Planeta Basket continua a sua volta à Europa, entrevistando as grandes figuras do basquetebol. Hoje falámos com o treinador búlgaro Konstantin Papazov.
Conhecido por adeptos e amigos como Titi, com apenas 30 anos era Presidente do Slávia de Sófia e ganhou todos os títulos no basquetebol da Bulgária. Três anos depois, voltou a ganhar o campeonato búlgaro, agora como treinador do Levski Sófia. Desde então, Papazov ganhou um lugar entre os mais conceituados treinadores deste país balcânico. Já passou pela selecção nacional, quer liderando, quer como adjunto de Pini Gershon. A FIBA Assist Magazine reconhece também os seus conhecimentos, publicando alguns dos seus artigos.
Fora do campo, Titi Papazov é um activista social em diferentes causas, para as quais participa activamente na angariação de fundos. Servindo de exemplo aos seus concidadãos, adoptou uma criança cuja mãe é portadora do vírus da SIDA, chamando a atenção para esse flagelo. É, na realidade, um homem multifunções, com um discurso rápido e incisivo, tendo até já sido, candidato a Presidente da Câmara de Sófia. No entanto, a sua grande paixão é o basquetebol. Quando nasceu o seu primeiro filho, deu-lhe o nome de Zeljko, como Obradovic, o famoso treinador do Panathinaikos.
Olá Titi, saudações desde Portugal. Diz-me, qual é a tua opinião sobre o basquetebol português?Sei, com certeza, que, em Portugal, o basquetebol não está ao nível do futebol. Mas, sendo um grande jogo, ainda mais para um povo temperamental como o português, é normal que tentem desenvolver a modalidade nesse território. Tudo o que sei tem como base os últimos confrontos com a sua selecção e dos treinadores búlgaros que aí trabalham.
Pelo segundo ano consecutivo, estás à frente do Levski de Sofia. Quais as ambições e objectivos para esta época?Trata-se de uma das equipas grandes do basquetebol búlgaro e as ambições são sempre bem altas. Queremos estar no topo de todas as competições em que participamos.
Porque continuam a participar na Liga Balcânica quando toda a Europa está em crise financeira, e à qual a Bulgária também não escapa?Depois de ganhar o título da Liga Balcânica no ano passado, este ano o objectivo é conseguir repetir esse êxito. Acho que a participação da nossa equipa nas últimas edições da prova foi muito útil e têm permitido que a equipa cresça e consiga melhores resultados no campeonato búlgaro.
Amanhã, o Benfica irá jogar contra o campeão Lukoil Academic. Quais são os pontos fortes da equipa búlgara?O Lukoil é a equipa mais forte da Bulgária, composta por jogadores de muita qualidade e estrangeiros cujos ordenados são muito elevados. Têm por objectivo chegar à final four do Eurochallenge. Têm muitas boas opções no seu banco, com vários atletas que podem ser chamados ao campo. Ainda assim, acho que o Benfica vai entrar com a sua confiança de campeão e vai jogar para ganhar este encontro. É muito difícil jogar o primeiro jogo em casa e acho que essa será a grande vantagem do Benfica.
Falemos agora do Campeonato Europeu Lituânia 2011. Qual é a tua opinião sobre o alargamento do número de participantes de 16 para 24?Acho que são óptimas notícias para selecções como a búlgara e a portuguesa que vão ter mais oportunidades de participar. Em contraponto, vai fazer com que os grupos de qualificação sejam de um nível inferior.
E quais as possibilidades de Portugal no próximo torneio de qualificação com as equipas da Finlândia e da Hungria?Na última qualificação disputada no verão passado, Portugal não foi convincente no seu jogo. Jogou mal. Mas cada equipa tem os seus altos e baixos e Portugal vai ter grandes hipóteses, se conseguir juntar todas as suas estrelas debaixo de um mesmo objectivo, representar o país a nível internacional.
Para finalizar, qual o conselho que dás aos jovens leitores do Planeta Basket que queiram ter sucesso enquanto treinadores?Quando trabalhas no basquetebol, deves saber que cada dia é uma possibilidade para aprenderes, cada contacto com outros treinadores é uma nova oportunidade para ficar a saber mais. Se em algum momento começas a pensar que sabes tudo, estás perdido. O êxito pode e deve fazer-te feliz, porque no dia seguinte terás outra batalha à espera. E isto vai ser sempre assim enquanto continuares a ser um treinador. Ser treinador é muito exigente mais também muito compensador, é uma ocupação à qual te deves dedicar totalmente, logo no plano seguinte à família. O basquetebol tem uma magia que oferece quer alegria quer lágrimas, emoções muito fortes. Para mim, é único. Gostaria de desejar êxito ao basquetebol português e a todos os treinadores em Portugal. Espero que o vosso país possa marcar presença na Lituânia 2011.
Entrevista de Ivan Kostourkov - Revisão de Luís Filipe Cristóvão
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