segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E o Nacional saiu do nevoeiro

A equipa madeirense regressou às vitórias frente ao Sporting (1-0) que não teve ritmo nem alegria para quebrar uma série de sete jogos sem ganhar.

Sem rei

Alberto Cabral teve a oportunidade de liderar, por um jogo, a equipa sportinguista, mas a equipa que entrou em campo era ainda aquela que havia sido delineada por Paulo Sérgio. Ao mesmo tempo, o novo treinador, José Couceiro, sentava-se no banco ainda com funções directivas. Confuso? O nevoeiro que marcava presença na Choupana ia distraindo as atenções de mais um caso singular no futebol leonino.

O Sporting entrou em campo com uma atitude demasiado passiva, permitindo muito espaço aos avançados do Nacional, que sendo bastante móveis, conseguiam escapar-se com alguma facilidade às marcações. Corriam apenas 19 minutos quando os nacionalistas se adiantaram no marcador. Diego Barcellos entrou, à vontade, na área leonina e cruzou para Mateus finalizar sem oposição. Apesar da fraca visibilidade permitida pelas condições climatéricas, o internacional angolano parece estar em jogo, dado o posicionamento de João Pereira.

Os leões tentaram responder, conseguindo subir no terreno e ter maior posse de bola, embora as oportunidades não surgissem. No entanto, aos 35 minutos, Hélder Postiga apareceu na área e fui derrubado por João Aurélio. Numa grande penalidade inquestionável, o avançado das Caxinas não aproveitou e permitiu a defesa de Bracalli. No outro lado do campo, aos 42 minutos, Carlos Xistra acabou por fazer vista grossa a um empurrão claro de Torsiglieri sobre Mateus, que mereceria cartão vermelho e castigo máximo. A vantagem do Nacional ao intervalo era inquestionável.

Nem roque

A equipa de Alvalade regressou da segunda parte mantendo o mesmo ritmo, se bem que o Nacional marcava agora, com mais eficácia, Matías Fernandez, figura em maior evidência no primeiro tempo. Ainda assim, eram os madeirenses quem conseguiam a melhor oportunidade, aos 55 minutos, com Anselmo a atirar por cima. O Sporting fez entrar Carlos Saleiro aos 59 minutos, via o Nacional ficar reduzido a dez por expulsão de João Aurélio aos 62 minutos, e o terreno parecia inclinar-se a seu favor.

Mas, mais uma vez, a inconsistência do jogo leonino era evidente. Mesmo em inferioridade numérica, os nacionalistas criavam maior perigo, somando várias aproximações à baliza de Rui Patrício. Mateus e Diego Barcellos, muito velozes, entregavam-se por completo à missão de perturbar a defesa do Sporting, que a partir dos 70 minutos já era composta por apenas três elementos, com a entrada de Maniche. Um deles, Torsiglieri, voltou a ter o beneplácito do árbitro Carlos Xistra, que lhe perdoou o segundo amarelo quando derrubou Mateus num lance de contra-ataque.

Prova de vida

Os últimos quinze minutos foram de total domínio dos leões. Com os nacionalistas a apresentarem sinais de desgaste, o Sporting instalava-se no meio adversário e ia somando oportunidades por Maniche (duas vezes) e Simon Vukcevic. Aos 83 minutos, o Sporting enviou a segunda bola ao poste, em cabeceamento de Hélder Postiga, e o Nacional, na resposta, viu o golo ser negado ao isolado Mateus por uma grande defesa de Rui Patrício. O jogo encaminhou-se para o final sem que os homens de Alberto Cabral conseguissem marcar, acabando o Sporting por somar uma derrota que o deixa ao alcance dos seus perseguidores na luta pelo terceiro lugar.


As figuras

Mateus – a sua fisionomia não deixa adivinhar tanta disponibilidade física da parte do avançado internacional angolano. Mateus foi o mestre da oportunidade. No momento do golo, soube colocar-se no limite do fora-de-jogo para executar o remate letal. Durante o resto do jogo, encontrou por mais do que uma vez, o espaço necessário para criar perigo junto à baliza de Rui Patrício. Foi o homem do jogo no Relvado.

Diego Barcellos – enquanto teve pernas, foi um diabo à solta. Correu, fintou, rematou e passou para o golo do Nacional. O Sporting nunca soube como parar o irrequieto brasileiro. Nos momentos finais, pagou o desgaste de estar a jogar com dez e desapareceu. Mas deixou a sua marca no jogo.

Matías Fernandez – numa equipa como o Sporting, é difícil escolher um jogador que sobressaia. Matías tem futebol nos pés e inteligência para oferecer jogo aos seus colegas, mas hoje não era dia para grandes rasgos. Na segunda parte, faltou-lhe espaço, e acabou por ser Maniche quem se evidenciou mais nos minutos finais. No entanto, a haver uma réstia de futebol em Alvalade este ano, será de esperar vê-lo sair dos pés do chileno. 

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