A tournée transatlântica da elite do mundial de motociclismo teve a sua segunda paragem em Philip Island, na Austrália. Uma pista junto ao mar, onde os pilotos são brindados pela companhia das gaivotas. Este circuito é a chamada «Meca» do Mundial. Não há nenhum adepto das duas rodas que não sonhe em assistir a um Grande Prémio nas bancadas de Philip Island. Um verdadeiro espectáculo. E a corrida deste fim-de-semana esteve à altura! Surpresas, erros, quedas, abandonos… houve de tudo.
Depois da corrida em Motegi, onde Marc Marquez se sagrou bi-campeão do mundo, as duas rodas foram até à Austrália, sendo que o favorito continuava a ser o novo campeão do Mundo. E tinha tudo para vencer, mas Philip Island foi o terceiro erro cometido pelo piloto espanhol da Honda.
Mas a história deste Grande Prémio foi outra. Depois do erro e consequente queda por parte de Marquez, o veterano «Il doctore» decidiu brindar os aficionados com mais uma vitória. E que vitória tão cheia de significado.
Era o seu 250º Grande Prémio em cima de uma moto da categoria rainha e a prova correu-lhe de feição. Muitos podem alegar que apenas ganhou porque Marc Marquez errou, mas a verdade é que Valentino Rossi sabe aproveitar as oportunidades. E, desta vez, não voltou a falhar. Soube distanciar-se dos rivais mais directos, nomeadamente de Jorge Lorenzo e Cal Crutchlow, e estava no lugar certo para saber aproveitar a queda do líder da corrida.
Dez anos depois, e no dia em que assinalou a sua 108ªvitória na elite do mundial de motociclismo, o veterano dos veteranos subiu ao mais alto do pódio em Philip Island. E o circuito voltou a ouvir o hino italiano, na cerimónia de consagração do vencedor. Philip Island voltou a ser amarela e azul.
Philip Island foi também o pleno para a Yamaha, que não conseguia ter os seus pilotos (Rossi, Lorenzo e Smith) nos lugares do pódio desde 2008. Pode dizer-se que este fim-de-semana, a Yamaha venceu na estratégia e no golpe de sorte.
A elite da eleite ruma até à Malásia no próximo fim-de-semana. Um circuito que não traz boas recordações para todos os que gostam do mundo das duas rodas. Um lugar onde um piloto perdeu a sua vida, há três anos. Marco Simoncelli é relembrado por todos, mas neste Grande Prémio a sua lembrança estará ainda mais presente.
Porque quer se goste do piloto ou da sua maneira de pilotar, ou não se goste, ninguém pode ficar indiferente à morte tão brutal de um piloto. É uma vida que se perde. E o Super Sic está na memória de todos.
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