresentou-se num treino de captação do Vejle BK, a equipa da sua cidade. A sua técnica era pobre, mas como tinha crescido bem mais que os seus colegas, os treinadores consideraram que ele seria uma boa aposta. Teria que trabalhar bastante para poder jogar na equipa, mas só o facto de acreditarem nele fez com que Martin sentisse que tudo aquilo com que sonhava era, realmente, possível. Ainda assim, a sua carreira no Vejle era feita de muito treino e poucos jogos. Raramente era chamado para jogar no campeonato. O treinador incentivava-o a treinar mais, a perder peso, Martin acreditava, mas não jogava.
A vida não era fácil para Martin. Pelo menos enquanto futebolista. Os treinadores apostavam nele, ano após ano, como se fosse uma missão de todo o clube. Martin continuava a estudar, a ocupar os seus dias a ver os colegas jogar futebol, a ver todo o futebol que podia na televisão. Estando já bem perto de terminar a sua formação como futebolista, Martin Olesen percebia mais de futebol do que qualquer rapaz da sua idade. Isso, parecendo que não, dava-lhe uma vantagem em relação a todos os seus colegas que jogavam muito mais do que ele. A inteligência dentro de campo. E, queria acreditar Martin, foi isso que o fez ser chamado para jogar na equipa principal.
Em 1994 o treinador da equipa era Ole Fritsen, um homem do clube, com passado de jogador e uma longa carreira na formação. Ole Fritsen conhecia bem Martin e passou a utilizá-lo como defesa central, sempre que, perto do final do encontro, a equipa precisava de segurar a vantagem. Durante cinco anos, Martin foi um jogador fundamental no Vejle, apesar de ter como colegas de equipa alguns craques, como Thomas Gravesen. Em todas as vitórias do Vejle, Martin Olesen aparecia como o segurança do resultado. E isso fê-lo ser também um dos jogadores preferidos da massa associativa do Vejle. Ainda assim, quando em 1999, Ole Fritsen saiu do clube que passava por uma grave crise financeira, Martin Olesen foi dispensado da equipa.
A verdade é que Martin nunca se esforçou para procurar uma nova equipa. Encontrou trabalho numa empresa de cargas no porto de Vejle e, todos os fins de tarde, visitava o seu antigo treinador. Com Ole Fritsen, Martin aprofundava todos os seus conhecimentos. Percebia agora todas as movimentações dos jogadores em campo, percebia as necessidades de um conjunto perante um adversário mais forte, percebia a importância de todas as decisões no decorrer dos noventa minutos. Martin sabia também que toda a sua carreira de futebolista era devida a este homem que vira nele, mais que um potencial futebolista, um apaixonado pelo futebol, que precisava de ser guiado e acompanhado, de maneira a fazer dele um especialista.
Não espantou por isso que a carreira de Martin tenha acabado tão cedo e que em 2003 tenha sido apresentado como adjunto de Ole Fritsen no Fredericia FC, uma equipa da segunda divisão dinamarquesa. Durante dois anos partilharam o banco daquela equipa, correndo a meio da tabela do campeonato, numa equipa cheia de juventude, como era sempre vontade de Fritsen, apostando em jogadores da formação, desejosos de mostrar trabalho para conseguirem proveitosos contratos na primeira divisão ou na Alemanha, destino preferencial dos jovens jogadores dinamarqueses. No final dessa época, Ole Fritsen decidiu dedicar-se a ser apenas olheiro do Groningen, equipa holandesa para quem trabalhava há muitos anos. Martin foi indicado por ele para trabalhar nos escalões de formação dos holandeses.
Martin Olesen nunca seria um rapaz de quem se diria poder vir a ser um jogador de futebol. Mas era agora um competente treinador, sempre muito atencioso com todos os atletas, capaz de lhes descobrir talentos dos quais eles próprios nem desconfiavam. Continuava a falar todos os dias com Ole Fritsen, o seu mentor. O trabalho de Martin era reconhecido pelos dirigentes do Groningen que, apesar da sua juventude, se preparavam para lhe renovar o contrato de treinador. Em Maio de 2008, Ole Fritsen morreu, vítima de um ataque cardíaco. Martin ficou muito afectado pelo acontecimento, sentindo, de repente, um enorme vazio na sua vida, um vazio que sempre ali estivera, coberto pela presença de Fritsen. Quando, no Verão de 2008, Martin chegou a Vejle para gozar as suas férias, a primeira coisa que fez foi visitar a sua campa.
A notícia do suicídio de Martin deixou bastante consternados todos aqueles que o conheciam. Não se aceita que um jovem com uma carreira prometedora de sucessos, termine assim com a vida. No entanto, as cartas que Martin deixou aos seus mais próximos, o seu pai, o seu irmão, a esposa de Ole Fritsen, eram claras no motivo. Tinha sido Ole Fritsen a tornar possível aquilo que ele era, tinha sido Ole Fritsen quem evitara que ele fosse o rapaz gordinho, de óculos bem graduados, alvo do gozo de toda a gente. Tinha também sido Ole Fritsen a dar-lhe oportunidade de ser jogador profissional, treinador profissional, dando-lhe emprego nas equipas com quem tinha ligações. Sem Ole Fritsen, a vida perdera o sentido. Ele não se sentia um projecto de Ole. Ele sentia-se o próprio Ole. Daí ter que morrer com ele. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Euro-Seasons: A Turkish Affair


Fenerbahce, led by Angel McCoughtry, won the Turkish Women's Basketball League (TKBL), in a season with a lot of stories to be told - Diana Taurasi's doping controversy, the growing number of WNBA players in the league, the rivalry between the two big Istanbul teams, the role of European players in each team – Turkey really is a place to go when we’re talking about Women Basketball.
Star-divide
April 17th
Angel McCoughtry fired a MVP performance in the Finals Game 4, with 34 points, 4 rebounds and 4 assists, confirming Fenerbahce as the new champion, even if they finished second in the regular season and had to win in Game 1 of the Finals at Galatasaray to claim home court advantage. On the other side, we could see other well-known faces, like Sylvia Fowles, Seimone Augustus and Tamika Catchings.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O equilíbrio esperado

CD Póvoa e Terceira Basket conseguiram bater adversários mais cotados e apresentam-se como as surpresas da primeira ronda do playoff da Proliga.

Com Nate Bowie (28 pontos e 31 pontos, respectivamente) em grande, o Terceira Basket apresenta-se, de novo, como candidato na Proliga, batendo o rival açoriano sem apelo nem agravo. A equipa do Angra não conseguiu nas duas partidas disputadas no seu pavilhão, confirmar a superioridade que o terceiro lugar da temporada regular poderia deixar antever. Agora, a equipa do Terceira tem tudo a seu favor.

Capaz do melhor e do pior, é uma frase que ficaria bem a qualquer das equipas que se encontraram no Barreiro. O Galitos terminou em segundo lugar mas não escondeu nunca ser uma equipa irregular. Já o CD Póvoa, com muita juventude no seu plantel, não poderia esperar melhor do que entrar no playoff com duas vitórias fora de casa. Nuno Oliveira, Anthony Oha, George Ehiagwina (no jogo 1) e Rui Coelho (jogo 2) foram os obreiros destes dois resultados, perante um Galitos onde António Pires não conseguiu afirmar-se e Marcus Sykes (o norte-americano chegado no final da temporada regular) não tem sido capaz de alavancar.

Física domina (Foto: fpb.pt)
Em Torres Vedras, a Física apanhou um susto com o Sangalhos, muito por culpa própria. Abdicando da vantagem de altura que tem em relação à equipa da Bairrada, os homens de Torres Vedras viram-se enredados na excelente atitude defensiva do seu adversário, só conseguindo distanciar-se no marcador no último quarto da primeira partida. Já na segunda partida, a equipa do Sangalhos deixou-se perturbar pelo ambiente vivido no pavilhão, com Francisco Gradeço a mostrar-se inusitadamente enervado. Apesar de ter terminado com uma diferença pequena, nunca o Sangalhos mostrou argumentos para surpreender nesse jogo.

Em Barcelos, a equipa da casa passeou no primeiro jogo e teve que trabalhar duro para vencer o segundo. Carlos Fechas, Nuno Pedroso e Pedro Silva estiveram em bom plano em ambas as partidas. Do lado do Eléctrico, Tiago Brito e Jorge Afonso só no segundo jogo conseguiram aparecer, o que foi suficiente para disputar o jogo até ao segundo final. Ainda assim, a superioridade do BC Barcelos não deverá ser colocada em causa, na viagem do próximo fim-de-semana.

Resultados do jogo  1

Galitos – CD Póvoa 66-72
Física de Torres – Sangalhos 74-56
Angra Basket – Terceira Basket 64-76
BC Barcelos – Eléctrico 79-60

Resultados do jogo  2

Física de Torres – Sangalhos 60-53
Galitos – CD Póvoa 75-81
Angra Basket – Terceira Basket 72-85
BC Barcelos – Eléctrico 69-68

Venham as meias-finais!

Porto, Benfica, Académica e Vitória de Guimarães garantiram um lugar nas meias-finais da LPB. O Casino Ginásio foi a única equipa a obrigar o seu adversário a um quarto jogo.

André Bessa e Jeremy Goode (F: C. Gomes)
Não houve surpresas na primeira ronda dos playoffs da LPB. Nem sequer as surpresas previstas, já que o CB Penafiel, tendo Andrais Thornton uma lesão que o impossibilitou de dar um maior contributo à sua equipa, não teve capacidade para estorvar a evolução de um Vitória de Guimarães que continua a apresentar jogadores que poderão vir a dar um importante contributo à selecção nacional. Esta semana foi André Bessa que se destacou, com 11 pontos e 13 assistências, revelando-se fundamental para a vitória da sua equipa.

Na Madeira, o CAB sentiu muita falta de um banco mais rico, onde pudesse encontrar soluções para rebater o ritmo importo pelos Dragões. Mesmo com os veteranos Shawn Jackson (23 pontos) e Fred Gentry (20 pontos, 5 ressaltos) a impor a sua lei, os madeirenses foram incapazes de obrigar o Porto a um quarto jogo. Greg Stempin (16 pontos, 7 ressaltos) foi a figura entre os homens de Moncho Lopez.

Em Ovar, os vareiros só na segunda parte deram um ar da sua graça, mas ainda assim foram incapazes de parar a máquina lançadora de Marquin Chandler (22 pontos, 4 ressaltos), que foi decisivo para a vitória das águias. A equipa de Ovar despede-se sem honra, nem glória, numa temporada em que Nuno Cortez mostrou uma evolução do seu jogo, o que se espera possa ajudar Portugal durante o verão.

O Casino Ginásio termina a sua temporada com a nota positiva de ter sido a única equipa a bater um adversário superior nesta ronda dos playoffs. Sérgio Salvador preparou a sua equipa de maneira a travar a importância de Tommie Eddie no jogo dos estudantes e saiu a ganhar, com uma grande exibição de Marco Gonçalves (19 pontos, 14 ressaltos). O mesmo já não aconteceu na quarta partida, com Norberto Alves a apresentar soluções para as mudanças tácticas de Salvador e a frescura física e qualidade do plantel a tratar do resto. Matt Shaw (21 pontos, 13 ressaltos) foi homem decisivo na qualificação da Académica, que agora terá que enfrentar o Benfica na próxima ronda.

Resultados do jogo 3

CAB Madeira – Porto Ferpinta 88-98
Ovarense Dolce Vita – Benfica 68-77
Casino Ginásio – Académica 78-75
CB Penafiel – Vitória de Guimarães 57-72

Resultado do jogo  4

Casino Ginásio – Académica 61-76

Meias-Finais

Porto Ferpinta – Vitória de Guimarães
Benfica – Académica

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Basquetebol Feminino em Portugal - Entrevista a José Tolentino

Figurada grada da divulgação do basquetebol feminino, José Tolentino é presença obrigatória no momento de fazer uma análise à modalidade.

Para além de ser colaborador do Planeta Basket desde a primeira hora, José Tolentino é dirigente federativo, vivendo assim, por dentro, os problemas, mas também tendo possibilidade de apresentar as soluções para melhorar o basquetebol no feminino. Assim, não podíamos deixar de o ouvir.


A análise dos problemas do basquetebol nacional apresenta bastantes diferenças entre a modalidade no masculino e no feminino. Na tua opinião, quais são os grandes obstáculos que o Basquetebol Feminino enfrenta na actualidade?

Esta é uma situação que é transversal à nossa sociedade. Ainda que se proclame que os apoios devam ser iguais, a verdade é que continua a prevalecer a desigualdade do género. As oportunidades não são as mesmas e por isso por muito que se lute para nivelar as coisas, ainda estamos aquém desse cenário ideal. Da minha parte tenho procurado lutar contra este estigma mas não é nada fácil. Continuo  a não perceber por exemplo o porquê de a Comunicação Social continuar a votar o basquete feminino ao ostracismo. Sem divulgação, os patrocinadores afastam-se e a vida dos clubes que se dedicam ao feminino é um autêntico quebra-cabeças.

  
Ao nível das selecções, temos conseguido obter bons resultados nos escalões de formação, algo que ainda não teve reflexos no escalão sénior. A que se deve essa diferença?

Na minha opinião, o facto de nos escalões de formação por vezes se conseguir melhores resultados duns anos para outros depende das gerações. Há gerações e gerações. No escalão sénior há outros factores que se tornam mais preponderantes tais como a experiência internacional, o ritmo competitivo, o peso e a estatura. No caso concreto de Portugal, raramente temos conseguido reunir os nossos melhores valores, umas vezes por lesão outras por não haver disponibilidade para representar a Selecção Nacional e quando isso acontece num universo mais curto em relação a outros países, necessariamente que tem maior peso. Alguma vez conseguimos reunir Ticha Penicheiro, Mery Andrade, Sónia Reis, Paula Muxiri, Joana Lopes, para não falar de outras? 

     
A organização de competições a nível nacional segue escalões diferentes da competição internacional. Porque acontece isso?

É uma prática que acontece há bastantes anos e julgo que tem por base a necessidade de proporcionar às jovens jogadoras mais um ano de prática antes de subirem a sénior. A nível internacional a idade de júnior corresponde ao escalão de Sub18 e a nível interno ainda temos mais um ano (Sub19). 


Quais as razões para o “desinvestimento” feito a nível europeu no escalão de sub-20, onde existem apenas 11 equipas na Divisão B?

Embora desconheça as verdadeiras razões, admito que o haver menos equipas estará eventualmente relacionado com o facto de ser uma idade em que as jovens investem bastante em termos de formação escolar (normalmente estão na Universidade) tendo em vista a futura inserção no mercado de trabalho, estudando inclusive fora do país, o que naturalmente dificulta os trabalhos de preparação das selecções.

  
E quais são os desafios que se colocam ao basquetebol português para se afirmar no contexto europeu?

Para isso acontecer será necessário continuar a trabalhar com mais determinação e empenho, procurando elevar os níveis em todos os aspectos: físico, técnico e táctico. Há também um aspecto que reputo de fundamental. É preciso ter ambição. Sem isso é muito complicado.   


Quais foram os ganhos de termos uma maior atenção mediática na Liga Feminina esta época?

É difícil quantificar a curto prazo. Todavia julgo que a empatia revelada pelo público que encheu por diversas vezes os pavilhões pode servir de exemplo para que num futuro próximo haja mais interesse pelo basquete feminino, cativando a juventude para a prática de uma  modalidade tão bela e espectacular como é a nossa.   
    
A Federação está a fazer alguma coisa para conseguir ter maior controlo sobre os casos de subsídios em atraso nas equipas da Liga?

A Federação já tem com que se preocupar com outras obrigações que os clubes devem cumprir e que se relacionam com as regras inerentes à participação nas diversas competições. É óbvio que cada clube é responsável pelos compromissos que assume aquando da constituição do seu plantel e como tal não é nossa prática interferir na gestão interna de cada um.

  
Consideras que as atletas portuguesas estão a beneficiar de tempo e nível de competição aceitável para evoluir?

Acho que sim. Falando a nível sénior é evidente que há clubes que trabalham melhor que outros mas entendo que este ano o nível competitivo da Liga Feminina deu um salto qualitativo em relação a épocas anteriores. Além do campeonato existem mais três provas: Taça Vítor Hugo, Taça Federação e Taça de Portugal, com diferentes modelos competitivos.

  
Como é que a participação de equipas nas competições europeias contribuem para a evolução das jogadoras portuguesas?

Na maioria dos casos os adversários são de países onde o basquetebol está uns furos acima do nosso e isso naturalmente que coloca mais dificuldades às nossas jogadoras, obrigando-as a superarem-se. E é da contínua superação e de serem obrigadas a melhorar os seus níveis que resulta a evolução. Como em tudo na vida as facilidades não ajudam ao progresso e à melhoria gradual.

                   
Acha que a participação das jovens atletas com 16 e 17 anos nas equipas da Liga Feminina é benéfica para elas? Porquê?

 Inquestionavelmente que sim. Que evolução podem ter se competirem apenas no seu escalão etário? As mais aptas devem ser confrontadas com desafios mais exigentes, defrontando jogadoras mais altas, mais pesadas, mais experientes. Não é a ganhar jogos por grandes diferenças pontuais que se progride.

        
Quais consideras serem as áreas de intervenção no basquetebol feminino onde estamos mais avançados (os factores mais positivos do sector)?

 Os diversos agentes envolvidos no feminino são mais solidários, são capazes de dar as mãos em prol de um projecto em que acreditem. Sabem que para conseguirem chegar a patamares mais altos têm que trabalhar muito mais, superando dificuldades de vária ordem.

  
Quais devem ser as principais medidas a tomar no futuro próximo?

Apostar na formação, apoiando os clubes que a ela vêm dedicando muitas horas de trabalho. É fundamental que o parque desportivo autárquico e escolar racionalize os espaços horários, a preços compatíveis com as dificuldades financeiras que os portugueses encontram no dia a dia. Continuar a dar oportunidades para os técnicos se valorizarem. Proceder ao eventual ajustamento de alguns quadros competitivos. Prosseguir a política dos Centros de Treino, onde as mais aptas possam desenvolver mais rapidamente as suas potencialidades, não só no domínio do treino em todas as suas vertentes mas também ajustando os modelos competitivos em que participam.        


Consideras que o trabalho de um site como o Planeta Basket tem um papel importante dentro dos objectivos de promoção da modalidade?

Sem sombra de dúvida. Abarca áreas bastante diversificadas, procurando manter as pessoas que gostam do basquetebol o melhor informadas possível.   

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Basquetebol Feminino em Portugal - Entrevista a Ricardo Vasconcelos

Ricardo Vasconcelos, actual seleccionador nacional de Seniores Femininos, dá-nos a sua visão sobre o que se passa no mundo do basquetebol feminino.

Depois de ter conquistado um campeonato nacional como treinador do CAB Madeira, em 2006, Ricardo Vasconcelos passou a trabalhar na Federação, onde liderou diversos escalões até chegar aos Seniores. Com tal experiência, era inevitável procurar saber a sua opinião sobre o que acontece, actualmente, com o basquetebol entre as mulheres.

A análise dos problemas do basquetebol nacional apresenta bastantes diferenças entre a modalidade no masculino e no feminino. Na tua opinião, quais são os grandes obstáculos que o Basquetebol Feminino enfrenta na actualidade?

Em primeiro lugar oferece-me dizer que o principal obstáculo da modalidade é exatamente igual no feminino e no masculino: a fraca formação de treinadores e jogadores. O nível do treino em Portugal é pobre… todos temos consciência que os jovens de hoje são bastante diferentes dos jovens de há 10 ou 15 anos atrás.. todos sabemos que o jogo tem alterado as regras e com isso mudado principalmente o ritmo a que é, ou deve ser, jogado.. será que mudamos a forma de treinar?!
Penso que atravessamos uma crise de valores; jogadores e treinadores tem poucas referências…
Quanto a pergunta no que toca ao feminino, acredito que a principal diferença é a visibilidade e reconhecimento, quer ao nível dos media quer dos vários agentes desportivos… O basquetebol feminino português da atualidade têm a Patrícia Penicheiro que é jogadora de destaque na WNBA, a Sónia Reis que joga numa das 4 melhores equipas da Europa (o Ros Casares jogou final four da EUROLIGA), a Mery Andrade que é uma atleta de nome reconhecido no campeonato Italiano, Carla Nascimento e Débora Escórcio que jogaram a subida de divisão no campeonato Espanhol da 2ª Liga, vários clubes da Liga Feminina a disputar competições europeias (nos últimos anos CAB, Vagos, Olivais, Algés e Boa Viagem), mas mesmo assim parece não chegar... há muito menos visibilidade e reconhecimento do que é feito no feminino; contudo, acredito que não é só no basquetebol, esta é, infelizmente,  uma realidade de um pais machista e muito ignorante no capítulo de cultura desportiva…

Ao nível das seleções, temos conseguido obter bons resultados nos escalões de formação, algo que ainda não teve reflexos no escalão sénior. A que se deve essa diferença?

Em primeiro lugar entenda-se que estes resultados positivos de forma consistente são relativamente recentes… só realmente nos últimos 4/5 anos é que conseguimos de forma regular uma aparição na Europa, ainda que de nível B, com mais vitórias do que derrotas, sucessivamente. E digo isto, porque a verdade é que esta realidade é fruto, acima de tudo, dos CNTs da FPB. Como todos sabemos, as escolas de basquetebol neste momento não são mais uma realidade, são pouquíssimos os clubes que mostram uma consistência nos vários escalões de formação. Basicamente, são geracionalmente bons, por uma razão ou por outra, mas não conseguem ter sistematicamente equipas de qualidade em Iniciadas, Cadetes e Juniores.
Assim com o nascimento do CNT de Calvão/Vagos, a seleção começou a ser muito mais regular e desde muito mais cedo. Obviamente que isso trouxe qualidade às várias equipas nacionais, bem como à liga (qualidade essa que passa acima de tudo pelo alargar dos planteis e atletas jovens de qualidade disponíveis). 
No que diz respeito à Selecção Nacional Sénior, penso que a FPB nunca conseguiu reunir o melhor do basquetebol feminino num TODO, num só projeto ou campanha. Contudo, nas duas ultimas campanhas feitas, Portugal apareceu muito perto de subir, e se é verdade que quando o perdeu para a Inglaterra foi um resultado abaixo da expectativa, quando o mesmo aconteceu com o Montenegro não é bem assim… Senão vejamos que este mesmo país já está apurado para a fase final do Campeonato da Europa, ou seja, estará este verão entre as 16 melhores da Europa.
Em forma de conclusão, Portugal em basquetebol feminino, teve, tem e num futuro muito próximo continuará a ter nível para estar entre as melhores 25 equipas europeias.

A organização de competições a nível nacional segue escalões diferentes da competição internacional. Porque acontece isso?

Acontece, na minha opinião, por duas razões: Por um lado a mentalidade do treinador português, que prefere jogar com um jogador mais experiente mas sem margem de progressão em detrimento de um jovem promissor mas que necessita de trabalho e confiança – isto é algo que tem vindo a mudar na liga feminina; Por outro, acredito que em alguns clubes/associações mais um ano de nascimento permita a inscrição de algumas equipas mais nos campeonatos...
Se o propósito da pergunta era saber o que eu penso do assunto, acredito que esta é uma “regra” que não acrescenta nada de importante à modalidade ou mesmo ao feminino. Até porque são vários os clubes que neste momento apresentam a mesma equipa (quase na totalidade) a jogar em duas competições – Seniores e Juniores...

Quais as razões para o “desinvestimento” feito a nível europeu no escalão de sub-20, onde existem apenas 11 equipas na Divisão B?

Há varias, desde a forma de olhar para o jogador, enquanto que em muitos países da Europa um jogador de basquetebol aos 18 anos é jogador de qualidade ou não, para nós, por vezes aos 24 ainda achamos que é uma promessa… bem como o facto de muitos países não terem quantidade nem qualidade de atletas para fazerem dois escalões, Seniores e Sub 20.
Por fim as razões económicas, com a realidade descrita anteriormente os atletas de melhor rendimento acabam por incorporar as selecções sénior.
s classificado seja quer preocuto muita gente, com cargos altissimos  laidade disponiveis)s... que res podem quantificar as dist
Quais foram os ganhos de termos uma maior atenção mediática na Liga Feminina esta época?

Pavilhões com muitos mais público. Não tenho dúvidas que este ano conseguimos em muitos pavilhões colocar mais público que nos últimos anos.
Com essa medida existiu a possibilidade de mais jovens verem as seniores a jogar (ganhar referências), nomeadamente a Ticha, que é sem duvida uma jogadora de outra realidade, com uma capacidade na tomada de decisões fantástica. É uma executante técnica muito acima da média, principalmente ao nível do passe, onde não só a bola chega a quem tem que chegar como o faz a uma velocidade incrível e num timing perfeito...
Contudo são necessários vários anos de mediatismo até termos realmente ganhos, muitos e visíveis, ao nível do basquetebol feminino. 

Consideras que as atletas portuguesas estão a beneficiar de tempo e nível de competição aceitável para evoluir?

Acredito que os atletas precisam de jogar, muito, e de forma equilibrada. Penso por isso que os nossos jovens fazem demasiados jogos sem grande interesse, muito desnivelados.
Contudo não culpo única e exclusivamente os modelos competitivos, pois não existe modelo competitivo que resista ao aleatório das nossas camadas de formação. E também não acredito possível nivelar competições que se baseiam em distritais tão dispares de norte a sul do país, quando em algumas associações competem com 4 equipas e outras mesmo ao lado competem com 14, sendo que para a execução do mesmo campeonato existam o mesmo número de datas disponíveis...

Como é que a participação de equipas nas competições europeias contribuem para a evolução das jogadoras portuguesas?

A melhor forma de evoluir é com os melhores. Assim todas as atletas e treinadores que tem a oportunidade de defrontar os melhores podem quantificar as distancias, arranjar referências e assim traçar caminhos.
Não tenho qualquer dúvida de que as competições europeias tem ajudado muitíssimo o basquetebol feminino em Portugal. Desde já um bem hajam a todos os clubes que tem a coragem de ir as competições europeias.
Têm duvidas? Lanço um desafio, porque razão na Madeira, as equipas de formação feminina são boas a nível nacional e as masculinas não?! Será pelos seus distritais de 4 equipas?! Pois não será única e exclusivamente só pelas competições europeias, mas que ajuda a que treinadores e jogadoras vejam um melhor nível e com isso possam andar para a frente, não tenho qualquer duvida!!  
As equipas de seniores femininas do CAB (e até do já extinto Nacional) desde há muitos anos têm qualidade (referências), jogaram anos seguidos contra equipas estrangeiras, onde puderam ver a qualidade das várias realidades da Europa; e como todos nós sabemos são muitas vezes estas jogadoras que mais tarde são as treinadores dos escalões de formação...

Acha que a participação das jovens atletas com 16 e 17 anos nas equipas da Liga Feminina é benéfica para elas? Porquê?

Acho que se a participação é activa, e por activa entenda-se ter tempo de jogo, acredito que é muito positiva.
Principalmente em ligas como a deste ano que está a ser extremamente equilibrada. A experiência que as atletas têm hoje poderá, e deverá, ajudar a que as mesmas sejam jogadoras de nível superior quando chegarem a sua fase de afirmação.

Quais devem ser as principais medidas a tomar no futuro próximo?

Projectar! Projectos, de jogadores, de treinadores, de clubes, de selecções.. saber para onde vamos e porquê! O que procuramos e por onde? Esta é claramente uma ideia que praticamente não existe em Portugal… Todos queremos ganhar já! E infelizmente a única maneira de ganhar já é destruir e não construir..
Pois projectar é exactamente isso, construir com base em, com ideias e planos. Deixarmos de ser aleatórios, de nos contentarmos com o que aparece e ir atrás de sonhos e projectos em que acreditamos. Acredito que é a isto que se chama formar!
Pergunto-me muitas vezes quantos projectos existem no basquetebol em Portugal, de norte a sul... Quanto jogadores tem um caminho traçado? Quantos treinadores tem ideias definidas e claras para o trabalho que estão a desenvolver? Quantos dirigentes sabem por onde querem ir e levar os seus clubes? Quantos clubes acreditam que são escolas de formação?
Assim, e por uma questão de coerência, como o que acredito é que não existe um bom processo de formação de treinadores e jogadores, penso que temos de começar a projetar os que temos e desenvolver o melhor do nosso desporto!

Consideras que o trabalho de um site como o Planeta Basket tem um papel importante dentro dos objectivos de promoção da modalidade?

Considero muito importante, pois é mais uma forma de identidade da modalidade com os seus seguidores.
O site tem uma versatilidade incrível, e permite aos apaixonados recolher informação de variadíssima ordem! 

terça-feira, 19 de abril de 2011

Basquetebol Feminino em Portugal - Entrevista a José Leite

Continuando a olhar o estado do basquetebol feminino, o Planeta Basket falou com o treinador José Leite.

José Leite tem 50 anos e é o actual responsável técnico do Quinta dos Lombos, equipa finalista da Liga Feminina. No comando desta equipa deste 2007, trouxe-a da 2ª Divisão Feminina até ao topo do Basquetebol Feminino nacional. Mas José Leite é uma figura de referência para a modalidade por ser, ainda, o treinador com mais jogos à frente de equipas nacionais portuguesas, mais exactamente 106 no escalão sénior feminino e 145 nos escalões de formação. Tendo isso em conta, procuramos saber quais as suas opiniões sobre a actualidade do basquetebol no feminino.

A análise dos problemas do basquetebol nacional apresenta bastantes diferenças entre a modalidade no masculino e no feminino. Na tua opinião, quais são os grandes obstáculos que o Basquetebol Feminino enfrenta na actualidade?

O Basquetebol feminino não apresenta nem mais nem menos problemas que qualquer outra modalidade colectiva feminina. Veja-se o exemplo do futebol feminino que tem muito menos divulgação que  o basquetebol ! Agora o basquetebol feminino pode fazer mais ? Sim, pode!
Algumas necessidades são :
1) treinadores que compreendam as necessidades das jovens atletas de exigência permanente e de procura de evolução constante. Atenção especial à técnica individual defensiva, que é muito descurada.
2)Fusão de associações regionais para termos provas mais competitivas e maior racionalidade de despesas.
3)Criação de uma lei de igualdade de oportunidades e apoios para o desporto feminino, tal como nos EUA, o Title IX.
4)Mais trabalho de todos os que gostam do basquetebol feminino, para nos superarmos permanentemente.

Ao nível das selecções, temos conseguido obter bons resultados nos escalões de formação, algo que ainda não teve reflexos no escalão sénior. A que se deve essa diferença?

A selecção sénior feminina tem estado às portas de entrar no grupo A, que  só classifica 16 equipas para o europeu, ao contrário das 24 no masculino. Esta diferença de 8 equipas dificulta muito o acesso à elite europeia, quando comparamos com o masculino. Também temos tido alguns problemas para ter as melhores jogadoras disponíveis(WNBA, lesões), e este ano parece que volta a não ser fácil. No entanto, com a força dos responsáveis técnicos e das atletas portuguesas, tudo é possível. Estão a surgir novos talentos, como a Sofia Carolina, a Michelle Brandão, a Luiana Livulo e outras mais, que vão fazer Portugal entrar no grupo de elite a qualquer altura.
É no entanto necessário que os responsáveis federativos invistam no apoio às atletas de selecção e na respectiva motivação, da mesma forma que o fazem para o masculino.

E quais são os desafios que se colocam ao basquetebol português para se afirmar no contexto europeu?   

Todos devemos estar unidos para que a selecção nacional sénior tenha condições de subir ao grupo e classificar-se para os europeus. Todo o trabalho dos clubes e das selecções jovens tem que ter isto em atenção. Uma selecção mais forte, faz uma modalidade mais forte!   É importantíssimo destacar o novo fenómeno do Basquetebol feminino, a Sónia Reis, que está a ter um destaque fabuloso, numa das melhores equipas do basquetebol europeu, o Ros Casares de Espanha, com a sua treinadora a justificar a baixa de rendimento actual da equipa, devido à ausência da Sónia por lesão. Penso que no Verão de 2012 , se tudo correr bem, a Sónia entrará na WNBA.

Quais foram os ganhos de termos uma maior atenção mediática na Liga Feminina esta época?

A exposição é benéfica para todos, aumenta os níveis de motivação e logo a vontade de trabalhar, de ser melhor. A presença da Ticha na prova deste ano, foi o melhor que podia ter acontecido. É imprescindível que os responsáveis nacionais potencializem estas oportunidades. No entanto, os maiores ganhos, penso que são a dinamização da juventude, vimos pavilhões cheios, as nossas jovens atletas puderam admirar com maior entusiasmo a Liga feminina e além da Ticha, surgiram novos ídolos. Por exemplo a Paula Muxiri é hoje uma atleta reconhecida, graças à maior mediatização da Liga.
Espero que a Ticha esteja presente nas Festas do Basquetebol juvenil, para continuarmos a aproveitar a sua disponibilidade para a nossa juventude.

Qual tem sido o sentido da evolução da Liga Feminina?

Este ano o nível competitivo esteve muito bom, o que vem do maior investimento de clubes, atletas e técnicos em termos de qualidade e quantidade de trabalho. Gostaríamos de continuar a ter este apoio e é imprescindível que federação e clubes invistam na exposição da modalidade, nomeadamente na televisão.

Consideras que as atletas portuguesas estão a beneficiar de tempo e nível de competição aceitável para evoluir?

Sim, considero, porque  o nível competitivo foi bom e estão muitas atletas nacionais, de bom nível, em Portugal.

Como é que a participação de equipas nas competições europeias contribuem para a evolução das jogadoras portuguesas?

Qualquer competição com exigências superiores provoca a evolução desportiva e, se Portugal é Europa a sério, os seus clubes devem ter as condições necessárias para participar nas respectivas competições. Estamos fartos de só se apostar nos resultados e não no percurso para a sua obtenção. Só pode exigir mais quem dá mais.



Como funciona a estrutura do Quinta dos Lombos e qual é o percurso que uma jovem aí formada faz até chegar à equipa de seniores?

A Quinta dos Lombos é um clube normal, que vive do empenho dos seus dirigentes e técnicos. No basquetebol feminino, temos todos os escalões e temos boas condições de trabalho, apesar de nos fazer falta um outro espaço de treino. Somos um clube jovem no panorama do basquetebol feminino nacional, mas estamos a crescer a uma velocidade muito elevada. O nosso pavilhão é um dos melhores da região, está muito bem cuidado e procuramos que todas as nossas atletas trabalhem a níveis de exigência altos. Sabemos que ainda nos falta muito caminho para a consolidação do projecto, mas temos paciência e, passo a passo, com o apoio de todos, mas principalmente com o dos pais das atletas, vamos reunindo cada vez mais condições para o sucesso das nossas jovens. Para chegar às seniores o percurso é o normal, trabalhar muito e estar preparada quando a oportunidade surgir.


Acha que a participação das jovens atletas com 16 e 17 anos nas equipas da Liga Feminina é benéfica para elas? Porquê?

Se elas tiverem capacidade para isso, sim. Na nossa equipa temos a Helga Alves, que tem 17 anos e faz parte do plantel sénior, apesar de também trabalhar com o seu escalão. A idade nas equipas de topo não interessa, o que interessa é o nível de compromisso que se atinge, dentro de patamares de qualidade semelhantes.

Quais consideras serem as áreas de intervenção no basquetebol feminino onde estamos mais avançados (os factores mais positivos do sector) ?    

Temos bons técnicos, temos excelentes jogadoras, a Ticha Penicheiro, temos a Mery Andrade, a basquetebolista portuguesa de maior capacidade defensiva e com uma enorme atitude, temos a Sónia Reis, temos clubes a investir e trabalhar bem, como  o Olivais, Vagos, CAB e outros que estão a surgir(Montijo, Alberta Menéres), temos boas associações na dinamização técnica regional. Precisamos que estes aspectos, sejam agarrados como um todo, porque neste momento eles estão isolados uns dos outros, não tendo a força que poderiam ter.

Quais devem ser as principais medidas a tomar no futuro próximo?

Precisamos de nos unir e ter alguém com poder, dentro das estruturas de comando, que sistematize tudo o que há de bom no basquetebol feminino e desenvolve todas estas capacidades. Precisamos de continuar a investir no desenvolvimento das jovens atletas, principalmente através dos CNT, que devem continuar a ser apoiados e efectuar um grande esforço no recrutamento de jovens de elevado potencial para a modalidade, área onde ainda há muito para fazer. Também penso, que um curto programa de formação específica para os nossos treinadores jovens é determinante.

Consideras que o trabalho de um site como o Planeta Basket tem um papel importante dentro dos objectivos de promoção da modalidade?

Ao interessar-se por problemáticas com maior profundidade, o Planeta Basket consegue promover o aparecimento de diferentes opiniões e contribuir de forma decisiva, para o enriquecimento da modalidade. Muito obrigado

Interview with Cheryl Reeve, from Minnesota Lynx

Minnesota Lynx Head Coach Cheryl Reeve spoke to Solobasket about their #1 pick in the WNBA Draft, their expectations for the new season and how she sees women basketball.
Here are her answers. 

-After three years choosing the 2nd, 3rd and 4th player in the draft, how does it feel to choose the number one?It's such an exciting time for our franchise to be choosing No. 1 in a year when the consensus #1 pick is one of the most decorated women's college basketball players ever.

-Do you believe Maya Moore (6'0''-F-89) can be an impact player in WNBA this season?There is no doubt in my mind that Maya will be an impact player in every season she plays in the WNBA, including her rookie season.

-When did you have to make the decision to choose her?We knew since the we won the draft lottery held in November that the Lynx would be adding Maya Moore.

-As for Amber Harris (6'5''-F-88), did you have her mind already? Was it a tough decision to pick her?Amber Harris is a player that we coveted in the 2010 draft before she reached the decision to return to Xavier for her fifth season of eligibility. When Amber was not available in the 2010 draft, we made the decision to trade the #3 pick to Connecticut for their 2011 1st round pick. When Amber Harris was available at the #4 pick in this draft, we were elated.

-What are the main goals of Minnesota Lynx this season?The goal for the Lynx is to be the best in the West and compete for the WNBA Championship

-Getting ready for training camp, do you feel positive about reaching these goals?Having a full training camp as a result of the later start to our season and with the depth and talent we have at every position I feel very good about our ability to reach our goal.

-This year, because of Eurobasket, we will have less European players in the league. Do you think we will see changes in the quality of the game?While we will miss the European players participating in the WNBA, I don't believe the quality of the WNBA game will suffer.

- What do you think of having your athletes playing all year, in both the European and the WNBA season?I believe the WNBA players enjoy both experiences of playing in the WNBA and in Europe. However, the toll it takes on the bodies of these athletes is a concern for coaches in both leagues.

-Last year, you had Nuria Martinez (5'9''-PG-84) on your roster. Are you following any other Spanish player who might be able to join the Lynx in the future?We really enjoyed having Nuria in Minneapolis last summer as she was fun to coach and a good teammate. The Lynx also had Anna Montanana (6'1''-F-80, agency: Josep and Nicolas, college: George Washington) on the roster in 2009. We will certainly continue to follow women's basketball in Spain to identify future prospects for the WNBA.


http://www.usbasket.com/WNBA/basketball.asp?NewsID=223942&Women=1