Luís Cristóvão apresenta as oito
equipas que marcam presença na fase de grupos da Liga dos Campeões
Africanos.
Numa prova dominada por equipas do
Norte de África, sendo o TP Mazembe a exceção que, nos últimos
sete anos, confirma a regra, a fase de grupos desta temporada
representa essa forte tendência, com cinco equipas vindas do Magrebe
(Egito, Tunísia e Argélia), o TP Mazembe (RD Congo) e duas
novidades da África Negra. Sunshine Stars, da Nigéria, e Berekum
Chelsea, do Gana, conseguem logo na estreia um lugar nesta adiantada
fase da Liga dos Campeões.
Apesar do favoritismo recair para as
fortes equipas da Tunísia e do Egito, algumas surpresas poderão
acontecer na maior prova do futebol africano. Se no Grupo A,
Esperance Tunis e Étoile Sahel são os conjuntos mais fortes, no
Grupo B veremos como é que as equipas egípcias são afetadas pela
falta de competição no seu país.
Grupo A
Vencedor da Liga dos Campeões e do
Campeonato Tunisino na temporada passada, o Esperance Tunis regressa
à fase de grupos com grande confiança em repetir o sucesso. Apesar
de ter perdido Msakni e Darragi, a equipa aposta no seu atacante
camaronês, Yannick N'Djeng, para fazer a diferença. Poderá também
ser uma oportunidade para lançar alguns jovens jogadores, como é o
caso de Beauguel, recentemente chegado dos escalões de formação do
Toulouse.
O Étoile de Sahel foi vice-campeão
Tunisino em 2011 e procura reconquistar um título que foi seu em
2007. A figura da equipa é o guarda-redes internacional Mathlouthi.
A equipa teve dificuldades na primeira eliminatória, frente ao
campeão ruandês, mas a partir daí pareceu encontrar de novo o seu
caminho. Bater o Esperance é um objetivo difícil, tanto que a
equipa de Sahel fez um campeonato nacional bem mais fraco em 2012,
terminando em 5º lugar.
O ASO Chlef foi campeão argelino em
2011, mas perdeu referências desde essa vitória. Teve um percurso
difícil para aqui chegar, eliminando o Vita Club e o Al Hilal do
Sudão, e tem como sua principal referência o veterano
defesa-central Samir Zaoui. Os seus objetivos passam por conseguir um
lugar nas meias-finais.
Já o Sunshine Stars chega à fase de
grupos da Liga dos Campeões depois de ter garantido o segundo lugar
no campeonato nigeriano. Numa equipa cheia de juventude, há um nome
que sobressai. Samuel Okunowo, o “trota-mundos” que passou pelo
Barcelona e pelo Benfica, regressou a casa para ser o líder da
equipa onde se formou. Frágil fora e muito forte em casa (o Rec.
Libolo que o diga), a equipa nigeriana poderá ser um pêndulo do
apuramento neste grupo.
Grupo B
O Al Ahly foi o último clube egípcio
a vencer a Liga dos Campeões, em 2008. Depois da saída de Manuel
José, e sem competição local, a equipa passa uma fase de alguma
indefinição. Aboutrika, que prometera abandonar o futebol, continua
a ser a figura do Al Ahly, podendo ser um jogador decisivo em
qualquer partida. Sem o apoio do seu público, será muito importante
que a equipa consiga garantir fora alguns pontos que lhe permitam o
apuramento.
O mesmo se aplica ao Zamalek. Com a
agravante de Omotoyossi estar em conflito com o clube e ter já
demonstrado vontade de sair. Da resolução desta questão poderá
depender o poder de fogo do Zamalek, que também perdeu Mido para o
Barnsley. A eliminação da CAN2013 da seleção do Egito, frente à
Rep. Centro-Africana, é, neste momento, um fantasma na cabeça dos
jogadores egípcios. A Liga dos Campeões a oportunidade de
reafirmarem o seu poderio em África.
O TP Mazembe tem quatro Liga dos
Campeões no seu currículo e quer voltar, rapidamente, à glória.
Com uma equipa que mantém grande parte das suas estrelas, onde estão
incluídos vários vencedores da CAN 2012, como Himonde, Sunzu,
Sinkala e Kabala, a equipa congolesa tem poder para bater os seus
conceituados adversários e até para chegar à final.
Já o Berekum Chelsea é a grande
novidade desta fase. Campeão ganês, é o único representante de um
país que não está entre os dez melhores do ranking das provas de
clubes da CAF. Fundado em 2000, a equipa venceu o ano passado o seu
primeiro título nacional e surge agora inspirada pelo sucesso do
clube inglês com o mesmo nome. Com um plantel muito jovem e sem
experiência internacional, o Berekum Chelsea deixou pelo caminho o
Raja Casablanca e o Cotonsport, dois históricos. Sinal dos tempos.
A fase de grupos da Liga dos Campeões
Africanos disputa-se entre 7 de julho e 4 de agosto. Os dois
primeiros classificados de cada grupo ficam apurados para as
meias-finais.
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