A Alemanha de Joachim Low chega ao
Europeu como principal favorito à vitória, depois de uma fase de
qualificação brilhante. Mas, numa competição como o Euro, num
grupo complicado como é o B, a equipa alemã terá que fazer pela
vida. Quem chega à competição sem grandes responsabilidades é a
Grécia, num processo de construção liderado por Fernando Santos. O
objetivo é surpreender.
Dois jogos marcaram negativamente o
futebol alemão no último mês. Primeiro, a inesperada derrota do
Bayern de Munique na final da Liga dos Campeões disputada no seu
estádio, perante o Chelsea. Esta semana, nova derrota, frente à
Suiça, no primeiro jogo de preparação da seleção. Alguns
comentadores julgam ver nesta segunda derrota aspetos positivos. Como
se os jogadores do Bayern, dobrados pela derrota na Liga dos Campeões
e ausentes neste jogo, pudessem agora sentir-se essenciais para
salvar a equipa do seu país. No entanto, no futebol, as coisas nunca
são assim tão fáceis.
A equipa de Joachim Low tem muita
juventude e algumas indefinições. Certo é a utilização da equipa
do Bayern como base para o conjunto nacional. Manuel Neuer é dono da
baliza, Philip Lahm o capitão de equipa (restando saber se jogará
na lateral direita ou esquerda), Badstuber tem também a titularidade
garantida na defesa. Para acompanhar estes jogadores, Matts Hummels
parece ter ganho a corrida a Mertesacker, no centro, restando saber
quem será o outro lateral. Boateng (adaptado a qualquer um dos
lados) e Schmelzer (na esquerda) são as soluções.
No meio campo, mais uma forte presença
da equipa bávara. A única exceção deverá mesmo ser Sami Khedira,
que contará com Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos por companhia.
Nas posições mais ofensivas da equipa, Ozil, Podolski e Mário
Gomez deverão ser as opções priotárias de Low, sendo que Thomas
Muller também terá fortes chances de ganhar um lugar no onze
alemão, se o treinador optar por uma visão mais ofensiva do seu
conjunto.
A Alemanha é, essencialmente, uma
equipa de posse, muito rápida nas transições e com vários
jogadores que podem resolver, quer com remates de longe, quer
penetrando nas linhas adversárias. É um oponente de respeito, que
Portugal terá que saber contornar logo na estreia do Euro.
Quem também terá a atenção dos
portugueses será a Grécia, treinada por Fernando Santos. Dos
campeões de 2004 restam poucas referências nesta equipa, que o
Engenheiro pretende mais ofensiva, com maior capacidade de explorar
as alas com velocidade. Para isso, tem sido preciso criar uma escola
de extremos, já que não haviam disponíveis muitas opções para
essa posição.
Na baliza, Fernando Santos deverá
optar por Sifakis, o seu preferido na fase de qualificação. Na
linha defensiva, Torossidis, Sokratis Papasthathoupoulos, Avraam
Papadopoulos e José Holebas parecem configurar-se como o quarteto
que oferece mais segurança à estrutura da equipa. Na intermediária,
Katsouranis surge como referência mais defensiva e Karagounis como
capitão e maestro do conjunto grego. Fetfazidis ou Fotakis deverão
ser a terceira peça do meio-campo.
Na linha ofensiva, Ninis surgirá do
lado direito, sendo o único extremo de raiz desta seleção, com
Samaras a adaptar-se a uma posição mais encostada à esquerda, o
que não sendo o seu território natural, servirá para equilibrar um
conjunto que terá em Salpingidis a sua referência central. Esta
será a grande fragilidade dos gregos. Como marcar golos.
Alemães e gregos farão hoje testes
decisivos para confirmar estas tendências. Na sua mente, estará já
o jogo inicial, daqui a menos de uma semana, na Polónia e na
Ucrânia.
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