O Benfica venceu o Sporting (0-2) e mantém a ambição na corrida para o título. Os leões nunca mostraram argumentos para fazer frente às águias e lutarão agora para manter um lugar no pódio.
Benfica mais objectivo
Os encarnados entraram melhor no jogo, explorando sobretudo o seu flanco esquerdo, com Fábio Coentrão e, sobretudo, Gaitán, a aproveitarem os espaços que lhe eram concedidos pela defensiva leonina. Criando muito perigo perante uma linha recuada cheia de novidades (Polga e Torsiglieri no meio, Grimi na esquerda), o Benfica via o Sporting tentar responder em lances rápidos mas inconsequentes.
A vantagem vermelha chegaria logo aos 15 minutos, no seguimento de um pontapé de baliza cobrado por Rui Patrício. Gaitán subiu pela esquerda, centrou tenso para o centro da área, Pedro Mendes não completou o corte e a bola acabaria nos pés de Salvio, que se antecipou a Grimi e empurrou para o fundo da baliza.
O Sporting nunca conseguiu agarrar o jogo. Apesar de conseguir, por várias vezes, responder com contra-ataques às iniciativas encarnadas, quer Yannick quer Cristiano acabavam por perder a bola. Hélder Postiga parecia muito sozinho na frente e Matías Fernandez via os seus rasgos no meio a perderem-se em faltas da defesa das águias.
As duas vezes que a equipa de Alvalade conseguiu chegar com perigo à área do Benfica, a jogada acabou interrompida por fora-de-jogo de Hélder Postiga. Primeiro numa iniciativa individual de João Pereira, quando Postiga nem tocou na bola, mas estorvou a acção de Coentrão, e depois num slalom de Matías, com o avançado leão a dar um toque subtil que permitiu que o chileno empurrasse para a baliza, já sem efeito.
Devido à grande velocidade com que se jogava no relvado, as faltas e os cartões amarelos iam-se acumulando. A principal vítima deste ritmo foi Sidnei, que aos 45 minutos viu o segundo amarelo, numa falta cometida sobre Yannick, depois de ter visto o primeiro cartão cinco minutos antes, por agarrar Postiga.
Inferioridade só no número de jogadores
Jorge Jesus colocou Jardel no lugar de Saviola, manteve o equilíbrio defensivo da sua equipa, mas nunca deixou de criar perigo frente a um Sporting incapaz de reagir com organização. Apostando em demasia num futebol directo, feitos de passes longos à procura de gente nas alas, os leões mantinham-se como presa fácil para a equipa da Luz.
A melhor oportunidade para os verde e brancos surgiu aos 53 minutos, quando a bola sobre para Matías, depois de Cristiano e Jardel terem chocado, com o chileno a conseguir livrar-se da marcação de dois defesas, mas a proporcionar a defesa da noite a Roberto. No ressalto, Yannick acabou por atirar ao lado. O jogo mantinha a mesma toada, com o Benfica a não abdicar de atacar e tentar alargar a sua vantagem. Isso aconteceu aos 63 minutos. Depois de um livre marcado por Carlos Martins, Javi Garcia colocou a bola em Maxi Pereira, com o uruguaio a centrar para a zona da grande penalidade, onde Gaitán desferiu um potente remate, acabando nas redes leoninas, depois de ter tabelado em Polga.
Os encarnados tinham o jogo na mão e Jorge Jesus promoveu a entrada de Airton, para o lugar de Carlos Martins, de forma a fechar a ainda mais os caminhos para a sua baliza. Paulo Sérgio, da bancada, reagiu com a chamada de Carlos Saleiro e, mais tarde, Diogo Salomão, sem nunca conseguir alterar o sentido do jogo, ainda que no último quarto da partida, os leões tivessem beneficiado de mais posse de bola, sem ter alguma oportunidade de golo digna de registo.
As figuras
Gaitán – a primeira meia hora de jogo foi do esquerdino que, cada vez mais, convence os adeptos benfiquistas. Aproveitou o espaço concedido pelas subidas de João Pereira e criou oportunidades até oferecer o primeiro golo. Na segunda metade, estava no sítio certo para responder ao centro de Maxi Pereira e marcou. Foi o melhor homem em campo, esteve presente nos momentos decisivos e sai em grande de Alvalade.
Roberto – Num jogo onde teve pouco trabalho, o espanhol fez uma defesa do outro mundo, ao evitar que Matías Fernandez empatasse a partida no início do segundo tempo. Não tremeu nunca, sabendo orientar a sua equipa, mesmo com a necessidade de defender a vantagem com menos um jogador durante metade do encontro. O Roberto do início da época já não mora aqui.
Matías Fernandez – esteve nos melhores momentos do Sporting, mesmo que a equipa tenha preferido, quase sempre, os passes longos para chegar ao ataque. Com a bola nos pés, o chileno rasgou por três vezes a defesa encarnada e esteve mesmo muito perto de marcar. Num dia em que o Sporting consiga organizar as suas tropas, Matías poderá muito bem ser o craque dos leões. Hoje ficou apenas como o mais vistoso dos sportinguistas.
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