A Espanha é campeã europeia de
futebol, a primeira seleção a conseguir fazê-lo em dois torneios
consecutivos e também com um Mundial pelo meio. No jogo da final, a
vantagem espanhola não deixou quaisquer dúvidas. La Roja entrou a
dominar, passou o jogo a dominar, terminou a dominar e a golear.
Cesare Prandelli voltou a mexer na sua
equipa e, desta vez, tentou dar um passo à frente daquilo que lhe
era possível. Pedir à seleção italiana para pressionar sobre a
bola foi um exagero, tendo em conta as características dos seus
jogadores, o nível de desgaste acumulado e a falta de treino para
este movimento específico.
O resultado foi ver a Espanha, desde o
início, com imenso espaço para jogar da forma que mais gosta,
demorando também pouco tempo para se ter a certeza que o título
seria entregue sem luta. Xavi fez uma partida fabulosa e o esquema
sem ponta-de-lança de Del Bosque teve oportunidade para se exibir
com o seu melhor fato de gala. Tanto que até houve tempo para dar
golos a Torres e a Mata, campeões europeus de clubes, a acumular
esse título com a seleção.
O futebol espanhol não foi, ontem, tão
aborrecido como parecera nos jogos anteriores. Mas o jogo foi. De uma
final onde esteve apenas uma equipa, não há muito entusiasmo a
retirar. A Espanha encontrou uma nova forma de jogar futebol, ainda
que essa forma iniba totalmente a existência de um adversário. E
num jogo onde uma das equipas é apagada, perde-se a sensação de
jogo e fica-se apenas com a sensação de exibição.
Este futebol que foi descoberto e que
ganhou o seu lugar na história não é o futebol do futuro. É uma
perfeição nos termos que apaga a competição. Aos espanhóis é
devido o aplauso por o terem conseguido. Mas com esse aplauso
junta-se também um pedido. O espetáculo foi bonito. Agora queremos
o jogo de volta.
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