| Ricardo Silva
A edição
2013-2014 da Liga Portuguesa de Basquetebol apresenta, na constituição da
globalidade das equipas que a compõem, muitos atletas jovens e com uma margem
de progressão elevada. De facto, esta questão relacionada com a presença de um elevado
número de jogadores jovens reflete por um lado as dificuldades financeiras dos
clubes e por outro a qualidade apresentada pela maioria destes atletas que
assim têm mais possibilidades de conquistar o seu espaço desde que a sua
capacidade de trabalho, empenho, investimento e humildade corresponda.
Uma nota
importante a referir neste artigo está relacionada com a seleção feita por nós
no destaque a esta fornalha de atletas jovens. Assim, decidimos destacar
atletas nascidos em 1993 ou após este ano, procurando manter a coerência de
artigos realizados noutras temporadas pelo nosso colega Luís Filipe Cristóvão.
De uma forma
geral todas as equipas presentes nesta edição possuem nos seus plantéis
jogadores jovens que com os primeiros jogos da competição, além dos realizados
no Troféu António Pratas, já começaram a conquistar o seu espaço na rotação das
suas equipas e alguns deles até a apresentarem um tempo de jogo considerável.
O maior
destaque, na nossa opinião, para a atual temporada passa por sete jogadores que
apresentam um nível qualitativo que permite desde já a utilização destes com
regularidade e disponibilizando de minutos de qualidade às suas equipas na Liga
Portuguesa de Basquetebol. Deste grupo de atletas fazem parte André Calabote base do Sampaense Basket,
Artur Castela extremo-poste do Sport
Lisboa e Benfica, Diogo Ventura base
do Sport Algés e Dafundo, Emanuel Sá
extremo-poste da Ovarense Dolce Vita, Henrique
Piedade extremo do Sport Algés e Dafundo, Miguel Toreia base do Vitória Sport Clube e Pedro Costa da Ovarense
Dolce Vita.
Na posição de
base, em São Paio de Gramaços, André
Calabote (Geração de 1993) terá certamente uma temporada com mais minutos
de utilização que a anterior, a sua primeira na LPB, o que será seguramente um
momento de afirmação de um jogador bastante ofensivo e sem receio de dar o
passo em frente ao nível atacante. Já no final da época passada, Calabote, tinha conseguido obter mais
minutos de utilização, confirmando-se no brilhante início da presente temporada
em que tem sido o base titular da equipa em todos os jogos realizados, quer do
troféu António Pratas, quer na LPB. A prometer!
Na Luz, e
depois de nas duas épocas anteriores ter tido uma participação simultânea na
equipa sénior e na equipa B, embora com muito maior espaço na equipa secundária
do Benfica, Artur Castela (Geração
de 1993) inicia uma nova temporada tendo como principal referência e garantia a
progressão na equipa sénior do Campeão Nacional. Este extremo-poste, jogador
internacional por Portugal desde o escalão de Sub16 até Sub20, apesar de tão
tenra idade já conquistou praticamente tudo, quer ao nível da formação quer ao
nível sénior, terá na presente época a possibilidade de trabalhar de forma mais
regular com colegas de equipa e de posição com um excelente nível, casos de
Seth Doliboa, Fred Gentry, David Weaver, Claúdio Fonseca e o outro jovem Pedro
Belo (Geração de 1992), permitindo-lhe por certo uma tremenda evolução e um
desenvolvimento que lhe possibilitará conquistar mais minutos aos que apresenta
de momento na equipa principal, ou seja, média próxima dos 10 minutos por
encontro nas competições realizadas, Troféu António Pratas, Supertaça e LPB.
Por último referir que Artur Castela aporta ao Benfica uma excelente capacidade
ressaltadora, um faro tremendo pelo desarme de lançamento e uma eficácia ao
nível do lançamento interior e exterior. Por outro lado, o Benfica beneficia
também da presença na sua equipa principal do jogador com mais anos de clube,
mais concretamente nove, transmitindo a toda a formação do clube de que é
possível chegar aos seniores do Campeão Nacional.
Em Algés “reside”
Diogo Ventura (Geração de 1994),
atleta ainda com idade sub-20, com potencialidade para manter e até aumentar o seu
espaço dentro da equipa, apesar de esta ser formada por muitos jogadores para
as posições exteriores, garantindo uma competitividade tremenda nas posições
referidas. De facto, este base, também internacional por Portugal em todos os
escalões de formação, face aos recursos que apresenta garante qualidade
ofensiva e defensiva na filosofia de jogo do treinador André Martins,
apresentando na nossa opinião características bastante compatíveis com a forma
de jogar desta equipa, ou seja, alta intensidade defensiva e transições
rápidas. Até ao momento, Ventura,
tem sido o base titular em todos os jogos realizados pela sua equipa e com uma
média superior a 28 minutos por encontro, apresentando também bons números ao
nível dos pontos, 13,5 por jogo, assistências, 4,5 por jogo, roubos de bola,
2,0 por jogo e uma valorização média de 16,5 por jogo.
Ainda no clube
algesino, destacamos o base-extremo Henrique
Piedade (Geração de 1994), atleta internacional nos escalões Sub-18 e Sub-20,
que reforçou a equipa lisboeta na presente época e que conseguiu desde já impor-se
na principal equipa sénior do Algés, conquistando em crescendo minutos atrás de
minutos nos quatro jogos oficiais já realizados, Troféu António Pratas e LCB, conseguindo
obter uma média acima dos 21 minutos por jogo, ou seja, sexto homem da equipa. Piedade, tal como Ventura, simboliza o tipo de jogador à imagem da filosofia de jogo
do treinador André Martins, em que a vertente física aliada às capacidades
defensivas são tremendamente importantes para conseguir a manutenção de um
ritmo elevado durante as partidas. Por outro lado, Piedade é um atleta explosivo, intenso, com uma boa capacidade de
anotação em termos ofensivos o que permite na nossa opinião continuar a evoluir
a bom ritmo na LPB.
A norte, Emanuel Sá (Geração de 1993) da Ovarense
Dolce Vita, iniciou a presente temporada com uma média de utilização idêntica à
da temporada passada em que conseguiu obter 14 minutos por jogo. Este
extremo-poste, é um atleta internacional Sub-20 por Portugal que entra na
rotação do jogo interior da equipa de Ovar, sendo esta a sua terceira temporada
na principal liga portuguesa. A concorrência no jogo interior, posições 4 e 5,
da Ovarense Dolce Vita, embora a maioria dos atletas se não a totalidade sejam
atletas de características da posição 3 e 4, extemos e extremos-postes, irá por
certo provocar a necessidade de Sá
se superar para conquistar mais minutos na equipa principal do clube. As
características deste atleta, um jogador de equipa, beneficiam na nossa
opinião, a competitividade dentro da equipa, possibilitando minutos repartidos
com Miguel Miranda, Sergi Coll, Cristovão Cordeiro e André Pinto.
Além de Sá, a equipa de Ovar possui no seu
“roster” diversos atletas jovens, embora na nossa opinião o outro destaque que
achamos pertinente realizar com maior grandeza será para Pedro Costa (Geração de 1993). Este base, atleta internacional por
Portugal nas categorias de base, Sub-16 e Sub-18, e formado no clube,
apresenta-se na sua terceira temporada na LPB e para já com uma consistência
maior, média de 10 minutos por jogo, nos cinco já realizados de carácter
oficial. Será certamente um ano em que poderá ter mais espaço para conquistar
tempo de jogo e demonstrar toda a sua capacidade.
Do berço da
nação, surge o base lançador Miguel
Toreia (Geração de 1993) do Vitória Sport Clube, atleta que se iniciou e
progrediu no seu clube de formação Vasco da Gama até ao escalão de Sub-18 e que
posteriormente esteve dois anos no Desportivo de Leça antes de se mudar nesta
época para Guimarães. De facto, e apesar de algum tempo de jogo já conquistado,
10 minutos de média por jogo, o atleta não esteve feliz nos primeiros três
jogos realizados pelo Vitória mas apesar disso no último jogo já conseguiu
apresentar alguma da sua qualidade. Na nossa opinião, e após o natural período
de adaptação a uma nova realidade e liga, achamos que Toreia irá conseguir obter o seu protagonismo e espaço dentro de
uma equipa competitiva que irá lutar pelos lugares cimeiros da classificação.
Por último e em
complemento a este leque de jogadores que destacámos, entendemos que existem
outros dois atletas que esta temporada também deverão “estar debaixo de olho”.
São eles os jovens da “Geração de 1996” Francisco
Amiel e Luís Câmara do Sport
Algés e Dafundo, respetivamente base e extremo da formação de Lisboa. Os dois
jogadores são internacionais Sub-16 e Sub-18 por Portugal e ainda possuem idade
de Sub-18. Apesar da juventude, Câmara
já se estreou na temporada passada na LPB e com uma prestação bastante positiva
e Amiel acabou por se estrear no
presente ano, após a sua transferência para o clube. Tal como tem vindo a
acontecer neste início de temporada, as oportunidades dadas pelo treinador da
equipa, André Martins, estão a surgir e ambos os atletas têm merecido a
confiança que lhes tem sido dada, produzindo boas exibições.
Em conclusão,
boas sensações estão por diante destes jovens!
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