sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sporting: Contra toda a evidência

Numa semana em que Alvalade ameaça ser consumida pelas chamas de mais uma péssima actuação da sua equipa directiva no mercado de Janeiro, Liedson quer despedir-se com golos.

A sério, Couceiro?

A Conferência de Imprensa dada por José Couceiro esta semana na Academia de Alcochete pode entrar para o topo do Ranking das Conferências que pior fizeram ao Sporting Clube de Portugal. Para começar, Couceiro desviou para Alcochete a apresentação do reforço Cristiano, evento que, normalmente, ocorreria no Estádio de Alvalade, onde mais sócios podem marcar presença. Em segundo lugar, o dirigente sportinguista teve a arte de tentar apagar com gasolina, um fogo que estava a iniciar-se à volta da transferência de Liedson para o Corinthians. Ao dizer que o “Sporting fez tudo ao seu alcance para segurar” o internacional português, Couceiro abriu a porta para todo o tipo de especulações.

A verdade é que a transferência de Liedson, ainda que seja uma boa medida empresarial (o jogador tem 33 anos e tinha um peso exagerado na folha de salários da equipa), vem na pior altura, já que o Sporting prepara-se para enfrentar uma fase decisiva da época, com jogos importantes para a Liga, a Bwin Cup e a Liga Europa. Pior que tudo é a inépcia destes dirigentes que, deixando sair um dos jogadores mais importantes do plantel, não conseguem, em tempo útil, encontrar um substituto, sendo que o já frágil grupo à disposição de Paulo Sérgio acaba por ficar irremediavelmente debilitado.

Quem chega?

O único reforço de Janeiro foi Cristiano. O jogador brasileiro conhece o nosso campeonato, dado ter cumprido quatro temporadas com a camisola do Paços de Ferreira, mas nunca demonstrou valor suficiente para poder ser reforço de um grande. Para mais, o seu passado recente não augura nada de bom, já que o atleta saiu da Capital do Móvel com fama de indisciplinado e a sua passagem pela Grécia não lhe valeu nem muitos minutos jogados, nem qualquer reconhecimento, acabando por ser dispensado pelo PAOK.

Paulo Sérgio terá a difícil tarefa de aguentar este plantel até ao final da temporada. Desde o início do ano, o treinador perdeu dois avançados, sem ver chegar nenhum reforço numa posição para a qual ele próprio anunciou carências. No encontro frente à Naval, o técnico ainda contará com Liedson, mas depois sobrarão apenas Hélder Postiga e Carlos Saleiro para disputar as três competições em causa. Vai ser curto, muito curto.

Mais problemas

Não será só isto a preocupar o treinador dos leões. Para o confronto desta semana, Tiago, João Pereira e Jaime Valdés estão castigados. Maniche passou toda a semana sem treinar e dificilmente será opção. Yannick Djaló também não está ainda disponível. O mais provável é que, com Rui Patrício na baliza, a defesa seja constituída por Abel, Daniel Carriço, Anderson Polga e Evaldo. No meio-campo, regressará a fórmula do Funchal, com Pedro Mendes na base de um triângulo que inclui André Santos e Zapater. Vukcevic parece ter garantido o corredor direito do ataque, bem como Liedson, que terá tempo para marcar o último golo com a camisola verde e branca. A única dúvida prende-se com a utilização de Diogo Salomão ou Hélder Postiga no lado esquerdo. A opção pelo internacional português permitiria maior pressão sobre a zona central navalista, enquanto o jovem extremo-esquerdo poderá abrir mais a frente de ataque leonina.

Novo ânimo

Da Figueira da Foz chega uma equipa que encontrou um novo ânimo sob a liderança de Carlos Mozer. O treinador brasileiro promoveu algumas alterações no onze habitual  e poderá, até, vir a utilizar algum dos seus novos reforços. O guarda-redes Diego (ex-Vizela), o defesa Tiago Rosa (ex-Oriental) e o avançado Bruno Moraes (ex-Gloria Bistrita) chegam com vontade de ajudar o Naval a obter a manutenção, objectivo que poderá encontrar em Alvalade um primeiro passo, caso a equipa consiga roubar pontos ao Sporting.

Será um jogo de emoções fortes, onde os adeptos do Sporting terão um papel fundamental: lutar, com os jogadores, por uma vitória ou, em alternativa, atacar os dirigentes, facilitando a tarefa dos visitantes.


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