(foto:Miguel Barreira) |
Foram os algarvios quem entrou melhor no jogo, aproveitando os espaços que o Benfica dava ao seu trio atacante. Aos 14 minutos, Carlos Fernandes apareceu isolado no centro da área encarnada, mas Roberto evitou o golo com uma mancha do tamanho da baliza. O Benfica utilizava a marcha lenta sempre que visava a baliza adversária, coleccionava pontapés de cantos, mas não criava perigo. E assim se passou a primeira meia-hora, sem sinal de perigo junto da baliza algarvia.
Deu-se então o sinal de alerta entre as hostes benfiquistas. A equipa começou a trocar melhor a bola na intermediária adversária, conseguindo conter os contra-ataques algarvios. Gaitán também apareceu no jogo, para servir, por duas vezes, a cabeça de Cardoso, embora sem sucesso. Foi preciso chegar o minuto 41 para que a história da partida se alterasse. E podem os adeptos benfiquistas agradecer ao mal-amado Moretto, agora equipando à olhanense. Maxi Pereira centrou da direita, Cardoso apareceu, uma vez mais, entre os centrais, e, com um forte golpe de cabeça, colocou a bola nas mãos do guarda-redes brasileiro. Este, em lugar de segurar, deixou-a rolar sobre o seu corpo e já só conseguiu contê-la para lá da linha. Festa na Luz, mais por demérito do adversário, do que por inspiração dos homens da casa.
No início da segunda parte, Carlos Martins entrou para o lugar de Gaitán, mas foi o Olhanense quem voltou a ter protagonismo. A equipa algarvia chegou mesmo a colocar a bola na baliza encarnada, mas Paulo Sérgio estava fora de jogo. Aos 52 minutos deu-se o caso da partida. João Gonçalves penetrou na área benfiquista, passou por Maxi e ao aproximar-se da baliza viu David Luis atravessar-se no seu caminho, impossibilitando a chegada à bola. O árbitro errou ao não assinalar a grande penalidade que o defesa central brasileiro cometeu, numa falha inacreditável a este nível competitivo. Logo a seguir, continuou o rol de asneiras de Marco Ferreira, que acabou por ter uma noite infeliz. Pablo Aimar isola-se em direcção à baliza algarvia mas é agarrado por Jardel. Quando as regras sugerem a amostragem do cartão vermelho, o castigo disciplinar ficou pela cor amarela, para incredulidade dos adeptos que congelaram no Estádio da Luz.
O treinador Daúto Faquirá tentou refrescar o meio-campo da sua equipa, mas o Olhanense como que desapareceu ao passar da hora de jogo. Paulo Sérgio, a sua figura de maior destaque, perdia alguma frescura física, o que ajuda a explicar o apagão algarvio. Os benfiquistas, sempre lentos, conseguiram voltar a aproximar-se da baliza adversária e conseguiram o golo da serenidade aos 80 minutos de jogo. Num canto marcado por Carlos Martins, David Luis desviou no primeiro poste e Saviola apareceu sozinho a finalizar.
Vitória importante para os benfiquistas, que voltam a colocar o FC Porto sob pressão, mesmo que a sua exibição tenha sido muito pouco convincente. Os homens da Luz acabaram por aproveitar os erros da equipa adversária e do árbitro para assegurar os três pontos.
Figuras do Jogo
Roberto – grande exibição do espanhol, salvando por diversas vezes a equipa encarnada. A defesa da noite aconteceu aos 14 minutos de jogo, mas o guardião volta a garantir uma das verdades óbvias do futebol: equipa que não sofre golos, não perde.
Paulo Sérgio – com uma hora a alta rotação, o pequeno avançado formado nas escolas do Sporting, voltou a mostrar porque tem sido uma das figuras do campeonato. Nunca desistiu de uma bola, acreditando sempre, enquanto teve pernas, na possibilidade de conquistar um ponto na casa do campeão.
Moretto – finalmente um erro na Luz que satisfaz os adeptos encarnados. Um frango que permitiu que o Benfica sossegasse e partisse, definitivamente, para a vitória. Deixou ficar mal os seus colegas que talvez merecessem outra sorte na noite de sexta-feira.
link
link
Sem comentários:
Enviar um comentário