O ano de 2010 não deixa saudades entre os adeptos sportinguistas. O Relvado faz o balanço do que se passou em Alvalade.
Há pouco menos de um ano, Carlos Carvalhal era o técnico da equipa leonina que vencia o Sporting de Braga em jogo a contar para a Taça da Liga. Carlos Saleiro e Miguel Veloso assinaram os golos de um jogo que, à altura, todos esperavam que marcasse uma viragem na sorte do clube. O Braga brilhava no campeonato mas os leõezinhos mostraram uma garra que os havia de levar a uma série de seis vitórias que fizeram de Janeiro um dos melhores meses do ano. Para ser perfeito, apenas faltou um resultado positivo no dia 29, quando frente ao mesmo Braga, mas na capital minhota, o Sporting perdeu pela primeira vez em 2010.
Fevereiro foi um mês negro. Derrotas com Porto, Académica, Benfica e Everton, empate em Paços de Ferreira, e o caso Sá Pinto, que levou à saída do ex-internacional português de Alvalade. O que fora construído em Janeiro parecia agora perdido, com o Presidente José Eduardo Bettencourt a encontrar a solução em Costinha, que de um dia para o outro passou de jogador não utilizado no Atalanta, a homem-forte do futebol verde e branco. O seu primeiro dia na casa marcou também o regresso às vitórias, e logo na Liga Europa, o que garantiu ao Sporting a continuidade na prova.
Entre Março e Maio, o Sporting não mais voltou a vencer dois jogos consecutivos, acabando eliminado na Liga Europa e terminando a Liga em 4º lugar, pior classificação desde o início do século. A instabilidade da equipa de futebol levou a uma pequena revolução no plantel. Primeiro, deu-se a contratação do novo treinador, Paulo Sérgio, chegado de um frustrante afastamento da Liga Europa na última jornada em Guimarães. Durante a pré-temporada, assistiu-se ainda à saída de Miguel Veloso para Itália e à novela que terminou com João Moutinho no FC Porto.
A verdadeira história da transferência do ano em Portugal talvez nunca venha a ser pública. Mas aquele que, nas últimas épocas, havia sido a principal figura do conjunto de Alvalade, quer pela constância das suas exibições, quer pela braçadeira que transportava, saiu pela porta pequena, enxovalhado por José Eduardo Bettencourt numa conferência de imprensa onde apelidou o algarvio de “maçã podre” da árvore de Alvalade. Os milhões recebidos pelas duas vendas acabaram por ser investidos em jogadores como Evaldo, Valdés, Torsiglieri e Nuno André Coelho, sendo que apenas o defesa-esquerdo vindo de Braga garantiu um lugar constante no onze leonino.
A pré-temporada foi auspiciosa, com a vitória no New York Challenge, mas, após uma eliminatória fácil na Europa frente ao Nordsjelland, o Sporting entrou a perder na Liga, em Paços de Ferreira, repetindo a derrota, na mesma semana, em jogo contra o Brondby, o que quase o deixou de fora das competições europeias. Nova convulsão em Alvalade, minimizada por um Setembro e Outubro positivos, com uma única derrota, frente ao Benfica, em jogo da quinta jornada da Liga Zon Sagres, e uma campanha vitoriosa nas competições da Uefa.
Mas as duas derrotas no início de Novembro (frente ao Gent e ao Vitória de Guimarães), a incapacidade da equipa mostrar um nível de exibições satisfatório e o afastamento da Taça de Portugal às mãos do Vitória de Setúbal, deixaram Alvalade à beira de novo ataque de nervos. À equipa faltam reforços que foram exigidos pelo treinador Paulo Sérgio, faltam confirmações entre os actuais membros do plantel e faltará pulso na direcção dos destinos do clube. Por isso mesmo, o final do ano ficou marcado pelo anúncio de um novo director-geral no Sporting, José Couceiro.
Em jeito de balanço, foram 67 jogos disputados, com 34 vitórias para o Sporting, 13 empates e 17 derrotas. Números curtos, para quem se quer grande. Mas a esperança, em 2011, voltará a ser verde… e branca.
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