domingo, 31 de outubro de 2010

Física cumpre perante Cascais lutador

Alan marcou o 4º golo 
A Física de Torres voltou a vencer em casa, depois de uma inesperada derrota no reduto do Sporting de Tomar. O adversário desta quinta jornada, o Dramático de Cascais, deu muita luta à equipa torreense que, ainda assim, não perdeu nunca o controlo da partida.

Os vermelhos entraram no jogo a ganhar, com German Dates a marcar dois golos nos primeiros seis minutos. Tudo indicava que a Física iria ter uma tarde sossegada, mas a história acabou por se escrever de forma bem diferente. Impulsionada pelo inesgotável Carlitos, a equipa da Linha encostou os de Torres Vedras à sua área e passou a primeira parte quase sempre a pressionar. Mesmo sem capacidade de segurar a bola, a Física não permitia que os de Cascais entrassem na área, indo para o intervalo com o resultado em 2-0.

O início da segunda parte não trouxe novidades. O Cascais mais impetuoso, mas sem capacidade de penetrar nas linhas defensivas do adversário, que contou também com mais uma boa exibição de Carlos Coelho, e uma Física nervosa no momento de avançar no campo, sem organizar o seu jogo e vendo Marco Barros a barrar todos os caminhos para o golo. A mais soberana oportunidade dos verdes aconteceu à décima falta da equipa torreense. A equipa de arbitragem impediu que o guarda-redes local limpasse a viseira da máscara e obrigou-o a sair de ringue. Ricardo Miranda equipou-se à pressa para o substituir na baliza, defendendo brilhantemente o livre directo e a recarga. Talvez o ânimo dos de Cascais tivesse esmorecido com esse lance, já que, pouco depois, permitiu que Samuel Lima finalizasse uma combinação e aumentasse o resultado para 3-0.

Respirou-se de alívio no Pavilhão, mas o jogo ainda não tinha acabado. Como tem acontecido muitas mais vezes do que seria de esperar, a Física adormeceu com o golo e permitiu a contra-resposta a André Moreira, que reduziu para 3-1. No entanto, a equipa de Cascais parecia não ter mais forças para procurar um empate, a tão pouco tempo do fim. Quem acabou por facturar foi Alan Fernandes, que aproveitou a décima falta do seu adversário para aumentar a vantagem no marcador, já bem perto do final do encontro. A vitória foi bem merecida pelos homens de Torres Vedras, mas o Dramático de Cascais acabou por dar uma boa imagem, prometendo afincada luta pela manutenção.

Solobasket: Os novos Clippers de Blake Grifin

A entrevista a Carl Lahr, vice-presidente dos LA Clippers, agora na solobasket, com um especial agradecimento ao José Ramón Sanchís pela tradução do texto.

Para ler em castelhano, é passar por aqui.

sábado, 30 de outubro de 2010

Planeta Basket: Mais físico na Física de Torres

Underwood no Japão

A Física de Torres fechou o seu plantel para a época 2010-11 com a chegada do norte-americano Jason Underwood, que na última época jogava nos Toyama Grouses, da BJ League (Japão).

Com 2.02m, este extremo-poste tem como principal característica a sua potência física, tornando-o muito forte nas lutas perto da tabela. Conseguindo uma boa média de ressaltos por jogo, Underwood apresenta também boas médias de lançamento de meia-distância. O jogador nascido em Outubro de 1984 representa um aumento do peso da equipa de Torres Vedras, resolvendo uma das lacunas do plantel.

Jason Underwood iniciou a sua carreira universitária no St. Clair Community College, atingindo 14.2 pontos e 9.1 ressaltos como média na sua temporada de Sophomore. Depois de um ano impedido de jogar, devido a transferência,  completou  a sua formação durante a época de 2005-06  no Centenary College of Louisiana, onde em 23 jogos conseguiu uma percentagem de lançamento acima dos 50%.

Como profissional, o norte-americano representou duas equipas de Vancouver, os Titans e os Volcano, experimentando então o seu basquetebol no continente asiático na passada temporada.

Este jogador nascido em Detroit, Michigan, terá oportunidade de mostrar toda a sua valia na primeira jornada da Proliga, quando a Física se deslocar ao Norte para defrontar o Guifões.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Planeta Basket - Trabalhar para ganhar no CSKA Moscovo

Vatutin em conversa com Vujosevic
O CSKA Moscovo é a maior referência do basquetebol europeu, quer em número de títulos, quer na grandeza apresentada por toda a sua estrutura.
Com apenas 37 anos, Andrey Vatutin apresenta-se como homem-forte do basquetebol, presidindo a administração do clube moscovita. Formado em jornalismo pela Universidade de Moscovo, Vatutin  trabalhou em clubes e na Federação Russa, até chegar ao clube moscovita em 2002. Desde aí, assistimos à sua ascensão na estrutura directiva do clube, passando pela Vice-Presidência até acumular, hoje em dia, as funções de CEO e Presidente.
Leia a entrevista conduzida por Luís Filipe Cristóvão em Planeta Basket.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Grandes goleadas nos Distritais do Porto

Entrevista no A Bola é Redonda
A figura do futebol distrital esta semana é Hugo Figueiredo, avançado do Avintes, clube que marcou na sétima jornada mais golos do que tinha marcado em todos os restantes jogos: sete! Hugo Figueiredo, que já o ano passado foi o melhor marcador da Divisão de Honra da Distrital do Porto, marcou quatro desses golos e já segue em segundo classificado na lista dos melhores marcadores deste campeonato. A vítima da fúria dos vermelho e brancos foi o São Pedro da Cova, que até ia à frente na classificação antes deste jogo.

Continuando a passear pelas competições da A.F.Porto, encontramos, na Série 2 da 1ª Divisão, um Marco 09- Dragões Sandinenses, que acabou com goleada dos visitantes de Sandim por 1-4. As duas equipas têm histórias semelhantes, depois de largos anos nos Nacionais, problemas financeiros deitaram-nos para os confins do futebol distrital. Agora, lutam pela subida à Divisão de Honra e, nesse domínio, os Dragões deram um importante passo ao esmagar assim os seus rivais.Destaque, entre os Sandinenses, para Bruno Rocha, autor de dois golos.

Já na 2ª Divisão Distrital, Série 1, o Ramaldense recebeu, no campo do Inatel, a equipa do Futebol Clube do Cerco do Porto e permitiu a maior goleada deste campeonato, 0-4. A equipa do Cerco, para além de emblema e equipamento, partilha com o "grande" da cidade Fabinho Hulk, que neste jogo saiu do banco quando o resultado já estava entregue. Na baliza está Zé Leite, homem que tem garantido a subida da sua equipa aos lugares cimeiros. De destacar ainda que o Cerco do Porto dispõe de uma dupla de treinadores (Nuno Gonçalves e José Neves), o que deverá permitir, no mínimo, o dobro do acerto nas decisões. Para os de Ramalde, orientados por Serafim Chousal, as coisas não estão fáceis. O mau resultado do último domingo é apenas mais uma etapa da péssima prestação que levam neste campeonato, decorridas que estão oito jornadas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Solobasket: Mais uma semana nas Ligas Estrangeiras

O destaque na LPB, esta semana, vai para a derrota do Benfica em Guimarães e para a primeira vitória do Penafiel de Manolo Povea.

Encontra, também, toda a informação sobre as ligas francesa, turca, grega, alemã, italiana, adriática, russa e muitas mais em solobasket.com

As virtudes


Ser um jovem calado é uma virtude muito apreciada pelo padre católico de Bondoukou, cidade do interior da Costa de Marfim, e a isso juntava Jean-Baptiste o seu nome, tão católico e bem intencionado, tão lavado de pecado na injustiça da história, que faziam dele um modelo para os outros meninos que frequentavam as lições de catequese. No meio da mais sincera pobreza, o padre pregava a palavra de Cristo para um pequeno grupo de crianças que, entre o respeito e o temor, esperavam ansiosamente serem libertadas de obrigações para dar uns pontapés na bola.
Jean-Baptiste era também um nome cheio de razões. Na verdade, os seus pais deram-lhe este nome para agradecer a sobrevivência a um parto complicado. Dedicando-o ao primo de Jesus, esperaram que a criança não ficasse às portas do céu por falta de baptismo. Ao chegar lá acima, anunciando-se como Jean-Baptiste, era certo que lhe franqueariam a entrada. Encerrava em si, ainda, uma grande contradição. É que ninguém na família sabia falar francês. Todos comunicavam numa das línguas locais, o Abron, e escolher um nome francês era, de certa forma, oferecer ao filho um destino estrangeiro.
Para além da catequese e das brincadeiras naturais das crianças, Jean-Baptiste frequentava a escola de formação do Scaraboutou Sports, uma equipa secundária da Costa de Marfim. No entanto, por mais longínquos que sejam os locais onde se joga futebol, um talento é uma coisa impossível de se esconder. E Jean-Baptiste Koulibaly era agora um talento a que ninguém ficava indiferente. Calado, sempre calado, mas um defesa-central  que impunha respeito na sua área. Como aos dezasseis anos tinha já um físico impressionante, foi contratado para ir jogar na Europa. Para a família, Jean-Baptiste tinha conquistado os favores de Deus.
Koulibaly assinou pelo CFR Cluj, uma equipa romena recuperada das cinzas da história por um milionário com um sonho. Iuliu Muresan andou pelo mundo a contratar jogadores e um dos seus empresários julgou ver em Jean-Baptiste uma esperança para o futuro. O primeiro ano passou-o na equipa de juniores e confirmou todo o seu potencial. Jean-Baptiste tinha jogo. A única ressalva que lhe faziam os treinadores era o não falar. É que Jean-Baptiste passara de ser um rapaz calado para ser um rapaz totalmente ignorante da língua que se falava à sua volta.
Sem conhecimento mínimo de nenhuma língua europeia, Jean-Baptiste tinha todas as dificuldades para se expressar ou compreender aquilo que lhe diziam. E tendo toda a sua escola sido limitada à catequese, toda a sua vida entregue à virtude de ser um bom rapaz, agradecido aos favores de Deus, Jean-Baptiste nem estranhava. Enquanto o deixassem jogar na sua posição, fazer o que sempre fizera para evitar os adversários de chegar à sua baliza, estava seguro. De resto, dormia onde lhe apontassem uma cama, comia onde lhe apontassem uma mesa. Era um rapaz simples.
No ano seguinte, acabadinho de fazer 18 anos, Jean-Baptiste Koulibaly passou a treinar com a equipa principal do CFR Cluj. Tendo muita gente na equipa que fizesse a posição de defesa-central, o treinador insistia que Jean-Baptiste jogasse mais na direita, a tapar a lateral. Mas fazer com que Jean-Baptiste compreendesse era tarefa bem mais difícil. Sempre Jean-Baptiste encontrava forma de se colocar no meio do terreno, a tentar liderar tropas, com gestos e gritos que mais ninguém percebia. Talvez por isso tenha passado a maior parte da época sem sequer ser convocado.
Só que longas são as épocas e, algumas vezes, curtos os plantéis. Na véspera do encontro com o AS Roma que definiria a continuação do CFR Cluj na Liga dos Campeões, duas lesões inesperadas e Jean-Baptiste estreia-se nos convocados. Aos onze minutos de jogo  no Estádio Constantin Radulescu, o AS Roma marca e o treinador decide colocar Jean-Baptiste na luta. A intenção era a melhor. Um jogador com o físico de Jean-Baptiste iria dar mais força no embate contra o adversário, num esquema com três centrais. Mas Jean-Baptiste não percebeu. Sempre com a tentação de se posicionar mais ao meio, desguarneceu continuamente o lado direito da defesa e o jogo foi uma luta inglória da equipa do CFR Cluj, não para ganhar ao AS Roma, mas para fazer com que Jean-Baptiste percebesse o que fazia dentro do campo.
Jean-Baptiste Koulibaly só fez esse jogo pela equipa principal. Entrou aos doze minutos e saiu aos sessenta e cinco, quando a equipa sofreu o terceiro golo e já não havia esperanças de qualificação. No campeonato nacional, Jean-Baptiste não teve oportunidade sequer de passar do banco. No final do ano, acabou dispensado. Não tinha condições para continuar como profissional do clube. Voltou para a Costa de Marfim, onde ajuda o padre de Bondoukou a educar as crianças da cidade. Joga no Scaraboutou Sports, vê os jogos da Liga dos Campeões e aprende francês. Talvez ainda volte a ser alguém, no futebol. Se lhe reconhecerem, então, as necessárias virtudes.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Chega a NBA

Começa hoje o grande espectáculo do basquetebol mundial, o campeonato da NBA. Depois de um dos verões mais movimentados da história desta liga, as atenções estão concentradas num conjunto de equipas que se reforçaram, em quantidade e em qualidade, para lutar pelo título de Campeão Mundial em 2011.

Lebron James
A Figura

Lebron James, sem margem para dúvidas. O rapaz de Akron deixou Cleveland e o Ohio para trás e chega a Miami com a responsabilidade de ganhar ou… ganhar. Com Dwyane Wade e Chris Bosh, James completa o trio maravilha dos Heat, construído numa sucessão de jogadas de mestre do eterno Pat Riley. Na pré-temporada, apesar da lesão de Wade, os Heat mostraram que poderão assumir o favoritismo na luta pelo campeonato, no entanto, todas as noites estarão expostos a difíceis testes, quer dos seus adversários em campo, quer dos adeptos, que não quererão desperdiçar nenhuma oportunidade de bater os craques.

O Valor Seguro

Kobe Bryant
Kobe Bryant é reconhecido como um dos jogadores mais influentes da liga, está na equipa campeã, tem o treinador responsável por inúmeros títulos, tem como colegas de equipa Pau Gasol e os trabalhadores Ron Artest, Derek Fisher e Andrew Bynum (quando recuperar da lesão). Mesmo tendo terminado a época passada como vencedores, os Lakers não descansaram este verão e reforçaram o seu banco, de modo a não serem surpreendidos no Play-off deste ano. De certa forma, a fase regular será o tempo de rodar as novas opções, ainda que com a vitória sempre em mente. O verdadeiro teste chegará no final da época. Mas, para esses confrontos, ninguém dirá que Kobe não é, mesmo, o valor mais seguro para se ter à frente de uma equipa.

Este país não é para velhos?

Rajon Rondo
Os irmãos Cohen não desdenhariam um casting que lhes oferecesse Kevin Garnett, Paul Pierce, Ray Allen e Shaquille O’Neill. Quem diz que os Boston Celtics é uma equipa envelhecida não reparou que na direcção do conjunto está Rajon Rondo, um dos jovens que mais evoluiu durante a sua estadia na liga, nem se apercebeu da forma como Glen Davis se vem afirmando como um incansável lutador na maioria dos jogos disputados pelos Celtics. Mesmo que a fase regular possa ser penosa, com as suas 82 partidas, a equipa de Boston é um conjunto a ter em conta quando os Play-off chegarem. Nenhum destes trintões desistiu de coleccionar mais um anel e o seu percurso do ano passado demonstrou isso mesmo. Atenção, por isso, às camisolas verdes.

Surpresa, surpresa

Kevin Durant
Nenhum dos eventuais candidatos poderá sossegar quando enfrentar uma destas seguintes equipas. Orlando Magic, Oklahoma City Thunder, Chicago Bulls e Dallas Mavericks serão os quarto cavaleiros que pretenderão aproveitar um deslize dos favoritos. Em Orlando vive Dwight Howard, a estrela de uma equipa que vive, sobretudo, do trabalho. Este ano, o sol da Florida estará concentrado em Miami, o que poderá resultar como uma motivação extra para que os “Mágicos” possam voltar a colocar em sentido os seus adversários. Eles já sabem o que é jogar uma final e não desistem enquanto não souberem como é ganhá-la. Os Chicago Bulls têm trabalhado nos últimos anos para recuperar o brilho da era-Jordan. Para isso, tentaram, em vão, convencer Lebron James a mudar-se para lá. No entanto,  Derrick Rose, Luol Deng, Carlos Boozer e Joakim Noah são a melhor aposta de futuro nesta Liga. Se todos os jogadores souberem como continuar a evoluir durante esta época, os Bulls entrarão no Play-off como um adversário que todos vão querer evitar. E, quiçá, fazer surpresa. No Oeste, Kevin Durant e os Thunder de Oklahoma City causaram sensação o ano passado e, depois das fabulosas exibições do jogador no Mundial da Turquia, espera-se um ano de crescimento e afirmação. Durant é o segundo melhor jogador para todas as posições da Liga, e assume todos os riscos nas partidas da sua equipa. Esse facto, tanto pode fazer dos Thunder um adversário perigosíssimo (e faz!), como os torna presa fácil (lembrem-se do que aconteceu quando Ron Artest “pegou” no calcanhar de Durant no confronto dos Play-off da última temporada). Em Dallas, Mark Cuban continua a acreditar que a sua equipa pode ser campeã no futuro próximo. Para isso, não permitiu a fuga de Dirk Nowitzki e o alemão continuará a brilhar numa equipa que tem sido consistente na fase regular, mas a quem falta sempre alguma coisa quando chegam as eliminatórias do final de ano. Ainda assim, se os Lakers escorregarem, os Mavericks estarão preparados para assumir as rédeas da conferência.

Os Rookies

Blake Griffin
Este ano, confrontam-se dois jogadores escolhidos como número 1 do Draft na luta pelo título de Rookie do ano. Blake Griffin fez um ano em branco, devido a lesão, mas já deixou toda a gente de água na boca devido às fabulosas exibições nos jogos de pré-temporada. Aliás, os Clippers arriscam-se a conseguir um lugar de destaque este ano, com o contributo deste fantástico jogador. Por outro lado, em Washington, John Wall parece ter ganho o lugar de Gilbert Arenas, sendo que será o jovem a liderar os Wizards. Wall é um base com grande personalidade e promete deixar uma marca com a sua passagem pela NBA. Logo veremos se será este ano que ele vai começar a ganhar cartaz no mais exigente campeonato de basquetebol do mundo. Para além destes dois jogadores, um outro ameaça tornar-se num caso de sucesso na Liga. DeMarcus Cousins, de quem muitos duvidavam que pudesse ter sucesso a um nível de jogo mais elevado, passou a pré-temporada a afirmar que, não só tem lugar na NBA, como poderia ter ganho um lugar mais expressivo no Draft (foi o 5º a ser escolhido, pelos Sacramento Kings). Melhor: não o fez apenas nas entrevistas aos media, fê-lo dentro de campo. Ele e Derrick Favors (dos frágeis Nets) terão uma palavra a  dizer na escolha dos melhores estreantes. Isso, claro, se Blake Griffin não provar que é mesmo Blake Griffin.

A Agenda

Hoje, em Boston, os Miami Heat começam a defender as expectativas que criaram.  No dia 2 de Dezembro, Lebron James volta a casa para enfrentar os Cavaliers, no que será a prova para sabermos se os adeptos de Cleveland preferirão a raiva do presente às alegrias do passado. A 25 de Dezembro, os Lakers recebem os Heat, no que será o encontro entre as duas equipas mais fortes da Liga e, quem sabe, um ensaio para a final da Liga. A 13 de Abril, termina a fase regular e, a partir daí, todos os jogos serão decisivos para decidir o grande vencedor deste inigualável campeonato. 

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Planeta Basket - Entrada brilhante de Betinho foi insuficiente

Em jogo a contar para a 5ª jornada da Adecco Oro espanhola, o Leche Río Breogan perdeu em Lérida, com Betinho a fazer um excelente primeiro período que não teve seguimento no resto da partida.


Continuar a ler no Planeta Basket.

sábado, 23 de outubro de 2010

Solobasket: Guia da Liga Portuguesa

O Guia da Liga Portuguesa de Basquetebol já está disponível no site solobasket.com. Ali poderão encontrar os plantéis completos da Liga, em actualização permanente, para além de uma antevisão individual de cada uma das equipas participantes no campeonato.

Consulta: Guia LPB/solobasket.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Inter - Boavista na Distrital do Porto

O Inter Milheirós Futebol Clube foi fundado em 1971 na localidade do Concelho da Maia, por um grupo de amigos que escolheram o nome em jeito de homenagem ao colosso milanês. No entanto, rezam as crónicas que, dado o facto das transmissões futebolísticas e as fotografias nos jornais serem todas a preto e branco, os fundadores do clube escolheram o preto e vermelho como cores oficiais dos seus equipamentos. Infame desonra faria italianos darem voltas em sepulturas, se o soubessem. Mas alguns anos mais tarde, já com o technicolor a tomar conta das televisões, o clube acertou as agulhas à homenagem, optando pelas listas azuis e pretas para se fazer representar nos seus jogos. O Inter Milheirós disputa a Série A da Segunda Divisão Distrital do Porto e, tendo um plantel recheado de jogadores que nunca passaram do futebol distrital, destaca-se a inclusão de três jogadores estrangeiros nas suas fileiras, os brasileiros Douglas e Marcelo e o ucraniano Volodymir, que na época passada actuou no Custóias. A equipa orientada por Joaquim Canário tem como objectivo voltar a fazer um campeonato tranquilo, seguindo actualmente como sétimo classificado de um campeonato com dezanove equipas.
Equipa Técnica do Boavista B
Esta semana, o Inter Milheirós receberá no seu Campo de Jogos, a equipa de maior renome do seu campeonato. Nem mais, nem menos, o Boavista Futebol Clube. O clube do Bessa já no ano passado se tinha inscrito nesta divisão, para precaver a impossibilidade de disputar os Nacionais. Este ano, e já depois de garantida a inscrição da equipa principal na 2ª Divisão Nacional, o Boavista decidiu manter a inscrição e apresenta uma equipa B nos distritais. A equipa boavisteira ainda só disputou três jogos, tendo provado já o sabor da vitória, do empate e da derrota. Liderada pelo treinador João Vitorino, o Boavista B já cumpriu um dos seus objectivos, dado que o jovem Diogo, inscrito na equipa dos distritais, já foi chamado a jogar pela equipa principal.
Atenção, portanto, ao que se vai passar em Milheirós: uma reedição de confrontos históricos entre Inter e Boavista, mas desta vez no apaixonante reduto do futebol distrital. Será, sem dúvida, um encontro a não perder.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Início da colaboração com o Sólobasket - LPB, Jornada 1

O autor do blogue Sociedade Anónima Desportiva colabora, a partir de hoje, com o blogue de basquetebol Solobasket.com, com informações sobre a Liga Portuguesa de Basquetebol. Todas as semanas, aparecerão notícias sobre o campeonato na rubrica "Ligas Extranjeras", para além de um Guia completo sobre a Liga Portuguesa que terá uma primeira publicação durante a próxima semana e será actualizado regularmente.

Para que os leitores tenham informação regular sobre os novos artigos no site espanhol, colocaremos aqui os links. Visitem então a página onde poderão encontrar novidades sobre os jogos da semana nas Ligas de Basquetebol de Itália, Alemanha, França, Argentina, Portugal, Adriático, Rússia, Turquia, Grécia e outras.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Da 3ª divisão para o Mundo

Houve taça, este fim-de-semana, nos campos de futebol portugueses. Mesmo com a entrada em cena dos grandes, a nossa atenção percorreu os jogos onde as equipas da 3ª Divisão conseguiram apurar-se para a fase seguinte.
No Estádio Municipal do Bombarral, o Bombarralense protagonizou uma das surpresas da jornada ao eliminar o Louletano. A equipa do Oeste tem protagonizado um campeonato sem grandes rasgos, mas o seu futebol foi suficiente para dominar os algarvios e, por intermédio dos golos de Bruno Basílio e Pitico, continuar a sonhar com a glória nesta competição.
Em Santa Maria dos Galegos, encontraram-se duas equipas da 3ª Divisão, no único encontro que garantia a presença de um clube do escalão mais baixo do nosso futebol na próxima eliminatória. A equipa de Penalva do Castelo deu luta, mas foi o Santa Maria a ganhar o bilhete da passagem, devido a um golo do experiente Pedro Caravana, jogador que já pisou palcos mais elevados do nosso futebol, com a camisola do Gil Vicente.
Em Mondim do Basto, num dos jogos aqui destacados  na antevisão da eliminatória, o Mondinense ganhou a batalha frente ao Coimbrões. A equipa forasteira conseguiu recuperar a desvantagem, mas viu, já no prolongamento, três dos seus jogadores expulsos. O herói do jogo é Hugo Lopes, ou Huguinho, jovem jogador formado no Vitória do Guimarães. Faltavam apenas seis minutos para o final da partida quando o jogador, entrado em campo já no prolongamento, assinou o segundo golo para os de Mondim e guiou assim a sua equipa à passagem da eliminatória.
Três equipas modestas mas com um sonho comum, encontrar um grande na próxima eliminatória. O sorteio o dirá.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um português na NCAA

Rui Carmo

Pouco ou nada conhecido em Portugal, um luso-descendente atingiu na época passada grande destaque na Divisão 3 dos Campeonatos de Basquetebol Universitário Norte-Americano(NCAA). O seu nome é Rui Carmo e, representando o Green Moutain College, foi o jogador com a maior média de pontos por jogo na sua divisão.

Rui nasceu no dia 2 de Junho de 1984 em Bridgeport, Connecticut, onde durante a sua juventude praticou vários desportos até escolher o basquetebol. Enquanto estudou no ensino secundário já jogava em equipas de séniores, com vista a melhorar as suas características e tentando medir as suas qualidades com jogadores mais evoluídos, abdicando de uma carreira no basquetebol liceal norte-americano. Isso não fez com que o jovem filho de portugueses passasse despercebido ao treinador do College of St. Joseph, onde ele iniciou a sua carreira universitária, “por ter alguns amigos que jogavam por lá e também por saber que estavam a preparar uma equipa competitiva para a época seguinte”, diz-nos o basquetebolista. O impacto de Rui Carmo na sua equipa foi imediato. Logo na época de rookie, superou os 18 pontos e 11 ressaltos por jogo, o que o fez ser nomeado como o rookie do ano da sua Conferência, para além de ter sido escolhido para o cinco ideal da mesma. Na segunda época, Rui melhorou as suas médias (21 ppj, 11 rpj) e, repetindo a escolha no cinco ideal, liderou a sua equipa até à vitória na Conferência e à participação no Campeonato Nacional da Divisão 3.

Green Moutain College 2009-10
Alcançado este feito na Sunrise Conference, Rui Carmo aproveitou a mudança de treinador na sua escola para, também ele, experimentar a transferência para uma equipa mais competitiva nos dois anos que lhe restavam na Universidade. Na época de 2007-08, devido a essa mesma transferência, só jogou um semestre, o que foi suficiente para ser referido como uma das revelações da Conferência North Atlantic e ter levado a sua nova equipa, Green Mountain College, à Final Four do Campeonato com médias de 23 ppj e 13 rpj.  A sua última época no basquetebol universitário haveria de ser aquela onde conseguiu maior destaque. Em 2009-10, Rui Carmo acumulou o título de jogador com mais pontos por jogo (25), ficou classificado como o nono jogador com mais ressaltos na NCAA Div.3, jogador do ano da Conferência North Atlantic, nomeado para o All Star Game da NCAA Div.3 e nomeado na terceira equipa do campeonato pela revista The Sporting News. Tal currículo faz com que Rui Carmo seja um jogador com grandes hipóteses de seguir para uma carreira profissional.

Em acção
Rui Carmo tem 1m97 de altura e revela-nos, em discurso directo, as suas características de jogador. “Posso jogar em diferentes posições, desde base lançador a extremo-poste, e como conjugo altura e agilidade, também apresento bons resultados defensivos contra diferentes tipos de jogador. Tenho vindo a melhorar a minha capacidade de lutar pelos ressaltos e consigo afundar com facilidade, por isso sou um jogador que consegue dar espectáculo”. Rui Carmo não detém ainda nacionalidade portuguesa, mas tem como sonho poder vir a jogar numa das ligas profissionais portuguesas. Um grande admirador do basquetebol do Rui Carmo é o seu último treinador, Todd Montana, que teve oportunidade de nos revelar que considera o Rui como “o lançador mais versátil de toda a história do Green Mountain College”.

A partir de Dezembro, data em que terminará o seu curso, Rui Carmo mostra-se muito animado com a possibilidade de viajar para Portugal  à procura de equipa. “Até agora não tive nenhum contacto com o basquetebol português, mas sempre foi algo que fez parte dos meus objectivos”. Esperemos que consiga encontrar, em breve, essa oportunidade.

domingo, 17 de outubro de 2010

Luta intensa em nova vitória da Física de Torres

Num pavilhão muito bem composto, com a claque valonguense a marcar ruidosa presença, Física e Valongo encontraram-se para disputar jogo da terceira jornada do Nacional de Hóquei em Patins, numa partida onde o favoritismo pendia para os da casa. Ainda assim, foi a equipa forasteira quem entrou por cima no jogo, surpreendendo a equipa da casa com um jogo agressivo de pressão intensa sobre o jogador com posse de bola. Não será, por isso, de espantar que o tenham conseguido marcar primeiro, aos 8 minutos da primeira parte. A Física reagiu, como seria de esperar, e dominou todo o resto da primeira parte, dando a volta ao marcador com dois golos de German Dates. No entanto, o resultado de 2-1 não espelhava fielmente aquilo que se passava dentro do ringue. A Física falhou mais de uma mão cheia de oportunidades flagrantes, sendo que o seu adversário também viu o guarda-redes Carlos Coelho negar-lhe o golo por três vezes.

No início da segunda parte, a Física voltou a pressionar o adversário, mas só conseguiu marcar ao passar dos 14 minutos, com Alan Fernandes a fazer golo num lance de livre directo. Ainda assim, o Valongo reduziu de novo o marcador na jogada seguinte, atingindo o empate três minutos depois. A equipa valonguense mostrou-se sempre muito agressiva, recorrendo ao choque como forma de intimidar a equipa de Torres Vedras, neste jogo incapaz de colocar em campo a sua superioridade técnica. A equipa da arbitragem também dava sinais de se deixar intimidar pela agressividade da equipa nortenha e permitiu uma série de lances que as novas regras sancionam.

O lance capital da partida deu-se aos 18 minutos da segunda parte, com uma grande penalidade assinalada na área do Valongo e o jovem Carlos Garrancho a marcar o 4-3. A partir daqui a Física pegou na bola e tornou o jogo mais lento, ganhando precioso tempo devido a uma excelente troca de bola. Mérito para o Valongo que nunca desistiu de procurar o empate, tendo tido soberana oportunidade a apenas 12 segundos do fim, desperdiçando um livre directo.

No final, vitória merecida para a equipa da Física que não esteve nos seus melhores dias mas mostrou capacidade de sofrimento para levar de vencida uma equipa do Valongo muito lutadora, mas sem capacidade para impor o seu jogo sem recorrer ao choque físico, supostamente não permitido pelas novas regras. A pior equipa em campo foi a de arbitragem, demonstrando alguma desorientação em vários lances e permitindo um tipo de jogo que já não se vê na maioria dos ringues.

Ode ao último passe



dedicado ao Jorge Melícias

O futebol é uma arte. Esta frase passa o tempo na boca de comentadores e jornalistas desportivos. Todos tentam elevar o futebol a uma categoria estética que é, mais das vezes, incompreendida pelos demais. Mas as relações entre futebol e arte sempre foram íntimas. Música, pintura, literatura, cinema – em tantas artes é possível encontrar a presença do futebol ou da festa que o acompanha. Mais difícil será encontrar quem tenha como objectivo, na sua vida, atingir o auge criativo na junção de futebol e arte. Mas houve um homem que tentou.
Juraj Mikulic nasceu em  Trnava, na zona ocidental da Eslováquia. Sempre foi um jovem muito metido consigo mesmo. Desde pequeno se entretinha entre os muitos livros que a sua mãe guardava em casa. Era um leitor desenfreado, lia de tudo, parecendo que ia transformando a sua vida num enorme romance de aventuras, mesmo pouco saindo de casa, senão aquele diário casa, escola, casa, para voltar outra vez a mergulhar nos livros e a encontrar novas histórias e possibilidade de deixar a sua imaginação caminhar pelo mundo inteiro.
Tanta entrega aos livros, e a estar em casa, confundia muito o espírito do seu pai. Tudo bem, ter boas notas na escola seria essencial para o futuro da criança, mas esta precisava de mais alguma actividade que a impedisse de estar sempre pendurada nesses voadores balões da imaginação. E que coisa melhor para trazer o rapaz à realidade do que o meter a jogar futebol? Tinha Juraj doze anos, foi levado pelo pai aos treinos de captação do Spartak Trnava e, embora ninguém lá em casa o esperasse, foi seleccionado para ficar. O miúdo tinha jeito para a bola.
Desde os primeiros treinos que lhe destinaram o lugar do número dez. Juraj era o artista da equipa. Ele lia o jogo melhor que ninguém e sabia sempre estar no caminho da bola. A meio do caminho. Recebia e entregava-a com limpeza, fazia um jogo de linhas limpas e suaves, mas ainda assim dominadoras. Durante toda a sua formação, Juraj Mikulic dominou campos e jogos, colegas e adversários, sempre com a camisola às riscas pretas e vermelhas. Ele era o orgulho da equipa de Trnava e também um exemplo da formação do clube, visto que conjugava os atributos futebolísticos com os estudos.
Juraj Mikulic completara os estudos secundários sem dificuldades. Era também um assíduo frequentador do clube do livro, paixão que não largara. Consideravam-no um prometedor poeta. Lia os clássicos, exercitava o verso, compunha odes que atraíam as atenções dos críticos. No entanto, não deixava de ser estranha a forma como Juraj frequentava os salões literários, com aquele passo aberto e descontraído do jogador de futebol, postura que os outros poetas temiam, ao longe, porque aos futebolistas sempre esteve associada uma injusta aura de causadores de problemas e uma justa fama de conquistadores de corações de meninas indefesas.
O pior é que, da mesma forma que os literatos toleram mal os futebolistas, os treinadores de futebol toleram mal os artistas que não cumprem com as ordens que levam para campo. Talvez tenha sido esse espírito um tanto libertário e poético de Mikulic que levaram o treinador da equipa principal do Spartak Trnava a emprestá-lo ao FK Senica na sua primeira época como sénior. Esta equipa evoluía na segunda divisão eslovaca e era uma boa oportunidade para que Juraj demonstrasse toda a sua vontade de brilhar no mundo do futebol profissional.  Mesmo que não fosse esse o seu único objectivo.
Porque Juraj Mikulic tentava mesmo unir as duas artes em que era mestre, futebol e poesia. E uma vez recusado nos encontros dos poetas de Trnava e Senica, Mikulic fazia uma última tentativa nos campos de futebol. Escrever uma ode triunfal em pleno meio-campo enquanto tentava rasgar o relvado com magníficos passes para golo. Juraj Mikulic tentou isso durante uma época inteira com a camisola vermelha do FK Senica, o número dez nas costas, o desespero do treinador e os apupos dos espectadores cada vez mais presentes sobre os seus ombros. Ele não desistiu. Foi colocado no banco e, no final da época, dispensado. Voltou a casa da mãe, aos livros que ela guarda e onde ele passa os seus dias, mergulhado. A um homem adulto, todos desculpam dias inteiros fechados em casa.

sábado, 16 de outubro de 2010

Dois galos para um poleiro

Começa hoje mais uma edição da Liga Profissional de Basquetebol, um campeonato onde as novidades serão a introdução da novas regras e a repetição da luta entre as duas grandes equipas portuguesas da actualidade, Benfica e Porto.
A equipa do Benfica inicia o campeonato galvanizada com o apuramento para o EuroChallenge e com um plantel reforçado para tentar o terceiro campeonato consecutivo. Para além de dois novos americanos, o Benfica contratou Rodrigo Mascarenhas e Francisco Jordão, do 1º de Agosto (Angola), permitindo melhorar as opções do seu banco, mesmo sendo já a equipa com melhor rotação da competição. Por seu lado, o Porto reforçou-se para conseguir pôr em causa o domínio da equipa da Luz, sendo de destacar a contratação do base José Costa (ex-Ginásio) e os extremos Miguel Miranda (ex- Ovarense) e João Santos (ex- Benfica). O que ambas as equipas prometem é um grande equilíbrio, sobretudo por deterem as equipas mais experientes e com mais jogadores com jogos internacionais (em conjunto reúnem 14 internacionais portugueses).
A disputar os outros dois lugares que dão vantagem na primeira eliminatória dos play-off estarão a Ovarense e o Vitória de Guimarães. A equipa de Ovar trocou os seus americanos, contratando a dupla do CAB, Ryan Schneider e Matt Webster, e encontrando em Jason Smith (ex- Levski, Bulgária) um jogador que será primeira opção em detrimento de Nuno Manarte, que era, no ano passado, um dos pontos fracos da equipa. Para além disso, conseguiu resgatar Fernando Neves ao Vitória de Guimarães, enfraquecendo assim um concorrente directo. Na equipa minhota, os olhares estarão concentrados na mais valia que jogadores como Paulo Cunha e André Bessa (ex- Porto), Augusto Sobrinho (ex-Lusitânia) e Cláudio Pedroso (ex- Alicante, Espanha) poderão trazer a uma equipa bastante renovada. Fernando Sá quererá confirmar o favoritismo que é dado à sua equipa, não deixando, no entanto, de ter outras equipas que ambicionarão a conquista do quarto lugar.
A equipa que poderá estar mais perto de o conseguir é a Académica de Coimbra, embora os resultados conseguidos na Troféu António Pratas possam ter deixado algumas dúvidas no ar. A Académica reforçou-se com Tommie Eddie (ex-Vit. Guimarães), Matt Shaw (ex- Illiabum) e Yuma Chia Kur (ex- Arkansas State, EUA). A tripla de americanos parece forte o suficiente para fazer frente a equipas como o Illiabum (atenção ao regresso de Miguel Barroca à possibilidade de jogar muitos minutos) e o CAB (bastante reforçado com jogadores como Jorge Coelho, do Porto, Jaime Silva, do Vit. Guimarães, e Fred Gentry do Inter de Luanda).
A lutar para não descer estarão o Barreirense, que apresenta mais uma vez uma equipa extremamente jovem, mas com uma rotação e qualidade que consegue surpreender em alguns jogos, o Sampaense, que surpreendeu no Troféu António Pratas, o Lusitânia, com Marcel Momplaisir, um dos melhores americanos de sempre da Proliga, e o Penafiel, que aposta num misto de juventude e experiência.
A bola é lançada já daqui a poucos minutos, na Figueira da Foz, onde o Ginásio recebe a Ovarense, e na Luz, onde o Benfica recebe o CAB, em jogo que pode ser seguido na Benfica TV.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Chuva de estrelas na Taça

Municipal de Mondim do Basto
Mais um fim-de-semana de Taça, depois da interrupção dos campeonatos profissionais devido aos compromissos das selecções. As atenções estarão repartidas por vários campos do nosso país, numa eliminatória onde já participarão os clubes da Liga Zon Sagres e, assim, poderemos acompanhar alguns dos jogos desta competição na televisão.
Mas, antes de mais, as nossas atenções viram-se para Mondim do Basto, onde dois clubes pouco conhecidos no panorama do nosso futebol lutam por um lugar na história da Taça. O Mondinense, da 3ª Divisão, recebe o Coimbrões, da 2ª, num jogo em que nenhuma das equipas quererá deixar de confirmar o bom momento de forma que passam nos respectivos campeonatos, os de Mondim na primeira metade da tabela, os de Coimbrões num surpreendente terceiro lugar. Em Mondim do Basto mora uma das grandes promessas-que-não-foi do futebol português. Falamos de Kipulo. Não, não nos estamos a referir ao incrível zairense que perfumou os relvados portugueses nos finais dos anos 80. Kipulo, civilmente reconhecido como José Carlos Pereira, é um produto das escolas do Vitória de Guimarães, tendo adoptado nome de craque. Curiosamente, em 2001, fez parte de uma das equipas portuguesas a vencer o Torneio de Toulon, numa equipa onde também jogavam Bosingwa, Ricardo Costa, Bruno Alves, Carlos Martins e Hélder Postiga. Tendo pisado os relvados da primeira divisão com a camisola do Guimarães e do Moreirense, Kipulo tem feito toda a sua carreira em clubes do norte do país. No próximo domingo poderá resgatar um lugar na história, se for ele a marcar um dos golos dos Mondinenses. Do lado do Coimbrões, destacamos Bruno Fogaça. Não, não é o avançado brasileiro, mas um número 10 nascido em Espinho. Na última jornada foi suplente, mas isto de ter nome de craque é sinónimo de perigo iminente. Logo veremos.
A nossa atenção desce também ao Algarve onde duas equipas da Zona Sul da 2ª divisão vão tentar salvar na Taça aquilo que não têm conseguido fazer no campeonato. O Grupo Desportivo de Lagoa conta por derrotas todos os jogos do campeonato, mas eliminou o Tondela na eliminatória anterior. Na baliza desta equipa estará Pedro Peraltinha, um guarda-redes alentejano que fez parte da sua formação no FC Porto, passou pelo Leixões, mas acabou atirado para os escalões secundários do nosso campeonato. Do outro lado, estará o Torreense, uma equipa que tem desiludido no campeonato. Assolado por uma onda de lesões, a equipa de Torres Vedras espera poder recuperar o ponta-de-lança Diego para fazer frente aos algarvios. Mas não vai ser fácil.
Voltando ao ponto onde começamos, lembrar que a atenção mediática está centrada nos jogos dos grandes, todos a serem disputados já amanhã. O Sporting visitará o Estoril Praia, a equipa mais brasileira de Portugal, agora que foi adquirida pela empresa de gestão desportiva Traffic. O Estoril tem também o treinador com o melhor nome de todas as ligas nacionais, Vinícius Eutrópio, que apesar do nome já treinou o Fluminense e o Grémio Prudente, ainda que por pequenos períodos. O FC Porto receberá o Limianos, no que será o encontro "David vs Golias" da eliminatória e o Benfica recebe o popular Arouca, que não perderá a oportunidade para demonstrar a sua enorme vontade de conviver com os grandes já na próxima época.
Enfim, fim-de-semana de emoções para todos os amantes do futebol.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Intensidade, paixão e trabalho de equipa" - Entrevista a Carl Lahr (Vice-Presidente dos LA Clippers)

Carl Lahr é vice-presidente dos Los Angeles Clippers, responsável pela área de marketing e vendas desta equipa da NBA. Como segundo clube da cidade californiana, os Clippers foram sempre visto como uma equipa menor no panorama do basquetebol americano. No entanto, com o regresso em alta do rookie Blake Griffin, que falhou a última época devido a lesão, os Clippers apresentam-se como uma das atracções da Liga que se iniciará no final deste mês.
Na conversa com Carl Lahr podemos perceber o nível de uma organização como a NBA. Qualquer comparação com qualquer outra realidade do basquetebol será pura ficção.


Deves ter um dos empregos mais difíceis da NBA, tentar vender basquetebol em Los Angeles sem ser o dos Lakers? Isso é mesmo possível?
Sim, estamos seguros que o mercado de Los Angeles consegue suportar duas equipas da NBA. De certa forma, podemos até agradecer ao sucesso dos Lakers o grande número de adeptos de basquetebol que temos na cidade. Não os vemos como competidores fora do campo. Somos agressivos, criativos e inovadores no nosso processo de marketing e vendas e sempre muito dispostos a enfrentar novos desafios todos os dias.

Qual é o número médio de espectadores num jogo dos Clippers no Staples Center?
Na época passada tivemos uma média de 16 434 espectadores por jogo, o que nos deixa ainda 3000 lugares por preencher em cada noite.

Que tipo de adeptos procuram?
Nós tentamos ser acessíveis a toda a gente,  procurando adeptos de todas as idades, género e capacidade financeira. Temos a sorte de estar a trabalhar num mercado de aproximadamente 15 milhões de pessoas.

O que é mais importante para vender bilhetes para um jogo dos Clippers? A história da equipa, o plantel actual ou o adversário em cada um dos jogos?
Os valores que tentamos incutir no nosso processo de marketing são a intensidade, a paixão, o trabalho da equipa e, claro, a nossa história.

O facto do Blake Griffin não ter jogado a época passada devido a lesão teve consequências nas vossas vendas? Achas que ele poderá ser o símbolo da equipa para os próximos anos?
Ainda antes da lesão, o entusiasmo gerado pela vinda dele gerou um aumento de 2000 bilhetes de época.  Os nossos adeptos são leais e pacientes e temos a sorte de os ter mantido connosco. Este ano, estamos a fechar as vendas de bilhetes de época com esses mesmos 2000 bilhetes a mais. O nosso plano de negócios está a caminho de duplicar o valor da receita e a empresa deverá apresentar números com um aumento acima dos 25%. E sim, estamos seguros de que o Blake Griffin será o símbolo da nossa equipa e que, em conjunto com o Eric Gordon, Al-Farouq Aminu e Eric Bledsoe, constitui um coração jovem para uma equipa que conta com a experiência de jogadores como o Chris Kaman, Baron Davis, Ryan Gomes e Randy Foye. Com este grupo de jogadores, temos todas as esperanças de conseguir atingir os Play-off esta época.  

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fangueiros em alta

Plantel do C.F.Fão 2010/11


No nosso mergulho semanal ao futebol que se pratica pelo país, visitamos hoje uma equipa que está a ter um início de época praticamente irrepreensível na Série A da 3ª Divisão Nacional de Futebol, o Clube de Futebol de Fão. Depois de na época passada ter garantido a continuidade neste escalão mesmo na última jornada, o Fão conta com vitórias em todos os quatro jogos disputados até agora.
A equipa fangueira tem uma média de idades muito baixa, já que a renovação do plantel se fez, sobretudo, nas camadas jovens de clubes da Região Norte. Rio Ave, Trofense e Varzim reforçaram a equipa liderada por João Marafona, também ele um jovem treinador, oriundo de Vila do Conde. A excepção a essa política de contratações foi Chico Fonseca, o veterano do plantel, com 42 anos. Chico Fonseca andou pela primeira divisão nacional nos anos noventa, com a camisola do Belenenses, Salgueiros e Paços de Ferreira. Depois, desceu aos confins do futebol português e chegou a Fão depois de passagens por Leça, Cabeceirense, Balasar, Apúlia e Castanheira.
No campeonato deste ano, o Fão já venceu adversários como o Valenciano, o Melgacense, o Maria da Fonte e o Limianos, no fim-de-semana passado, por 2-0. Neste momento, e graças a o excelente início de temporada, afigura-se como um dos candidatos a disputar a subida nesta série.
Uma última curiosidade para o facto de, no plantel do Fão, encontrarmos dois Coentrões (serão familiares do craque benfiquista?). O mais jovem dele chama-se mesmo Fábio Coentrão e é defesa. Como estão fora da Taça de Portugal (na única derrota da época, contra o Mirandela), a próxima oportunidade para ver a equipa fangueira será em Esposende, a 24 de Outubro.
Até lá, ninguém colocará em causa o grande percurso desta jovem equipa.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Uma visita à Islândia

Sporting 1986/87
Em dia de jogo de Portugal na Islândia, vou ao baú das memórias relembrar uma célebre visita de uma equipa portuguesa a território islandês. Ocorreu no dia 17 de Setembro de 1986, na cidade de Reiqueiavique, o jogo Akranes - Sporting, a contar para a Taça Uefa.
A equipa orientada por Manuel José fez uma época sofrível, terminando em 4º lugar, mas deixou no currículo duas goleadas históricas. Os 7-1 ao Benfica, em Alvalade, e os 0-9 na Islândia, resultado que ainda hoje está no livro dos recordes da Uefa por ser a mais dilatada vitória fora.
Numa equipa onde se destacavam alguns jogadores históricos dos leões, como Venâncio, Oceano ou Manuel Fernandes, foi o inglês McDonald quem brilhou, marcando três dos golos da equipa (quase toda a sua produção durante os anos que passou em Alvalade). Os restantes golos ficaram à conta de Meade e Manuel Fernandes (dois cada), Zinho e Negrete.
A diferença de valores entre as equipas não será, esta noite, tão grande como a daquela noite há vinte e quatro anos atrás. Ainda assim, que a memória seja inspiradora e que a nossa selecção possa voltar da gélida Islândia com um resultado que nos orgulhe a todos.

(fonte)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"Queremos construir equipas competitivas" - Entrevista a Ricardo Ribeiro

Ricardo Ribeiro
Ricardo Ribeiro estreia-se, esta época, como Coordenador Técnico dos escalões de formação do Belenenses, em Basquetebol. Depois de passagens pelo At. Malveira e pela Física de Torres, onde também foi praticamente da modalidade, Ricardo Ribeiro assume este projecto num dos históricos clubes do nosso país.
A época começou no início do mês, para as equipas de Sub-18, Sub-16 e Sub-14 Masculinos, nas competições distritais de Lisboa.
A conversa com o treinador, licenciado em Educação Física, com especialização em Basquetebol, tocou a sua carreira como jogador e treinador, juntamente com os objectivos do projecto que agora lidera.


Como escolheste o basquetebol como actividade desportiva na adolescência?
Comecei a jogar com 11 anos na A.E Física de Torres Vedras, através do meu professor de Educação Física Luís Seco, gostando desde logo desta fantástica modalidade. Experimentei ainda outros desportos em Torres Vedras mas nenhum me seduziu como o Basquetebol.

Como se deu a transição de praticante para treinador, ainda tão jovem?
 Quando entrei na faculdade, no curso de Educação Física, comecei a dedicar-me muito mais à minha carreira académica e formação profissional do que ao treino como atleta, principalmente quando passei ao escalão sénior. Um dos princípios que sempre me orientaram foi que só queria começar a ser treinador quando terminasse o meu curso. E assim foi, após alguns convites resolvi começar a minha carreira no clube onde jogava na altura, o Atlético da Malveira, clube que guardo muitas recordações e manifestações de afecto.

Tiveste experiências na Física e na Malveira como treinador de formação. O que aprendeste nesse percurso?
 Na Malveira consegui ganhar a experiência necessária para abraçar um projecto de outra envergadura como foi o de trabalhar como adjunto da equipa Sénior da Física ao mesmo tempo que liderava uma equipa de formação. A Malveira é um clube mais familiar e cheio de gente boa, que me deu todas as condições para pôr em prática os conhecimentos académicos e a minha experiência como treinador. Na Física foi-me proporcionada a oportunidade de trabalhar com fantásticos treinadores e jogadores, com os quais aprendi muito ao longo destes cinco anos.

Como surgiu o convite para ingressares no Belenenses?
A minha vida pessoal alterou-se e estando a viver em Lisboa estava a ser muito complicado dedicar o tempo que é necessário para um bom trabalho e decidi com muita pena minha abandonar o clube do meu coração. As minhas principais motivações derivam do facto do CF “Os Belenenses” ser um clube com história e tradição. Foi-me proposto um projecto ambicioso para dinamizar e reorganizar a secção de basquetebol. Sendo a única modalidade do clube que funciona de forma autónoma, garante-nos alguma estabilidade. Será, no fundo, um começar do zero. Outra motivação é, sem dúvida, o gosto pela modalidade e o desejo de experimentar um novo desafio. Gostaria também de agradecer à Física de Torres Vedras por tudo o que me proporcionou nestes anos em que tive o privilégio de lá trabalhar.

Sendo o  Belenenses um clube histórico, tem andado arredado das competições de séniores e descurado a formação. Quais são os teus objectivos no imediato?
Primeiramente, vamos reestruturar a Escola de Basquetebol e formar um corpo técnico de qualidade. Procuraremos, como principal objectivo, dinamizar a captação de atletas, aumentando o seu número, principalmente em minibasket e sub13. As principais estratégias são a implementação do projecto “O basquetebol vai à Escola” nas escolas da Ajuda/Belém/Restelo e a divulgação da Escola de Basquetebol. Procuraremos criar novas actividades na Escola de Basquetebol e também uma aproximação às outras modalidades do CF “OS Belenenses”, de forma a aproveitar os recursos e as experiências das diferentes pessoas envolvidas. Queremos melhorar as condições de trabalho e de treino, criar um modelo de jogo e, muito importante, envolver os pais na dinâmica da Escola.

Achas que com esse trabalho de base se poderá voltar a ver o Belenenses a ganhar títulos?
 Queremos neste primeiro ano criar uma nova dinâmica na captação de jogadores, uma vez que nos últimos anos não tem sido possível ter atletas e minibasket e essa é a base para “alimentar” os escalões seguintes. A curto prazo será difícil mas faremos o possível por criar equipas bem preparadas. Queremos também construir equipas competitivas, fomentando o espírito de grupo entre todos os escalões e criando uma dinâmica de clube positiva.

E quando achas que poderá voltar a haver basquetebol sénior no Restelo?
 Para a próxima época já contamos ter uma equipa de sub20 ou equipa sénior na cnb2 aproveitando o trabalho feito este ano nos sub18, no qual criámos duas equipas para dar mais competição aos nossos atletas. Ter uma equipa Sénior na Liga Profissional será mais difícil nos próximos tempos, uma vez que o clube e os patrocinadores estão a atravessar dificuldades financeiras. Para ter uma equipa ao mais alto nível são necessários outros meios e uma estrutura profissional.

domingo, 10 de outubro de 2010

Lutar pelo destino


Certos homens estão destinados a ser heróis. Outros, tão perto ficam desses momentos de heroísmo, que são profundamente esquecidos pela história. Jovan Pekic desde cedo pressentiu estar destinado a ser um dos esquecidos. Mas toda a sua vida tem lutado para ser um daqueles que ficam registados na memória de uma cidade ou de um país. Infelizmente, pelo menos para ele, nunca o conseguiu.
Jovan poderia ter sido eleito o rei do baile de finalistas do Liceu de Domzale em 1989. Era um dos rapazes mais populares, futebolista promissor da cidade, namorava com uma das raparigas mais bonitas do Liceu. Tinha, de facto, tudo para ser o rei do baile. Mas o destino não estava de acordo. Horas antes do início do baile, a avó de Jovan, que vivia numa pequena aldeia nos arrabaldes da cidade, teve uma queda na sua cozinha e Jovan, sendo o homem da casa, teve que acompanhar a mãe para a socorrer. Ou seja, nem chegou a ir ao baile onde seria coroado.
Mas não era nos bailes que Jovan Pekic queria brilhar, e sim, nos relvados. Era um brilhante médio esquerdo formado no NK Domzale e chegou muito jovem à equipa principal, numa época em que esta ainda andava pelas divisões secundárias. O seu futebol chamou tanto a atenção dos olheiros que percorriam aquele jovem país à procura de pérolas que Jovan Pekic acabou por ser convidado a ir prestar provas ao Oldenburg, da Alemanha, clube que disputava a 2ª Bundesliga.
As coisas na Alemanha não correram como o esperado. Jovan prestou provas e assinou contrato, mas o Oldenburg já tinha quatro jogadores estrangeiros inscritos e Jovan limitou-se a treinar durante um ano inteiro, sem esperança de se poder estrear no campeonato. O Oldenburg acabou por descer de divisão no final da época e Jovan voltou à Eslovénia, para jogar no NK Mura, que preparava uma equipa para tentar ser campeão nacional. Pekic mantinha toda as suas qualidades e seria a estrela da equipa.
Foram anos felizes para Jovan. Foi utilizado em praticamente todos os jogos do campeonato, qualificou-se várias vezes para as competições europeias, foi chamado a representar a selecção nacional. Mas nunca foi campeão. Por alguma razão, o NK Mura ficou sempre perto do título sem o atingir. Jovan jogava e fazia jogar, mas nos momentos decisivos, a equipa parecia esmorecer, enfrentar as suas fraquezas e cair. Segundos e terceiros lugares foi o melhor que o NK Mura conseguiu atingir.
Com o passar dos anos, Jovan Pekic acabou por regressar ao NK Domzale, a sua equipa de sempre, onde assumiu mais uma vez a liderança das esperanças de todos os seguidores da equipa. E mesmo que nem sempre a carreira da sua equipa atingisse o sucesso, ele continuava a merecer a confiança do seleccionador nacional, numa fase da sua carreira em que às suas qualidade já havia juntado a experiência. A série de apuramento para o Mundial 2002 era a grande aposta da Federação, mas o primeiro jogo correu tão mal que os eslovenos acabaram por empatar nas Ilhas Faroe, mesmo estando a ganhar por 2-0 a cinco minutos do fim.
Esse empate foi apenas o prenúncio daquilo que se seguiria. A Eslovénia acabou a série de apuramento sem derrotas, com cinco empates e cinco vitórias, várias delas com golos nos últimos minutos. O segundo lugar, garantindo a qualificação para o Play-off, enchia o jogador de esperanças de chegar ao Mundial.  Pekic tinha agora 30 anos e preparava-se com afinco para a dupla jornada de Novembro contra a Roménia. Seriam dois jogos a precisar de um herói. Sem dúvida.
No primeiro jogo, em Ljubliana, a Eslovénia venceu por 2-1. Pekic jogou os últimos dez minutos, tentando segurar o resultado. E a 14 de Novembro, em Bucareste, Jovan Pekic entrou como titular e corria o  minuto cinquenta e seis, quando se isolou no meio campo e partiu para o que tudo indicava ser uma jogada memorável. Pekic ultrapassou dois jogadores e apenas com um defesa entre ele e a baliza, Pekic consegue a finta mas estatela-se no chão, fugindo a bola para os pés de Mladen Rudonja, que aproveitou para marcar o golo que qualificou a Eslovénia. Jovan Pekic, na queda, fez um grave entorse no joelho que o deixou fora de campo para o resto da temporada. Campeonato do Mundo incluído. Certos homens têm o destino marcado. 

sábado, 9 de outubro de 2010

Temos selecção

Na noite chuvosa de ontem, ao fim de noventa minutos de jogo, Portugal percebeu que, afinal, há futuro para a selecção. Talvez alguns comentadores tenham ainda a nostalgia do discurso sobre tudo-menos-futebol-que-se-joga-dentro-das-quatro-linhas do Professor Queiroz, mas, na verdade, é dentro de campo que se demonstra o que pode ser feito pelo nosso futebol.
Paulo Bento chegou ao leme da selecção e a sua primeira opção foi colocar os jogadores nas posições onde podem render mais. Os resultados estiveram à vista de toda a gente. No fundo, não é preciso pensar muito para perceber que temos um guarda-redes de nível europeu em Eduardo, temos uma dupla de centrais de um dos melhores clubes do mundo, um lateral esquerdo que será um dos maiores do mundo logo que sair para jogar num campeonato competitivo e, pelo menos, duas sérias opções para jogar na lateral direita (João Pereira e Bosingwa). Para o meio-campo, temos um trio de trabalhadores-criadores de fazer inveja a muitas selecções. Meireles, Moutinho e Martins poderão não ser, individualmente, craques para a posteridade, mas têm todos uma dupla característica que é essencial no futebol moderno: qualidade técnica e capacidade de trabalho. Na frente de ataque, para além do melhor do mundo, temos um provável segundo melhor do mundo em Nani, e opções para ponta-de-lança como nunca tivemos antes, com a diversidade de poder escolher entre jogadores como Hugo Almeida (um pinheiro que corre), Postiga (na pressão e no jogo de equipa) ou ainda Liedson (se estiver em forma, é um oportunista de primeira). Para além do onze, temos ainda boas opções para o eixo da defesa e para o meio-campo.
Ou seja, andámos dois anos enganados a pensar que era o fim da selecção? Muito provavelmente, não. Neste momento temos conjunto suficiente para não depender de nenhuma estrela solitária (ao contrário do que pensa Queiroz) e a opção por Bento, um jogador e treinador de equipa, é a que faz mais sentido para conseguir retirar dos jogadores disponíveis o seu melhor.
No final do encontro de ontem, vários jogadores elogiaram os poucos dias com Bento, sempre com um sorriso nos lábios. Já não se via alguém sorrir com vontade na selecção há muito tempo.
Temos selecção.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A primeira vez de Paulo Bento

Em dia de estreia de Paulo Bento como Seleccionador Nacional, lembro a primeira vez que teve a honra de representar o nosso país. Paulo Bento não teve qualquer internacionalização enquanto jogador de formação, ele que representou o Ac. Alvalade, o Palmense e o Futebol Benfica. Já como sénior, passou pelo Estrela da Amadora mas só chegado a Guimarães, para representar o Vitória, teve oportunidade de ser chamado a representar a nossa selecção e logo com a camisola dos AA.
No dia 15 de Janeiro de 1992, Paulo Bento foi um dos jogadores portugueses que entrou no Municipal de Torres Novas para defrontar a Espanha. Lembro-me de ver esse jogo na televisão e de, passados alguns anos, ter estado no Estádio onde uma placa no túnel de acesso ao relvado relembra um dos momentos altos desse lugar. Na equipa portuguesa jogavam, na altura, Paulo Futre, Oceano, João Pinto (o do FCP), Cadete, acompanhados por algumas das jovens estrelas que despontavam no nosso futebol, Figo, Peixe, João V. Pinto, Fernando Couto, Vítor Baía, tendo como líder da equipa técnica o famoso Professor Carlos Queiroz.
Sem nunca ter partilhado a glória da geração de ouro, Paulo Bento acompanhou o percurso da maior parte dos jogadores dessa selecção, estando presente no Europeu de 2000 e no Mundial de 2002, onde disputou o último jogo com a camisola da Selecção.
Ao todo foram 35 partidas, para um jogador que passou a maior parte da sua carreira fora do estrelato, tendo passado pelo Benfica nas épocas negras de Artur Jorge e companhia, e feito várias épocas em Oviedo, quando o campeonato espanhol não tinha o glamour que detém hoje.
Mais logo, Paulo Bentro entrará no Estádio do Dragão como líder de uma equipa de quem se esperam milagres. Que, desta vez, os deuses estejam com ele, e que todas as estrelas brilhem no esperado sucesso da equipa de todos nós.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"Todos conhecemos a história do filho pródigo" - Entrevista a Joe Gabriele (Cleveland Cavaliers)

Na semana em que começaram os jogos de preparação para a nova época, apresento a primeira entrevista acerca da NBA no  blogue Sociedade Anónima Desportiva. Tendo em conta a novela Lebron James, que tomou toda a atenção dos seguidores da Liga neste Verão, decidi falar com Joe Gabriele, jornalista dos Cleveland Cavaliers, para nos dar uma ideia das sensações que vão reinando na cidade que King James deixou para trás.

Como é ser-se escritor oficial de um clube? Sentes-te mais perto dos adeptos ou dos jogadores? E que tipo de pressões te são impostas?
Eu adoro o meu trabalho como “beat writer” dos Cavaliers. Eu nasci em Cleveland, sou adepto da equipa desde que nasci, então sinto-me como se tivesse sido feito para ter este emprego. Suponho que estou certo ao dizer que me sinto a meio caminho entre os adeptos e os jogadores. Sempre tive óptima relação com os jogadores, há oito anos que faço este trabalho e passaram por Cleveland alguns excelentes rapazes. E, por muito cansado que eu venha a ficar, vou ser sempre um adepto dos Cavaliers.
A organização nunca me pressionou para dar uma imagem positiva ou negativa de qualquer acontecimento. Quando o jogo é feio, eu escrevo que é feio. Tenho sorte em ter recebido sempre total liberdade para fazer o que quiser com o material que tenho.

O tema desta pré-temporada é o caso Lebron. Como é que a equipa vai reagir a este burburinho quando a época começar?
Julgo que quando a bola for lançada para o primeiro jogo de preparação dos Cavs, ninguém se vai lembrar de Lebron até que os Miami venham jogar a Cleveland, a 2 de Dezembro. O Byron Scott, o nosso novo treinador, não vai permitir que ninguém fique a olhar para o passado. O objectivo é ganhar jogos e, como disse recentemente o Mo Williams, ninguém vai sentir pena da nossa equipa.

Para ti, quem será o principal jogador dos Cavs, esta época?
Tenho esperanças de que o Mo Williams consiga assumir a liderança, apoiado no veterano Antawn Jamison. Mas eu estou à espera que o Anderson Varejão (que é o mais antigo Cavalier no actual plantel) demonstre ser o melhor jogador da equipa. Ele passou por tudo, em sete épocas com a equipa, e tem condições para mostrar aos mais jovens o que é preciso fazer para vencer jogos. O seu coração, combatividade e inteligência de jogo são contagiosos.

Achas mesmo que os Cavaliers serão capazes de atingir os Play-off? E, caso não consigam, o Presidente da equipa, Dan Gilbert, está preparado para enfrentar tamanha contrariedade?
Tenho a certeza que vamos lutar por um lugar nos Play-off. Os rapazes estão habituados a vencer e, mesmo tendo perdido um duplo MVP da Liga, mantém todo o talento necessário para ganhar. Para ser sincero, Dan Gilbert não está preparado para uma contrariedade destas, nem permitirá que tal aconteça. Se os Cavs não atingirem essa fase da competição, ele saberá como fazer para devolver a equipa a essa glória.

Vamos imaginar a época de 2020… Achas possível voltarmos a ver Lebron James com a camisola dos Cavaliers?
Pessoalmente, sim. Dez anos são muito tempo e quem pode imaginar tudo o que vai acontecer entre o agora e esse momento. Todos nós conhecemos a história bíblica do filho pródigo, não é?