Durante o estágio na Suiça, o Planeta Basket chegou à fala com Élvis Évora, o poste da nossa selecção.
Sobre os seus ombros recai a responsabilidade de dominar o jogo interior português nos combates frente a húngaros e finlandeses. Élvis antecipa esses encontros com a concentração que um grande jogador sabe essencial.
O jogador do Benfica aproveitou ainda para analisar o passado e a actualidade da selecção, bem como desvendar o que espera da nova época, onde trabalhará sob as ordens de Carlos Lisboa.
Élvis, este ano tiveste uma época muito difícil, com participação na Eurochallenge e o título a fugir-te das mãos no jogo decisivo, faz-nos um balanço desta época no teu clube.
No meu ponto de vista não faço um balanço negativo da época, mas tenho de reconhecer que ficou um pouco a quem das expectativas.
O campeonato fugiu nos no último jogo das finais dos playoffs e conseguimos ganhar duas taças. Na Eurochallenge, posso dizer que tivemos uma participação positiva, que valeu muito pela experiência internacional a nível de clubes, de que já tinha saudades, mas ficou um sabor amargo, porque tínhamos claras possibilidades de passar à terceira fase e ficar a um passo da final four.
Há dez anos que és uma figura central na equipa nacional, o que significa para ti representar a selecção?
Para mim é uma grande honra representar a selecção nacional, embora tenha de reconhecer que muitas vezes representou um grande sacrifício por várias razões, entre os quais posso destacar o nosso calendário da época desportiva que não se concilia bem com o nosso descanso e os trabalhos da selecção. E outras vezes, a dificuldade advém das lesões que tive que me impediram de dar o melhor contributo. Mas acima de tudo tenho de reconhecer que é com grande orgulho representação nacional.
Fizeste parte do grupo que participou no Eurobasket 2007. Quais foram as sensações que mais te marcaram nessa competição?
Em primeiro lugar, a qualificação em si foi um momento único, fizemos uma campanha excepcional, em que não éramos nem de perto nem de longe os favoritos. O que mais me marcou foi o espírito de grupo e a combatividade que conseguimos impor com atletas vindos de diferentes clubes.
Em segundo lugar, o campeonato de Europa foi simplesmente fantástico, estar naquele meio e jogar contra as grandes estrelas da Europa e do mundo foi um momento que irei guardar na memória para sempre, mas tenho a ambição de o conseguir repetir de novo este verão.
Agora, tens a oportunidade de trabalhar com o Mário Palma. O que mudou com a chegada dele à selecção?
Ele trouxe à selecção uma nova filosofia e nova forma de estar no basket, talvez bastante diferente daquele que a maior parte dos jogadores estão habituados. Como é óbvio, não vou nem me compete avaliar ou comparar aos anteriores, mas posso dizer que a exigência aumentou especialmente no campo das regras disciplinares dentro e fora das quatro linhas e na concentração e atenção exigida em cada treino.
Fala-nos um pouco acerca do grupo de trabalho e do ambiente no seio da equipa.
Penso que temos um bom grupo, que acima de tudo tem sabido contornar as dificuldades gerada por lesões que tem afectado a selecção. O grupo tem mostrado uma grande entrega e disponibilidade para a assimilar a nova filosofia do novo treinador. O ambiente de trabalho também tem sido de grande cumplicidade entre as diversas partes: técnicos, dirigentes, colaboradores, fisioterapeutas e atletas. O que mostra uma grande vontade e a ambição da equipa em qualificar para o Europeu da Lituânia.
O que nos podes dizer dos postes da Finlândia e da Hungria? Já os conheces? Quais são os pontos fortes e os fracos que eles têm?
Sim, penso que já os conheço e já joguei no passado contra a maior parte deles. Na equipa da Finlândia tem-se destacado Gerald Lee, que tem feito grandes jogos de preparação, com destaque para a Taça Nórdica, é um jogador forte no ressalto e com uma boa eficácia nos lançamentos de dois pontos. A par dele, os outros postes, como Kotti e Nikkila são muito móveis e combativos, daí ser preciso uma especial atenção no capítulo dos ressaltos. Na equipa da Hungria, o destaque vai para Bader que é o único jogador que conheço que tem os olhos mais fechados que os meus (risos). Já jogou em muitas grandes equipas, esteve ausente durante algum tempo e decidiu voltar agora, o que mostra que eles acreditam que têm uma grande possibilidade de ir ao Europeu. Também destaque para Peter Llorant, que joga em Espanha e fez uma grande época este ano. Por ultimo, Keler, um poste mais jovem muito atlético e explosivo que corre muito bem o campo.
Até agora, as participações das equipas nacionais de formação nas competições europeias tem tido bastante sucesso. Isso é inspirador para a equipa sénior?
Sem dúvida que é com enorme agrado que observamos as boas prestações das selecções mais jovens, tanto a nível feminino como masculino. Aproveito para dar os parabéns a todos, em especial para equipa de sub-20 feminino que teve uma prestação brilhante, com a consequente merecida promoção à divisão A. Obviamente que nos motiva a trabalhar mais para sermos bons exemplos aos futuros séniores.
Para terminar, na próxima temporada vais ter como treinador outra figura mítica do basquetebol nacional, Carlos Lisboa. Quais são as tuas expectativas?
As expectativas são as melhores. Espero que ele consiga transmitir-nos a sua experiência acumulada ao longo dos vários anos como atleta e a sua veia vencedora que marcou a sua carreira desportiva. Bem, não gosto de falar muito dos treinadores para não parecer que estou a dar graxa para conseguir minutos de jogo(risos).
Um grande Abraço a todos os colaboradores do melhor site de basket português
Sem comentários:
Enviar um comentário