|Luís F. Cristóvão
A jornada 21 da Liga Zon Sagres apresentou-nos os dois candidatos com uma cara que nos era, até aqui, desconhecida. As exibições de FC Porto e SL Benfica foram dominadas pelo medo de perder pontos, mais do que pela vontade de ganhar. Será assim que se vai decidir o campeonato?
Vítor Pereira sabia das dificuldades que iria encontrar em Alvalade, mas talvez não contasse com esquema defensivo tão bem executado pelos “meninos” de Jesualdo Ferreira. A ocupação de espaços promovida pelo trio Rinaudo + Eric Dier e Adrien dificultou a vida a um conjunto que sentiu, em demasia, a ausência de João Moutinho. De qualquer forma, Vítor Pereira foi-se limitando a fazer troca por troca nos extremos, esperando pelo minuto 81, depois da expulsão de Rojo, para fazer entrar Liedson para o lugar de Defour. É certo que, com o luso-brasileiro muito longe do nível que lhe era reconhecido aquando da sua passagem pelo Sporting, as opções ofensivas no banco de Pereira não lhe permitiam maiores aventuras. Mas, se o objetivo fosse procurar a vitória, talvez Izmaylov e James Rodríguez devessem ter convivido no relvado de Alvalade.
Em Aveiro, Jorge Jesus viu a sua equipa obrigada a conviver com a responsabilidade de ter que ganhar, para aproveitar o deslize do concorrente, perante um conjunto aveirense que mostrou argumentos bem mais fortes do que em jornadas anteriores. Perante um Beira-Mar que teve em Rúben Ribeiro um incansável mestre, Jesus foi optando por recuar as suas linhas, chamando Carlos Martins e André Almeida para os lugares de Cardozo e Sálvio. Com Pablo Aimar e Rodrigo no banco de suplentes, os encarnados preferiram entregar a bola ao último classificado da Liga Zon Sagres, em lugar de tentar dominar o jogo marcando mais golos. Uma opção difícil de compreender perante o valor dos dois conjuntos, apenas explicável perante um nível de stress que seria inesperado observar no Benfica.
Tendo em conta o exemplo desta semana, será que o medo vai mesmo dominar a corrida ao título na Liga portuguesa? Esperemos que, já na próxima semana, Vítor Pereira e Jorge Jesus possam regressar ao que tem tornado esta luta tão interessante: as propostas ofensivas de cada um dos seus conjuntos.
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