Os dois grandes favoritos à vitória na Taça das Nações Africanas enfrentam, na tarde de hoje, o último obstáculo rumo à final. Para Zâmbia e Mali, duas equipas muito consistentes, joga-se o manter do sonho de conseguir conquistar a Taça pela primeira vez.
Goran Stevanovic, técnico que passou por Portugal enquanto jogador, foi muito claro em relação ao futuro da sua equipa neste torneio: “ver o Gana na final é o mínimo que se espera desta equipa”. A equipa ganesa não conseguiu ainda demonstrar o brilho de épocas anteriores nesta CAN. Passou, sem dificuldades, pelo grupo D, dando a ideia de que conseguia controlar os seus adversários sem se esforçar. Nos quartos de final, a Tunísia, com o seu jogo calculista, conseguiu levar a decisão para o prolongamento, mas André Ayew soube como aproveitar o deslize infantil do guarda-redes tunisino. Agora, frente a Zâmbia, que tem sido uma das equipas com um futebol mais apaixonante desta competição, embora não descure a segurança defensiva, será um adversário bem mais complicado de ultrapassar, pela multiplicidade de perigos que pode causar.
Hervé Renard é um homem feliz por estar de regresso ao lugar onde já fora feliz em 2010. Depois de levar a equipa zambiana aos quartos de final pela primeira em 14 anos, Renard imita agora as glórias da geração de 90, aparecendo nas meias-finais como um concorrente sério ao jogo decisivo. Katongo e Mayuka são setas apontadas à baliza ganesa, mas as grandes revelações zambianas estão no reduto mais recuado, onde os jovens Himonde, Lungu e Sunzu garantem a estabilidade do conjunto. Espera-se assim uma partida bem disputada, sobretudo na intermediária, com a vitória a pender para os atacantes que aproveitarem melhor as oportunidades criadas. E Asamoah Gyan ainda só marcou um golo neste torneio...
Na outra partida das meias-finais, a Costa do Marfim enfrenta o vizinho Mali e terá o primeiro grande teste ao seu favoritismo nesta competição. A entrada na CAN não foi brilhante, mas garantiu vitórias e uma passagem pela fase de grupos sem sofrer golos, algo que conseguiu confirmar frente à Guiné Equatorial nos quartos de final. As principais estrelas têm marcado presença e mostrado eficiência, com Drogba a marcar golos que valem vitórias. Ainda assim, François Zahoui chega a este jogo com uma postura de desconfiança em relação ao adversário maliano.
Alain Giresse tem uma longa experiência no futebol africano e a forma do Mali jogar demonstra um saber adquirido à frente de clubes e seleções do continente. Seydou Keita é o seu braço dentro de campo. O experiente médio do Barcelona tem liderado a equipa, não só em termos de jogo, mas como alma de um país em guerra. Ao referir o povo maliano no momento da vitória frente ao Gabão, Keita mostrou bem qual o estado de espírito que reina dentro do grupo.
Maiga é um trabalhador incansável na frente de ataque, mas ainda não marcou. Ainda assim, o Mali mostrou ser uma equipa muito forte a aproveitar as fragilidades adversárias, para além de ter conseguido recuperar de uma desvantagem frente ao país organizador. Frente ao Gabão, Cheick Diabaté entrou muito bem e poderá mesmo ganhar um lugar entre os titulares. Cédric Kanté e o guarda-redes Diakité têm dado muita segurança a uma equipa que pode mesmo mudar o rumo das previsões para este torneio.
Dois jogos de luta tática e inspiração, ao ritmo das estrelas africanas.
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