| Luís Cristóvão
Tu pensas, planeias, organizas, dedicas-te a um objetivo, marcar sem sofrer golos. Segunda mão do playoff de acesso à Liga dos Campeões. O adversário mexe, ligeiramente, na sua arrumação em campo e consegue tapar-te os caminhos para a baliza. O tempo passa, o desespero aumenta, e o tique-taque do relógio impele-te para um jogo mais direto, ainda que os suecos sejam, fisicamente, mais aptos a defender-se de bolas altas. Já passaram os 90 minutos. O teu guarda-redes corre para impedir que uma bola saia pela linha de fundo, mesmo que a posse fosse para a tua equipa. Procura o melhor ponto para a pontapear, parece hesitar, a bola sai longa. O teu avançado falha o cabeceamento e o defesa é surpreendido, toca-a para lá da linha de fora-de-jogo que o adversário preparava. Estava lá Esmael. O árbitro auxiliar lê bem a situação, deixa prosseguir a jogada. Tudo acontece muito rápido. O teu avançado não consegue bater a bola em condições, dir-se-ia que falhou o remate. Mas a bola passa pelo guarda-redes e cada segundo parecem horas. Sim, vai mesmo em direção à baliza. Golo. E tu, treinador, agradeces aquele espaço que fica sempre no plano para os 10% de inspiração.
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