Luís Cristóvão revisita o caminho
percorrido por Rubens Moedim, conhecido por Rubinho, do Vitória de
Setúbal até ao atual campeão italiano, a Juventus.
Corria a época de 2005/06 quando, numa
novela que incluiu peripécias num aeroporto, Marcello Moretto
assinou pelo Sport Lisboa e Benfica. Depois de meia-época brilhante,
o guarda-redes brasileiro fazia uma pequena viagem da Margem Sul para
a capital, deixando em aberto o lugar de titular na baliza do
Vitória. Para o seu lugar chegou um jovem brasileiro, que por cá
fez a sua estreia europeia.
Formado no Corinthians, Rubinho
apresentava como melhor cartão de visita o facto de ser irmão do
internacional Zé Elias, que na década anterior havia brilhado na
Europa com as camisolas do Bayer Leverkunsen e do Inter, ainda que
tivesse sido guarda-redes titular na seleção brasileira de Sub-20,
no Mundial de 2001. Tendo representado a equipa principal
corinthiana, Rubinho seguiu as pisadas de outros tantos “goleiros”
que na época deixavam o seu país para tentar a aventura noutras
paragens.
Os doze jogos de Rubinho com a camisola
do Vitória deixaram água na boca a alguns olheiros, sendo que o
brasileiro acabou por pisar o palco do Jamor na final da Taça de
Portugal de 2006, onde a equipa setubalense seria derrotada pelo FC
Porto. A sua viagem para Itália acabou por não ser surpreendente,
dado os antecedentes familiares e um contacto já encetado mesmo
antes da chegada a Portugal.
Assinou pelo Génova, na altura na
Série B, e logo conseguiu a promoção, sendo titular de uma equipa
onde partilhou o balneário com, entre outros craques, Marco Di Vaio.
Em 2009 dava um salto para o Palermo, onde não foi feliz, acabando
por ser sucessivamente emprestado ao Livorno e ao Torino, tendo
descido de divisão com o primeiro e jogado na Série B com o
segundo. No ano passado, Rubinho manteve-se na sombra de Viviano, de
novo no Palermo, com quem rescindiu contrato em dezembro.
Agora, aos 30 anos, volta a sentir-se
bafejado pela sorte, podendo competir por Storari pela baliza da
Vecchia Signora enquanto Buffon não recupera de lesão. De Setúbal
à Juventus, o brasileiro calmo e calado, completa assim uma
caminhada na sombra até chegar a um grande europeu.
Sem comentários:
Enviar um comentário