quarta-feira, 17 de setembro de 2014

BATE Borisov em busca do milagre...

|Francisco Sousa



Participante na fase de grupos da Champions League pela quarta vez em apenas seis anos, o campeão bielorusso BATE Borisov procura, uma vez mais, dignificar o futebol daquele país, fazendo uma participação honrosa e esforçada na maior competição de clubes do Mundo. Tendo como melhor resultado da sua História europeia o triunfo sobre o Bayern (que viria a ser campeão europeu), há tão somente dois anos, o BATE tem, em teoria, uma tarefa complicada, estando incorporado num grupo bastante equilibrado entre os três principais antagonistas (FC Porto, Shakhtar e Athletic). No fundo, o objectivo da equipa orientada por Aleksandr Yermakovich passa por dificultar ao máximo a tarefa aos restantes concorrentes, ao mesmo tempo que tentará, nos jogos em casa, dar a surpresa...

Habitualmente disposta numa espécie de 4-3-2-1, com os extremos mais metidos por dentro, a equipa do BATE tem acusado, do ponto de vista ofensivo, a saída do principal craque Krivets para o futebol francês (Metz), ele que foi autor de dezena e meia de golos e assistências nos jogos oficiais disputados até aqui neste ano de 2014. Em teoria, o emblema bielorusso irá viajar até ao Dragão para jogar num bloco baixo/médio-baixo, que muitas vezes se coloca numa espécie de 4-4-1-1 em fase defensiva. Equipa organizada e disciplinada a defender, resta saber como irá lidar com a mais-valia técnica do ataque dos "dragões"...



Nas partidas até aqui disputadas (tanto em termos da Liga local como das pré-eliminatórias da Champions), os bielorussos primaram pela maneira como conseguiram não consentir muitos golos. Jogando de forma solidária e tentando ocupar ao máximo os espaços, o BATE Borisov sabe que para obter sucesso tem, acima de tudo, de defender muito e bem, partindo depois para rápidas transições ofensivas. Ainda que não seja uma equipa muito intensa na pressão, sabe, pelo menos, organizar-se bem no seu sector mais recuado. Jogando com extremos mais metidos por dentro, a profundidade é, habitualmente, dada pelos laterais, sendo que estes se conjugam bem com os médios-interiores.

Por último, resta falar das unidades mais importantes em termos individuais e também da questão das bolas paradas. Parece-me importante referenciar o possante avançado Rodionov, o vertical lateral-esquerdo Mladenovic e o experiente médio-defensivo Likhtarovich como três das unidades fundamentais desta equipa. No centro da defesa, deverão jogar Filipenko (com experiência frustrada no Spartak de Moscovo) e Polyakov, dado que o habitual titular Tubic se lesionou no último fim-de-semana. Importa ainda destacar a capacidade de trabalho e a largura que o lateral-direito Khagush dá à equipa, além da dúvida em perceber se Yermakovich irá apostar no robusto e rápido Yakovlev ou no mais técnico Pavlov para jogar no ataque, junto a Rodionov e Gordeychuk. Já em termos de bolas paradas, fica a dica: como a marcação é feita ao homem, a equipa sofre quando o adversário se torna mais perspicaz a ler o jogo e consegue antecipar o cabeceamento/remate.

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