sábado, 18 de outubro de 2014

Semana 7: Fazer o que há a fazer

|Luís Cristóvão



Esta semana decidi não esperar pelo jogo, deixando claro que, por agora, o jogo será aquilo que menos importa. Se não conseguimos treinar como queremos jogar, o momento competitivo é um vazio. Daí que a contínua chamada de atenção é feita, agora, em tom de exigência: quem quer fazer o que há fazer, segue connosco. Quem não quer, ficará pelo caminho.

A chamada de atenção resulta. Aqueles que são, neste momento, os elementos mais importantes da equipa entendem a situação em que se encontram. Dão mais de si no treino, exigem mais aos outros, começam a compreender quais são os momentos em que brincamos e quais são os que estamos a sério. Esses foram eleitos líderes pelo próprio grupo e farão com que a maioria dos colegas o siga.

Por outro lado, entre os miúdos mais novos ou com menos anos de basquetebol, há claramente aqueles que aceitam o repto. Querem perceber o que podem fazer melhor. Querem descobrir o que está para lá da sua realidade atual. Esforçam-se mais. Dão mais. Testam-se e crescem. Esses ganharão o seu lugar dentro do grupo e rapidamente passarão de ser os rapazes “encolhidos” que apareceram no início da época para se assumirem perante os obstáculos.

Pelo meio, há quem demore mais tempo a entender a chamada ou quem esteja no processo de descobrir que esta não é a sua modalidade. É um processo natural que o treinador deve entender e acompanhar, não desistindo de o formar enquanto desportista e homem, apesar das dificuldades claras para o tornar um basquetebolista.

O acumular do trabalho durante as semanas cria também, nos treinadores, os primeiros sinais de fadiga. Chegamos ao final da prática mais cansados, durante os exercícios queremos mais, as desculpas vão-se desvalorizando, conhecemos agora perfeitamente todos aqueles que partilham o espaço de treino connosco. Entender tudo isto continuamente é um desafio cada vez mais elevado, mas que vai sendo processado com a naturalidade do respirar, do viver, com prazer, aquilo que se faz.

Amanhã há jogo!

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