Depois das vitórias “fáceis” do dia de ontem, os jogos relativos aos quartos-de-final disputados nesta tarde de domingo foram bem mais demorados.
O Mali conseguiu o bilhete para a próxima fase ao bater o Gabão por 5-4 nas grandes penalidades, isto depois de ter salvo o empate bem perto do final dos 90 minutos. A equipa gabonesa tinha o apoio do seu público, que enchia o estádio em Libreville, e entrou mais contundente no jogo, tendo encontrado pela frente um conjunto maliano que tinha a lição bem estudada e foi evitando o golo dos homens da casa.
O esperado tento acabou por surgir já depois do intervalo, com Mouloungui a colocar o estádio em êxtase. Gernot Rohr, treinador do Gabão, sentiu que tinha a passagem na mão e tomou precauções, refrescando a frente de ataque com a entrada de Marcolino para o lugar do experiente Cousin. Apesar de ser uma decisão lógica, a saída do jogador mais respeitado do Gabão acabou por marcar a partida, já que os malianos se foram soltando e, já com Yatabaré e Cheick Diabité em campo, conseguiu o golo do empate aos 84 minutos, com este último a fazer um movimento de verdadeiro ponta-de-lança para levar o jogo para prolongamento.
Os 30 minutos extra não tiveram grande história, com ambas as equipas a tentarem assegurar que não sofriam golos. O drama chegou no momento das grandes penalidades. Com o Mali a marcar em todos os cinco remates a que teve direito, coube a Pierre Aubameyang a desilusão da tarde, já que o jovem prodígio gabonês permitiu a defesa de Diakité, deixando a sua equipa pelo caminho. A jovem estrela saiu do terreno de jogo cabisbaixo e a chorar, juntando-se à galeria de craques que falharam penaltis em partidas decisivas.
Quem também garantiu lugar entre as quatro melhores equipas do continente foi o Gana, depois de vencer a Tunísia por 2-1, após prolongamento. John Mensah deu a liderança aos ganeses logo aos 10 minutos, desviando de cabeça na sequência de um canto.
Com a equipa do Norte de África a ser conhecida pela sua atitude defensiva (filosofia calculista também partilhada pelos ganeses), esperava-se que um golo madrugador pudesse dar ânimo a um jogo. Falsas esperanças. A partida foi muito bem jogada, tendo em campo duas equipas muito evoluídas tecnicamente, mas sempre a um ritmo baixo. Os tunisinos lançavam a velocidade de Msakni, Dhaouadi e Khelifa com passes longos, e foi este último quem empatou a partida, na sequência de uma jogada envolvente, aparecendo a finalizar de cabeça ao segundo poste.
A segunda parte foi momento de estudo para ambos os conjuntos, a baixar ainda mais a caixa de velocidades e a esperar pelo erro do adversário ou pelo prolongamento. Como os erros foram poucos e nunca aproveitados, a partida seguiu para prolongamento, com o guarda-redes tunisino (que até se estava a cotar como um dos melhores em campo) a oferecer a passagem aos ganeses. Numa bola bombeada para a área, Mathlouthi deixou escapar a bola entre as mãos e permitiu que André Ayew marcasse um dos golos mais fáceis da sua carreira.
A vitória da equipa de Goran Stevanovic acaba por ser justa, sobretudo pela maior solidez do seu bloco, que não permitiu veleidades ao ataque da Águias de Cartago. Na próxima quarta-feira, a Zâmbia enfrentará o conjunto ganês, enquanto o Mali terá pela frente a Costa do Marfim, duas partidas de grande equilíbrio que decidirão os finalistas desta CAN 2012.
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