| Luís Cristóvão
Ao fim de oito semanas a filosofar sobre os problemas motivacionais dos jogadores enquanto equipa, atingimos um momento da época, com a mudança de fase no campeonato, em que o desafio começa, também, a ser individual. Ou seja, se para a equipa o processo segue a sua evolução normal, tendo em conta que depois de adversários de maior exigência começamos, agora, a encontrar equipas com quem podemos realmente competir, para cada um dos indivíduos assumimos a problemática de entender até onde eles podem (e querem) evoluir.
Uma coisa é certa: não podemos transformar em jogadores de basquetebol aqueles que não o querem ser. Logo, a primeira etapa do desafio é exatamente essa, perceber se cada um dos jovens já tem em si concretizada a ideia de que quer ser (ou não) um jogador. A segunda etapa passa por tentarmos aproximarmo-nos, enquanto treinadores, das ambições de cada um deles. No nosso grupo de trabalho, existem uns poucos que estão motivados e têm a capacidades físicas para subir de nível de exigência, enquanto outros ora têm problemas de motivação ora precisam de afinar o seu momento físico. Para cada um deles experimentam-se adaptações do processo de treino, de modo a tornar o seu percurso individualmente mais rico. Finalmente, podemos falar de um outro grupo de jogadores que sente dificuldades nos dois âmbitos e, para esses, o elemento de divertimento do processo - seja no treino, seja no jogo - precisa de ganhar maior peso.
A pergunta acaba por ser, no final, como conjugar na equipa os diferentes desafios individuais que nos são apresentados. Sim, porque o desafio individual tem, no basquetebol, como é óbvio, uma materialização colectiva para a qual caminhamos. Indivíduo a indivíduo, plano de vida a plano de vida, conjugamos situações para manter unido um grupo de vinte crianças. E é essa a dificuldade que nos faz andar.
Hoje há treino!
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