O encontro entre os Elefantes marfinenses e os Chipololo zambianos não seria a final mais esperada desta Taça das Nações Africanas. No entanto, ambas chegam ao último dia como hipóteses de conquistar o título com toda a justiça. Quem sairá com a Taça?
Há um claro favorito para o jogo de domingo. Costa do Marfim. Todas as previsões esperavam ver a seleção de Drogba na final e muitos deles sempre acreditaram que seriam os marfinenses a conquistar a CAN 2012. Cinco jogos depois, com nove golos marcados e nenhum golo sofrido, a equipa orientada por François Zahoui chega ao jogo decisivo à custa das suas maiores estrelas e de um realismo tático admirável.
O técnico marfinense cedo avisou para os perigos de uma competição onde os excessos de confiança, tradicionalmente, são punidos com uma eliminação precoce. E sem dúvida que uma equipa que tem a dupla de irmãos Touré a coordenar a ação defensiva, tem garantias de poder chegar longe. Brilhante, é chegar à final sem sofrer golos.
Para os marcar, tem faltado à Costa do Marfim a mesma harmonia ofensiva. No entanto, abundam as estrelas no ataque dos Elefantes e as vitórias foram sendo alcançadas naturalmente, seja com o contributo de Drogba ou Gervinho. O avançado do Chelsea será mesmo o marfinense com mais urgência na conquista deste troféu. À beira de completar 34 anos, será uma oportunidade de ouro para fechar a sua carreira na seleção. Caso contrário, será quase certo vê-lo de novo em 2013 na África do Sul.
Quem enfrentou esta CAN como um momento histórico foi a Zâmbia. O colorido do seu jogo e a mestria de Hervé Renard eram aguardadas, embora poucos arriscassem que Senegal e Gana ficassem pelo caminho depois de jogar com os Chipololo. Mas o que tem estado mesmo na cabeça de todos os zambianos é o ano de 1993. A morte de quase toda a equipa zambiana ocorreu em território gabonês, bem perto do estádio onde se irá realizar a final. Atingir esta etapa era uma ambição coletiva que foi atingida com muita maturidade.
Kalusha Bwayla, único sobrevivente dessa geração de 93 e atual presidente da federação, é uma presença constante junto da equipa. Hervé Renard soube ir adaptando a forma de montar a sua equipa consoante o adversário, criando surpresa e dificultando, em muito, a tarefa de quem os encontrou pela frente. E dentro de campo há muito talento, curiosamente, nenhum em grandes ligas europeias.
Katonga, Kalaba e Mayuka são jogadores de grande categoria técnica e quem tem aparecido nos momentos decisivos. Mas muita atenção à dupla de jovens jogadores do TP Mazembe, Hamonde e Sunzu. Caberá a estes dois jogadores a espinhosa missão de evitar que a Zâmbia sofra golos frente ao ataque mais poderoso da prova. Caso o consigam, a festa será certamente zambiana. De uma forma ou de outra, ambos estarão perto de conseguir lugar em equipas europeias, no próximo verão.
Um jogo grande, entre duas equipas bem construídas e atraentes. A promessa, segura, de muita emoção e imprevisibilidade no resultado.
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