Maneiras diferentes de ver o jogo levam-nos a tirar conclusões diferentes do que se passa em campo. Ao ver a transmissão televisiva do jogo Portugal-Espanha, temos a sensação de que os três jogadores na frente de ataque portuguesa estiveram sempre distraídos e afastados do jogo. Mas, vendo parte do jogo através da câmara que seguiu Cristiano Ronaldo, vemos o jogador a dar indicações aos seus colegas, a pedir ao treinador para alterar a forma de jogar da selecção, a lutar por bolas que insistiam em fugir-lhe dos pés. São jogos diferentes. Um deles, onde está a bola, a sugerir-nos um problema dos jogadores. Outro, onde a bola não está, a mostrar-nos que o problema é outro, é um problema de estrutura. Chegar aqui para dizer que quem defende Queirós pela sua importância na estrutura do futebol português esquece que, na maior parte do tempo, a estrutura do futebol se joga em campo. Podemos organizar selecções, chamar treinadores, incentivar esta ou aquela alteração no quadro competitivo das equipas de formação. Mas manter uma estrutura com onze atletas num rectângulo de relva, é coisa para quem sabe do assunto. É isso que esperamos. Que quem saiba do assunto apareça.
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