Foi um Sporting de cara lavada aquele que se apresentou no Estádio do Bonfim, dominando do princípio ao fim uma partida que venceu por 3-0. A equipa setubalense não resistiu à tempestade originada pelo ataque leonino.
Tal como há uma semana atrás, foram os lisboetas quem entrou mais forte no jogo, assegurando, desde o início, boas oportunidades para marcar. A equipa de Paulo Sérgio optou por um jogo bastante veloz, com João Pereira e Yannick Djaló a preencherem as alas do relvado, surpreendendo um Vitória que Manuel Fernandes tinha preparado para uma toada mais lenta. O treinador sportinguista recuperou uma dupla (André Santos e Maniche) na intermediária, que permitiu abrir a equipa aos extremos, apoiados na posição mais fixa de Valdés e atrás do trabalhador Liedson.
Já o histórico treinador sadino pensou a sua equipa para assentar o jogo numa defesa sólida, esperando que Zeca e Miguelito animassem uma frente de ataque onde se soltavam Cláudio Pitbull e Jaílson. Neca, que teria o papel de assegurar que a bola chegava aos seus companheiros de equipa, foi o primeiro a afundar-se na velocidade colocada em campo pelos leões, nunca conseguindo preponderância na luta de meio-campo.
Foi com alguma naturalidade que o Sporting chegou à vantagem. Valdés centrou do lado direito, Yannick Djaló segurou a bola no pé direito, rodopiou perante a passividade de Ricardo Silva e rematou com o pé canhoto para o fundo das redes. O golo de belo efeito teve o condão de catapultar o Sporting para uma boa exibição, conferindo ao onze que hoje vestiu o equipamento alternativo, uma dose de confiança que lhe era essencial para enfrentar a difícil partida.
Por seu lado, a equipa vitoriana parecia não acertar, tanto que Manuel Fernandes não perdeu tempo e chamou Henrique para a frente de ataque, recuando Miguelito e pedindo a Cláudio Pitbull para ajudar a transportar a bola. A equipa de Alvalade continuou a pressionar os setubalenses que pareciam não ter capacidade para reagir. João Pereira imprimia a sua velocidade do lado direito, criando perigo para a baliza de Diego. O Setúbal não criava perigo de monta quando, já perto dos quarenta minutos de jogo, Abel correu pelo centro do terreno, fintou Valdomiro e, ainda fora da área, rematou forte e colocado, não permitindo que o guarda-redes brasileiro segurasse o esférico. Dois zero ao intervalo e a sensação do que o jogo estaria acabado.
A verdade é que Manuel Fernandes bem tentou colocar toda a carne no assador, mas a tempestade ofensiva do Sporting foi substituída, na segunda parte, por uma tempestade de chuva e vento que tornou o jogo mais feio, lento e sem história. No entanto, pouco antes disso, o Sporting aumentou a vantagem. João Pereira, quem mais, libertou-se do lado direito, sem qualquer oposição, e colocou a bola bem no centro da área onde Yannick Djaló apareceu sozinho, tocando por cima de Diego. Depois sim, a chuva e as substituições na equipa de Paulo Sérgio tornaram o jogo muito menos bonito.
A vitória estava assegurada e os leões estavam satisfeitos por terminar a época no terceiro lugar do campeonato. Cláudio Pitbull foi quem ainda tentou marcar, passado o minuto noventa, enviando a bola contra o poste dos leões, naquela que foi a oportunidade mais flagrante da equipa sadina. O Vitória de Setúbal não conseguiu repetir a façanha da Taça, onde eliminou o Sporting, e prolonga um calvário de quatro jogos sem marcar na Liga Zon Sagres. Os leões mostraram raça e acalmaram as hostes, podendo saborear a época natalícia com recordações de uma partida onde dominaram o adversário.
As figuras do jogo
Yannick Djaló – sempre muito veloz do lado esquerdo do ataque do Sporting, Yannick marcou dois grandes golos. O primeiro, numa jogada individual, o segundo, mostrando calma e classe ao desviar a bola do guardião adversário. O internacional português é conhecido pela inconstância das suas exibições, mas acaba o ano em alta, como principal responsável da vitória da sua equipa.
João Pereira – onde quer que jogue, João Pereira é sempre dos jogadores mais activos da sua equipa. Lutou muito pelo lado direito, usou a sua velocidade para ultrapassar a defesa sadina, entregou-se à luta, acabando por ser um dos jogadores que mais faltas sofreu. Grande partida para um jogador que não deixa dúvidas quanto à sua vontade de ganhar.
Abel – o defesa-direito somou pontos na noite fria de Setúbal, mostrando-se merecedor de mais alguns anos de leão ao peito. Sacrificou-se pela equipa nas missões defensivas e marcou um golo de antologia, ao fintar e rematar de longe. A equipa correu na sua direcção para festejar o golo e mostrou assim que Abel é uma das vozes respeitadas no balneário, dado de relevância na contabilidade dos prós e contras da sua renovação.
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