|Luís F.
Cristóvão
Podemos
apontar o caso do apostador inglês que acertou em todos os resultados da
primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas falhou num dos
vencedores. A verdade é que a derrota do Barcelona é a grande surpresa desta
fase da prova.
Frente a um
AC Milan surpreendente, quer pelo seu acerto defensivo, quer pela forma como
foi progressivamente perdendo o medo de atacar os catalães, o plano de jogo do
Barcelona, centrado na paciência, saiu derrotado. Não haverá uma explicação
fácil para que os catalães tenham registado apenas um remate à baliza adversária
durante todo o jogo. Lionel Messi esteve ausente e nem a entrada de Alexis
Sanchéz alterou minimamente o que estava a acontecer em San Siro.
Do outro
lado, a equipa de Massimiliano Allegri começou, como se esperava, à defesa. Ao
intervalo, pelas redes sociais, eram muitos os que se queixavam do autocarro
italiano, lembrança de outros tempos em que a defesa dos milaneses era quase
intransponível. Mas no segundo tempo, o AC Milan soube surpreender, sobretudo
com a garra de uma juventude que encontrava a oportunidade de fazer história.
Perante o espaço que se ia abrindo na retaguarda do Barça, o AC Milan marcou
por duas vezes (ainda que, na primeira, exista dúvidas sobre a legalidade do
lance) e podia até ter alargado a sua vantagem.
Perante este
resultado, o jogo da segunda mão ganha ambiente de épico. Não há muito tempo, a
outra equipa de Milão, liderada por José Mourinho, amealhou dois golos de
vantagem e foi capaz de segurar o Barcelona em Camp Nou. A estratégia de
Allegri não poderá ser muito diferente. Continuar a apostar tudo no fecho dos espaços,
esperando que a transição lhe permita algum golo.
Para a dupla
Tito Villanova/Jordi Roura, o problema passa por encontrar um Plano B. O
Barcelona tem um estilo de jogo que é quase impossível de parar, mas quando se
encontra em desvantagem, nunca deixa de continuar a apostar no mesmo caminho
para chegar a um resultado diferente. O que aconteceu ontem em Milão, demonstra
que é preciso haver uma alternativa – não que se queira um Barcelona novo, mas
todos os grandes projetos sabem que existe mais do que uma forma de se vencer.
Sobretudo quando se joga num campo de futebol.
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