quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Liga Portuguesa de Basquetebol – Geração “Juventude”

| Ricardo Silva

A edição 2013-2014 da Liga Portuguesa de Basquetebol apresenta, na constituição da globalidade das equipas que a compõem, muitos atletas jovens e com uma margem de progressão elevada. De facto, esta questão relacionada com a presença de um elevado número de jogadores jovens reflete por um lado as dificuldades financeiras dos clubes e por outro a qualidade apresentada pela maioria destes atletas que assim têm mais possibilidades de conquistar o seu espaço desde que a sua capacidade de trabalho, empenho, investimento e humildade corresponda.

Uma nota importante a referir neste artigo está relacionada com a seleção feita por nós no destaque a esta fornalha de atletas jovens. Assim, decidimos destacar atletas nascidos em 1993 ou após este ano, procurando manter a coerência de artigos realizados noutras temporadas pelo nosso colega Luís Filipe Cristóvão.

De uma forma geral todas as equipas presentes nesta edição possuem nos seus plantéis jogadores jovens que com os primeiros jogos da competição, além dos realizados no Troféu António Pratas, já começaram a conquistar o seu espaço na rotação das suas equipas e alguns deles até a apresentarem um tempo de jogo considerável.

O maior destaque, na nossa opinião, para a atual temporada passa por sete jogadores que apresentam um nível qualitativo que permite desde já a utilização destes com regularidade e disponibilizando de minutos de qualidade às suas equipas na Liga Portuguesa de Basquetebol. Deste grupo de atletas fazem parte André Calabote base do Sampaense Basket, Artur Castela extremo-poste do Sport Lisboa e Benfica, Diogo Ventura base do Sport Algés e Dafundo, Emanuel Sá extremo-poste da Ovarense Dolce Vita, Henrique Piedade extremo do Sport Algés e Dafundo, Miguel Toreia base do Vitória Sport Clube e Pedro Costa da Ovarense Dolce Vita.

Na posição de base, em São Paio de Gramaços, André Calabote (Geração de 1993) terá certamente uma temporada com mais minutos de utilização que a anterior, a sua primeira na LPB, o que será seguramente um momento de afirmação de um jogador bastante ofensivo e sem receio de dar o passo em frente ao nível atacante. Já no final da época passada, Calabote, tinha conseguido obter mais minutos de utilização, confirmando-se no brilhante início da presente temporada em que tem sido o base titular da equipa em todos os jogos realizados, quer do troféu António Pratas, quer na LPB. A prometer!

Na Luz, e depois de nas duas épocas anteriores ter tido uma participação simultânea na equipa sénior e na equipa B, embora com muito maior espaço na equipa secundária do Benfica, Artur Castela (Geração de 1993) inicia uma nova temporada tendo como principal referência e garantia a progressão na equipa sénior do Campeão Nacional. Este extremo-poste, jogador internacional por Portugal desde o escalão de Sub16 até Sub20, apesar de tão tenra idade já conquistou praticamente tudo, quer ao nível da formação quer ao nível sénior, terá na presente época a possibilidade de trabalhar de forma mais regular com colegas de equipa e de posição com um excelente nível, casos de Seth Doliboa, Fred Gentry, David Weaver, Claúdio Fonseca e o outro jovem Pedro Belo (Geração de 1992), permitindo-lhe por certo uma tremenda evolução e um desenvolvimento que lhe possibilitará conquistar mais minutos aos que apresenta de momento na equipa principal, ou seja, média próxima dos 10 minutos por encontro nas competições realizadas, Troféu António Pratas, Supertaça e LPB. Por último referir que Artur Castela aporta ao Benfica uma excelente capacidade ressaltadora, um faro tremendo pelo desarme de lançamento e uma eficácia ao nível do lançamento interior e exterior. Por outro lado, o Benfica beneficia também da presença na sua equipa principal do jogador com mais anos de clube, mais concretamente nove, transmitindo a toda a formação do clube de que é possível chegar aos seniores do Campeão Nacional.

Em Algés “reside” Diogo Ventura (Geração de 1994), atleta ainda com idade sub-20, com potencialidade para manter e até aumentar o seu espaço dentro da equipa, apesar de esta ser formada por muitos jogadores para as posições exteriores, garantindo uma competitividade tremenda nas posições referidas. De facto, este base, também internacional por Portugal em todos os escalões de formação, face aos recursos que apresenta garante qualidade ofensiva e defensiva na filosofia de jogo do treinador André Martins, apresentando na nossa opinião características bastante compatíveis com a forma de jogar desta equipa, ou seja, alta intensidade defensiva e transições rápidas. Até ao momento, Ventura, tem sido o base titular em todos os jogos realizados pela sua equipa e com uma média superior a 28 minutos por encontro, apresentando também bons números ao nível dos pontos, 13,5 por jogo, assistências, 4,5 por jogo, roubos de bola, 2,0 por jogo e uma valorização média de 16,5 por jogo.

Ainda no clube algesino, destacamos o base-extremo Henrique Piedade (Geração de 1994), atleta internacional nos escalões Sub-18 e Sub-20, que reforçou a equipa lisboeta na presente época e que conseguiu desde já impor-se na principal equipa sénior do Algés, conquistando em crescendo minutos atrás de minutos nos quatro jogos oficiais já realizados, Troféu António Pratas e LCB, conseguindo obter uma média acima dos 21 minutos por jogo, ou seja, sexto homem da equipa. Piedade, tal como Ventura, simboliza o tipo de jogador à imagem da filosofia de jogo do treinador André Martins, em que a vertente física aliada às capacidades defensivas são tremendamente importantes para conseguir a manutenção de um ritmo elevado durante as partidas. Por outro lado, Piedade é um atleta explosivo, intenso, com uma boa capacidade de anotação em termos ofensivos o que permite na nossa opinião continuar a evoluir a bom ritmo na LPB.

A norte, Emanuel Sá (Geração de 1993) da Ovarense Dolce Vita, iniciou a presente temporada com uma média de utilização idêntica à da temporada passada em que conseguiu obter 14 minutos por jogo. Este extremo-poste, é um atleta internacional Sub-20 por Portugal que entra na rotação do jogo interior da equipa de Ovar, sendo esta a sua terceira temporada na principal liga portuguesa. A concorrência no jogo interior, posições 4 e 5, da Ovarense Dolce Vita, embora a maioria dos atletas se não a totalidade sejam atletas de características da posição 3 e 4, extemos e extremos-postes, irá por certo provocar a necessidade de se superar para conquistar mais minutos na equipa principal do clube. As características deste atleta, um jogador de equipa, beneficiam na nossa opinião, a competitividade dentro da equipa, possibilitando minutos repartidos com Miguel Miranda, Sergi Coll, Cristovão Cordeiro e André Pinto.

Além de , a equipa de Ovar possui no seu “roster” diversos atletas jovens, embora na nossa opinião o outro destaque que achamos pertinente realizar com maior grandeza será para Pedro Costa (Geração de 1993). Este base, atleta internacional por Portugal nas categorias de base, Sub-16 e Sub-18, e formado no clube, apresenta-se na sua terceira temporada na LPB e para já com uma consistência maior, média de 10 minutos por jogo, nos cinco já realizados de carácter oficial. Será certamente um ano em que poderá ter mais espaço para conquistar tempo de jogo e demonstrar toda a sua capacidade.

Do berço da nação, surge o base lançador Miguel Toreia (Geração de 1993) do Vitória Sport Clube, atleta que se iniciou e progrediu no seu clube de formação Vasco da Gama até ao escalão de Sub-18 e que posteriormente esteve dois anos no Desportivo de Leça antes de se mudar nesta época para Guimarães. De facto, e apesar de algum tempo de jogo já conquistado, 10 minutos de média por jogo, o atleta não esteve feliz nos primeiros três jogos realizados pelo Vitória mas apesar disso no último jogo já conseguiu apresentar alguma da sua qualidade. Na nossa opinião, e após o natural período de adaptação a uma nova realidade e liga, achamos que Toreia irá conseguir obter o seu protagonismo e espaço dentro de uma equipa competitiva que irá lutar pelos lugares cimeiros da classificação.

Por último e em complemento a este leque de jogadores que destacámos, entendemos que existem outros dois atletas que esta temporada também deverão “estar debaixo de olho”. São eles os jovens da “Geração de 1996” Francisco Amiel e Luís Câmara do Sport Algés e Dafundo, respetivamente base e extremo da formação de Lisboa. Os dois jogadores são internacionais Sub-16 e Sub-18 por Portugal e ainda possuem idade de Sub-18. Apesar da juventude, Câmara já se estreou na temporada passada na LPB e com uma prestação bastante positiva e Amiel acabou por se estrear no presente ano, após a sua transferência para o clube. Tal como tem vindo a acontecer neste início de temporada, as oportunidades dadas pelo treinador da equipa, André Martins, estão a surgir e ambos os atletas têm merecido a confiança que lhes tem sido dada, produzindo boas exibições.


Em conclusão, boas sensações estão por diante destes jovens!

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