segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Barreirense volta a sonhar

Greg Stempin

Vencendo frente ao Illiabum, a equipa do Barreiro volta a lançar a luta pela manutenção, onde a equipa de Ílhavo e o Lusitânia dos Açores também estão envolvidos.

O conjunto treinado por Arturo Alvarez ganhou um duelo importantíssimo para o que resta da temporada. A luta pela manutenção fica assim ao rubro, numa semana em que o Lusitânia Expert também esteve em excelente plano, vencendo na Figueira da Foz. Quem mais contribuiu para o sucesso dos dois últimos classificados foi Tyronne Curnell (26 pontos, 10 ressaltos) no Barreiro, e Rick Cardoso (17 pontos, 8 ressaltos) entre os açorianos. Estes dois jogadores têm tido um papel determinante no sucesso das suas equipas, trazendo qualidade e pontos a equipas que têm pautado as suas exibições pela irregularidade.

No topo da tabela, Porto, Benfica e Académica não desarmam, sendo que os Estudantes se confirmam como a terceira força do basquetebol português, esta temporada. Os Dragões foram até Penafiel impor a primeira derrota em cinco jogos aos homens de Manolo Povea, com Greg Stempin (29 pontos, 13 ressaltos) a fazer a exibição da semana. O Benfica teve que ultrapassar uma série de peripécias, que envolveu a troca de pavilhão e o prolongamento do jogo para além da meia-noite. Sérgio Ramos (13 pontos, 15 ressaltos) puxou pelos galões e foi o melhor em campo na vitória benfiquista. Já os academistas foram até à Madeira para obter mais um brilhante resultado. A figura foi, de novo, Matt Shaw (17 pontos, 15 ressaltos), numa partida onde Fred Gentry (29 pontos, 10 ressaltos) também esteve muito bem.

Numa partida que colocava em campo as duas equipas que lutam pela quarta posição na LPB, o Ovarense Dolce Vita foi mais forte e não deu qualquer hipótese a um Vitória de Guimarães que esteve irreconhecível. Nuno Cortez (18 pontos, 8 ressaltos) não conseguiu um duplo-duplo mas foi o jogador mais influente dos vareiros, confirmando-se como um jogador imprescindível à nossa selecção (sim, a qualificação será só em Agosto, mas é tempo de começar a preparar os nossos melhores jogadores para uma nova oportunidade de estar na elite europeia).

Nota final para dois bases que estiveram em bom plano nesta jornada, curiosamente ambos portugueses. Miguel Minhava (12 pontos, 9 assistências) e João Reveles (16 pontos, 6 assistências) confirmaram os bons indícios que tem deixado nesta competição.

Resultados da 17ª Jornada

CAB Madeira – Académica 79-82
Casino Ginásio – Lusitânia Expert 78-80
Ovarense Dolce Vita – Vitória de Guimarães 72-54
Sampaense – Benfica 78-100
CB Penafiel – Porto Ferpinta 74-85
Barreirense – Illiabum 90-79

Classificação

Porto Ferpinta 15-1
Académica 13-4
Benfica 13-3
Ovarense Dolce Vita 9-8
Vitória de Guimarães 9-8
CB Penafiel 8-9
CAB Madeira 7-10
Casino Ginásio 7-10
Sampaense 7-10
Illiabum 5-12
Lusitânia Expert 5-11
Barreirense 3-14

E o Nacional saiu do nevoeiro

A equipa madeirense regressou às vitórias frente ao Sporting (1-0) que não teve ritmo nem alegria para quebrar uma série de sete jogos sem ganhar.

Sem rei

Alberto Cabral teve a oportunidade de liderar, por um jogo, a equipa sportinguista, mas a equipa que entrou em campo era ainda aquela que havia sido delineada por Paulo Sérgio. Ao mesmo tempo, o novo treinador, José Couceiro, sentava-se no banco ainda com funções directivas. Confuso? O nevoeiro que marcava presença na Choupana ia distraindo as atenções de mais um caso singular no futebol leonino.

O Sporting entrou em campo com uma atitude demasiado passiva, permitindo muito espaço aos avançados do Nacional, que sendo bastante móveis, conseguiam escapar-se com alguma facilidade às marcações. Corriam apenas 19 minutos quando os nacionalistas se adiantaram no marcador. Diego Barcellos entrou, à vontade, na área leonina e cruzou para Mateus finalizar sem oposição. Apesar da fraca visibilidade permitida pelas condições climatéricas, o internacional angolano parece estar em jogo, dado o posicionamento de João Pereira.

Os leões tentaram responder, conseguindo subir no terreno e ter maior posse de bola, embora as oportunidades não surgissem. No entanto, aos 35 minutos, Hélder Postiga apareceu na área e fui derrubado por João Aurélio. Numa grande penalidade inquestionável, o avançado das Caxinas não aproveitou e permitiu a defesa de Bracalli. No outro lado do campo, aos 42 minutos, Carlos Xistra acabou por fazer vista grossa a um empurrão claro de Torsiglieri sobre Mateus, que mereceria cartão vermelho e castigo máximo. A vantagem do Nacional ao intervalo era inquestionável.

Nem roque

A equipa de Alvalade regressou da segunda parte mantendo o mesmo ritmo, se bem que o Nacional marcava agora, com mais eficácia, Matías Fernandez, figura em maior evidência no primeiro tempo. Ainda assim, eram os madeirenses quem conseguiam a melhor oportunidade, aos 55 minutos, com Anselmo a atirar por cima. O Sporting fez entrar Carlos Saleiro aos 59 minutos, via o Nacional ficar reduzido a dez por expulsão de João Aurélio aos 62 minutos, e o terreno parecia inclinar-se a seu favor.

Mas, mais uma vez, a inconsistência do jogo leonino era evidente. Mesmo em inferioridade numérica, os nacionalistas criavam maior perigo, somando várias aproximações à baliza de Rui Patrício. Mateus e Diego Barcellos, muito velozes, entregavam-se por completo à missão de perturbar a defesa do Sporting, que a partir dos 70 minutos já era composta por apenas três elementos, com a entrada de Maniche. Um deles, Torsiglieri, voltou a ter o beneplácito do árbitro Carlos Xistra, que lhe perdoou o segundo amarelo quando derrubou Mateus num lance de contra-ataque.

Prova de vida

Os últimos quinze minutos foram de total domínio dos leões. Com os nacionalistas a apresentarem sinais de desgaste, o Sporting instalava-se no meio adversário e ia somando oportunidades por Maniche (duas vezes) e Simon Vukcevic. Aos 83 minutos, o Sporting enviou a segunda bola ao poste, em cabeceamento de Hélder Postiga, e o Nacional, na resposta, viu o golo ser negado ao isolado Mateus por uma grande defesa de Rui Patrício. O jogo encaminhou-se para o final sem que os homens de Alberto Cabral conseguissem marcar, acabando o Sporting por somar uma derrota que o deixa ao alcance dos seus perseguidores na luta pelo terceiro lugar.


As figuras

Mateus – a sua fisionomia não deixa adivinhar tanta disponibilidade física da parte do avançado internacional angolano. Mateus foi o mestre da oportunidade. No momento do golo, soube colocar-se no limite do fora-de-jogo para executar o remate letal. Durante o resto do jogo, encontrou por mais do que uma vez, o espaço necessário para criar perigo junto à baliza de Rui Patrício. Foi o homem do jogo no Relvado.

Diego Barcellos – enquanto teve pernas, foi um diabo à solta. Correu, fintou, rematou e passou para o golo do Nacional. O Sporting nunca soube como parar o irrequieto brasileiro. Nos momentos finais, pagou o desgaste de estar a jogar com dez e desapareceu. Mas deixou a sua marca no jogo.

Matías Fernandez – numa equipa como o Sporting, é difícil escolher um jogador que sobressaia. Matías tem futebol nos pés e inteligência para oferecer jogo aos seus colegas, mas hoje não era dia para grandes rasgos. Na segunda parte, faltou-lhe espaço, e acabou por ser Maniche quem se evidenciou mais nos minutos finais. No entanto, a haver uma réstia de futebol em Alvalade este ano, será de esperar vê-lo sair dos pés do chileno. 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Salvação, procura-se

O Sporting joga na Choupana o primeiro encontro sem Paulo Sérgio. A partir de segunda-feira, José Couceiro, o homem que disse que nunca seria treinador desta equipa, fará a sua estreia.

Nunca digas nunca

Serão os adjuntos de Paulo Sérgio, Alberto Cabral, Sérgio Cruz e Nuno Valente a assumir a responsabilidade de liderar os verde e brancos no jogo frente ao Nacional. Num momento de transição para a liderança de José Couceiro, o objectivo de todo o grupo é manter-se de pé, apesar do que não pára de acontecer a este conjunto. Depois de lhe terem sido negados reforços que todos percebiam ser necessários, os jogadores perderam Presidente, Director Desportivo e Treinador, numa sequência de acontecimentos que os colocou fora da Taça de Portugal e da Liga Europa, os mantém no campeonato com vários perseguidores na luta pelo terceiro lugar (objectivo mínimo para um grande) e os levará ao Estádio da Luz para disputar com o seu principal rival a presença na final da Taça da Liga.

Numa semana em que se joga quase tudo do pouco que resta ao Sporting, a Direcção interina liderada por Nobre Guedes, tirou da cartola a surpresa Couceiro. No que poderá ser visto como mais um erro de timing – teria sido muito mais racional anunciar a saída de Paulo Sérgio na passada quinta-feira, depois da eliminação frente ao Glasgow Rangers – a Administração leonina coloca, ainda, em cheque, José Couceiro, que chegou ao Sporting para ser um elo de ligação entre a equipa e os dirigentes, vendo-se agora à frente de um grupo esfarrapado, numa clara antecâmara para mais uma despedida,  sem honra nem glória, do Sporting.

Tempo de assumir

Pelos lados de Alvalade, muitos gostariam de ver passar o mês que falta até às eleições em fast forward. Isto porque, sendo hora de alguém assumir o barco que se vai afundando, ninguém tem reais poderes para o fazer até ao dia 26 de Março. A José Couceiro pede-se, sobretudo, que não deixe os jogadores perderem noção das suas funções. Mesmo que os objectivos pareçam rarear, é fundamental que os atletas continuem a representar o emblema leonino com a categoria e o respeito que este merece.

Dentro de campo, será muito importante encontrar oportunidades para galvanizar o plantel. Pontuar na Choupana é fundamental para respirar fundo e chegar confiante à meia-final da Taça da Liga. Para além disso, todos precisam de uma exibição convincente, para que os próprios jogadores não deixem de acreditar nas suas capacidades.

O regresso de Carriço

Depois de ter ficado afastado dos jogos da passada semana devido a um castigo europeu e a problemas musculares, Daniel Carriço regressa ao centro da defesa leonina na Choupana. A chegada do capitão obrigará à saída de um dos centrais utilizados frente ao Rangers, sendo que o mais provável será ver Torsiglieri fazer companhia ao jogador formado no Sporting.  O boletim clínico dos leões inclui os nomes de Pedro Mendes e Valdés, mas em comparação com o onze utilizado na passada quinta-feira, apenas Maniche é esperado como novidade  do meio-campo para a frente.

Na equipa do Nacional da Madeira, Luís Alberto, Skolnik e Orlando Sá estão às ordens de Jokanovic, depois de terem passado a semana  em recuperação física. A equipa madeirense tem Nuno Pinto castigado e Mihelic e Pedro Oldoni lesionados. Mantendo esperanças em atingir a qualificação europeia, os alvi-negros esperam garantir os três pontos.

Na história dos confrontos entre as duas equipas, o empate tem sido o resultado dominante nas últimas três épocas. Mas desta vez, ambos os conjuntos sabem que só a vitória os coloca mais perto das suas ambições.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Saltar fronteiras

Saltar fronteiras: ser fonte de notícias de jornais de referência no estrangeiro. Neste caso, a Marca, em Espanha.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tim Shea candidato à Selecção

O antigo treinador do Benfica, com larga experiência no basquetebol internacional, pretende ser um dos candidatos à selecção nacional.

Depois de numa entrevista, o norte-americano ter falado das suas ligações à cidade de Lisboa e a vontade que tinha em voltar a trabalhar no nosso país, Tim Shea anunciou a sua disponibilidade para o lugar de Seleccionador Nacional.  Estando, neste momento, em Espanha, Shea disse-nos que se encontra ao corrente do processo de escolha do novo técnico e que já fez chegar uma proposta junto da Federação. Para ele, “seria óptimo poder colaborar na nova equipa técnica portuguesa, estou certo de que poderia fazer um bom trabalho, ajudando na qualificação para o Europeu”.

Até agora, a Federação mantém que só anunciará o nome do novo seleccionador em finais de Março, após a realização da Final da Taça de Portugal. Mário Palma é o nome mais ventilado em diversos órgãos de comunicação social, sendo que Mário Gomes, Pep Clarós, António Paulo Ferreira e Scott Roth foram também mencionados como possibilidades. 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Basquetebol estrangeiro é no Solobasket

Esta semana, Matt Shaw leva grande destaque pelos 47 pontos de valorização obtidos na LPB. Mas há mais: o Fenerbahce aumenta a vantagem na Liga Turca, Luka Zoric foi o MVP da semana na Liga Adriática, Ricky Davis estreou-se no Chorale de França, o Obras Sanitárias perdeu, mas segue na frente da Liga Argentina, Chris Esminger conseguiu 21 pontos e 20 ressaltos na Alemanha, o CSKA perdeu outra vez na Liga Russa, o Paok (sem Papadopoulos) é agora uma equipa mais frágil, o Pepsi Caserta confirma, frente ao Montepaschi Siena, a sua excelente temporada europeia e, finalmente, Charles Gaines marcou 52 pontos num jogo da Liga Chinesa.

Muito que ler, no resumo semanal das ligas estrangeiras do Solobasket.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carmelo é convidado de honra para o fim dos Knicks como os conhecíamos

Finalmente conheceu-se o capítulo final da novela da troca de Carmelo Anthony, conseguindo este aquele que era o seu objectivo desde o início: mudar-se para Nova Iorque. No entanto,  o preço que os Knicks pagaram pelo All-Star é demasiado exagerado.

Para finalizar a negociação, a equipa da Big Apple envia para Denver Raymond Felton (17.1 pontos, 9 assistências por jogo), Danilo Gallinari (15.9 pontos e um tremendo lançador exterior), Wilson Chandler (16.4 pontos, 5.9 ressaltos) e Timofey Mozgov (um rookie com 2.16 em fase de aprendizagem na NBA). Para além disso, juntam uma escolha na primeira ronda do Draft 2014 e duas escolhas na segunda ronda dos Drafts 2012 e 2013, para além de um valor em dinheiro. Do lado dos Nuggets, viajam para Leste, Carmelo Anthony (25.2 pontos, 7.6 ressaltos), Chauncey Billups (16.5 pontos, 5.3 assistências), Shelden Williams (4.7 pontos, 5.3 ressaltos), Anthony Carter (1.9 pontos, 1.9 assistências) e Renaldo Balkman (só realizou 5 partidas esta época).

Para além disso, numa troca com os Minnesota Timberwolves, Nova Iorque desfaz-se de Eddy Curry e Anthony Randolph (jogadores do fundo do baú do seu plantel), recebendo em troca Corey Brewer (8.6 pontos por jogo).

O resultado de tudo isto é, a partir de quarta-feira, vermos a equipa dos Knicks entrar em campo com um cinco composto por Billups, Fields, Anthony, Stoudemire e Turiaf (ou então com Brewer, subindo Amare para poste). Nada impressionante. Apesar de contar com duas grandes estrelas (que vão ter que descobrir como harmonizar a velocidade de Stoudemire com a lentidão de Carmelo), todo o resto da equipa deixa muito a desejar. E nem vamos pensar no que estará no banco, porque não restam praticamente opções nenhumas para a equipa nova-iorquina.

Já em Denver,  Raymond Felton terá a companhia de Arron Afflalo, Gallinari, Al Harrington  e Nené Hilário. Prontos a saltar do banco estarão JR Smith, Ty Lawson, Chandler e Mozgov. Ou seja, apesar de ter perdido o seu jogador de referência, Denver parece sair-se deste negócio com muito mais razões para sorrir, seja esta época, seja no que toca a uma possível construção de equipa para o futuro.

É totalmente compreensível que Nova Iorque desejasse ter um jogador-símbolo no seu plantel. Mas abater, num dia só, todo o trabalho de equipa que foi construído até aqui, parece ser demasiado incompreensível. Em momento algum os Knicks terão capacidade para lutar por vitórias, enfrentando Celtics, Heat, Magic e Bulls com o seu “novo” plantel. Já os Nuggets, poderão aproveitar a excelente época que Felton vem fazendo para subirem alguns lugares na classificação da Conferência Oeste.

Eu já sei qual destas duas equipas vou querer ver a partir de agora. 

Algés surpreende em Sangalhos

Os homens de Flávio Nascimento ganham um novo impulso na luta pela manutenção, enquanto os bairradinos perdem o comboio dos segundos classificados.

A entrada decidida do Algés na partida, permitiu-lhes ganhar uma vantagem que souberam como gerir até ao final. A equipa dos arredores de Lisboa foi superior nas percentagens de lançamento e no capítulo dos ressaltos, tendo em Sylvester Spicer (23 pontos, 10 ressaltos) e Sérgio Correia (9 pontos, 11 ressaltos) os seus melhores jogadores. Do lado do Sangalhos, João Carmo (18 pontos) foi o melhor marcador.

Nate Bowie
A outra surpresa da jornada teve lugar no Barreiro, onde o Galitos perdeu frente ao Fórum Terceira Basket. A principal razão está visível na fraca exibição da dupla de americanos da equipa da Margem Sul. Já do lado dos açorianos, Durrell Nevels (16 pontos, 8 ressaltos), Nate Bowie (16 pontos, 12 assistências) e Diogo Gonçalves (13 pontos, 11 ressaltos)  permitiram que a sua equipa se chegue à luta pelos lugares cimeiros.

Quem esteve perto de fazer sensação foi o Seixal. Na recepção ao AngraBasket, a jovem equipa da casa mostrou que não era só Tomás Rodríguez quem fazia evoluir o conjunto. André Clérigo (25 pontos), Daniel Machado (19 pontos, 6 ressaltos) aliaram-se ao veterano Tiago Magalhães (13 pontos, 8 ressaltos, 7 assistências) e tiveram uma das melhores exibições da temporada. Os açorianos, no entanto, não permitiram mais do que isso, com Kevin Jolley (21 pontos, 10 ressaltos) a ser o elemento mais efectivo.

Nas restantes partidas, o Barcelos continua imparável, vencendo em Guifões com duplos-duplos de Nuno Pedroso (20 pontos, 11 ressaltos) e Pedro Silva (11 pontos, 17 ressaltos).  A Física voltou a juntar-se ao Galitos no segundo lugar, graças a uma vitória em Ponte de Sôr. Jason Underwood fez uma das suas melhores partidas, com 18 pontos e 10 ressaltos. Já na Póvoa de Varzim, George Ehiagwina (11 pontos, 17 ressaltos) e André Silva (18 pontos) foram os principais obreiros da vitória sobre o Maia Basket, onde João Diamantino (20 pontos, 9 ressaltos) continua a somar bons números.

Resultados da 15ª Jornada

Póvoa/Monte Adriano – Maia Basket 68-64
Aliança Sangalhos – Algés 53-60
Guifões – Barcelos/Hotel Terço 58-70
Eléctrico – Física de Torres 78-81
Galitos/Tley – Fórum Terceira Basket 55-70
Seixal – AngraBasket 81-82

Classificação

13v-2d: Barcelos/Hotel Terço
11-4: Galitos/Tley e Física de Torres
10-5: Aliança Sangalhos e AngraBasket
9-6: Fórum Terceira Basket
7-8: Póvoa/Monte Adriano
6-9: Eléctrico
5-10: Guifões
4-11: Algés e Maia Basket
0-15: Seixal 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Só o Benfica apareceu no jogo de Alvalade

O Benfica venceu o Sporting (0-2) e mantém a ambição na corrida para o título. Os leões nunca mostraram argumentos para fazer frente às águias e lutarão agora para manter um lugar no pódio.

Benfica mais objectivo

Os encarnados entraram melhor no jogo, explorando sobretudo o seu flanco esquerdo, com Fábio Coentrão e, sobretudo, Gaitán, a aproveitarem os espaços que lhe eram concedidos pela defensiva leonina.  Criando muito perigo perante uma linha recuada cheia de novidades (Polga e Torsiglieri no meio, Grimi na esquerda), o Benfica via o Sporting tentar responder em lances rápidos mas inconsequentes.

A vantagem vermelha chegaria logo aos 15 minutos, no seguimento de um pontapé de baliza cobrado por Rui Patrício. Gaitán subiu pela esquerda, centrou tenso para o centro da área, Pedro Mendes não completou o corte e a bola acabaria nos pés de Salvio, que se antecipou a Grimi e empurrou para o fundo da baliza.

O Sporting nunca conseguiu agarrar o jogo. Apesar de conseguir, por várias vezes, responder com contra-ataques às iniciativas encarnadas, quer Yannick quer Cristiano acabavam por perder a bola. Hélder Postiga parecia muito sozinho na frente e Matías Fernandez via os seus rasgos no meio a perderem-se em faltas da defesa das águias.

As duas vezes que a equipa de Alvalade conseguiu chegar com perigo à área do Benfica, a jogada acabou interrompida por fora-de-jogo de Hélder Postiga. Primeiro numa iniciativa individual de João Pereira, quando Postiga nem tocou na bola, mas estorvou a acção de Coentrão, e depois num slalom de Matías, com o avançado leão a dar um toque subtil que permitiu que o chileno empurrasse para a baliza, já sem efeito.

Devido à grande velocidade com que se jogava no relvado, as faltas e os cartões amarelos iam-se acumulando. A principal vítima deste ritmo foi Sidnei, que aos 45 minutos viu o segundo amarelo, numa falta cometida sobre Yannick, depois de ter visto o primeiro cartão cinco minutos antes, por agarrar Postiga.

Inferioridade só no número de jogadores

Jorge Jesus colocou Jardel no lugar de Saviola, manteve o equilíbrio defensivo da sua equipa, mas nunca deixou de criar perigo frente a um Sporting incapaz de reagir com organização. Apostando em demasia num futebol directo, feitos de passes longos à procura de gente nas alas, os leões mantinham-se como presa fácil para a equipa da Luz.

A melhor oportunidade para os verde e brancos surgiu aos 53 minutos, quando a bola sobre para Matías, depois de Cristiano e Jardel terem chocado, com o chileno a conseguir livrar-se da marcação de dois defesas, mas a proporcionar a defesa da noite a Roberto. No ressalto, Yannick acabou por atirar ao lado. O jogo mantinha a mesma toada, com o Benfica a não abdicar de atacar e tentar alargar a sua vantagem. Isso aconteceu aos 63 minutos. Depois de um livre marcado por Carlos Martins, Javi Garcia colocou a bola em Maxi Pereira, com o uruguaio a centrar para a zona da grande penalidade, onde Gaitán desferiu um potente remate, acabando nas redes leoninas, depois de ter tabelado em Polga.

Os encarnados tinham o jogo na mão e Jorge Jesus promoveu a entrada de Airton, para o lugar de Carlos Martins, de forma a fechar a ainda mais os caminhos para a sua baliza. Paulo Sérgio, da bancada, reagiu com a chamada de Carlos Saleiro e, mais tarde, Diogo Salomão, sem nunca conseguir alterar o sentido do jogo, ainda que no último quarto da partida, os leões tivessem beneficiado de mais posse de bola, sem ter alguma oportunidade de golo digna de registo.

As figuras

Gaitán – a primeira meia hora de jogo foi do esquerdino que, cada vez mais, convence os adeptos benfiquistas. Aproveitou o espaço concedido pelas subidas de João Pereira e criou oportunidades até oferecer o primeiro golo. Na segunda metade, estava no sítio certo para responder ao centro de Maxi Pereira e marcou. Foi o melhor homem em campo, esteve presente nos momentos decisivos e sai em grande de Alvalade.

Roberto – Num jogo onde teve pouco trabalho, o espanhol fez uma defesa do outro mundo, ao evitar que Matías Fernandez empatasse a partida no início do segundo tempo. Não tremeu nunca, sabendo orientar a sua equipa, mesmo com a necessidade de defender a vantagem com menos um jogador durante metade do encontro. O Roberto do início da época já não mora aqui.

Matías Fernandez – esteve nos melhores momentos do Sporting, mesmo que a equipa tenha preferido, quase sempre, os passes longos para chegar ao ataque. Com a bola nos pés, o chileno rasgou por três vezes a defesa encarnada e esteve mesmo muito perto de marcar. Num dia em que o Sporting consiga organizar as suas tropas, Matías poderá muito bem ser o craque dos leões. Hoje ficou apenas como o mais vistoso dos sportinguistas. 

Académica não desarma

N.Alves (Treinador da Académica)

Vencendo em Ílhavo, a equipa de Coimbra afirma-se no topo da LPB, onde leva a companhia do líder Porto e do perseguidor Benfica.

Apoiados na exibição fabulosa de Matt Shaw (27 pontos e 16 ressaltos para 47 pontos de valorização), os Estudantes não permitiram que o Illiabum voltasse a entrar na luta pelo Playoff. Ainda que na primeira parte, a equipa da casa tivesse sido mais feliz, a recuperação no segundo tempo faz com que a Académica se vá distanciando dos restantes candidatos ao terceiro lugar.

Em Lisboa, o Benfica entrou a ganhar por 15-0 frente ao Barreirense, mas viu-se surpreendido pela reacção do último classificado e teve que lutar pelo resultado até ao final. As lesões têm marcado uma equipa encarnada que, ainda assim, vai encontrando formas de mostrar a sua superioridade. António Tavares (24 pontos) foi, pela segunda vez esta semana, a figura da equipa.

O Porto Ferpinta não tem um panorama mais leve, no que toca a lesões, mas Moncho Lopez tem sabido dar tempo e espaço para que os seus jovens evoluam. No entanto, é Julian Terrell (10 pontos e 16 ressaltos) e Greg Stempin (17 pontos, 9 ressaltos) quem assume a responsabilidade de liderar a turma dos Dragões. O Sampaense não teve hipóteses de ser a surpresa.

Quem continua em grande é o CB Penafiel, conseguindo nos Açores mais uma vitória preciosa, que coloca a turma duriense com vantagem por um lugar nos playoff. Os homens de Manolo Povea revelam uma excelente concentração defensiva, utilizando a pressão sobre o homem com bola como sua principal arma. Essa opção levou a que o Lusitânia cometesse muitos erros, não conseguindo nunca recuperar da má entrada na partida. Jeremy Goode (21 pontos, 4 assistências) foi o melhor entre os vencedores, ainda que o destaque da partida vá para a grande exibição de Rick Cardoso (24 pontos, 15 ressaltos).

O CAB Madeira recebeu e bateu o Ovarense Dolce Vita, contando com uma excelente partida de Jaime Silva (26 pontos, 6 assistências). A equipa vareira continua muito irregular, apesar de Nuno Cortez (17 pontos, 14 ressaltos) ter conseguido o seu décimo-primeiro duplo-duplo da época.

Quem também fez uma excelente exibição foi o Vitória de Guimarães, que foi mais resistente e quebrou o esforço do Casino Ginásio durante a segunda parte do jogo. Kyle Austin (31 pontos, 6 ressaltos) roçou a perfeição, numa partida onde Tomás Barroso (22 pontos e 5 assistências) recuperou a preponderância que lhe foi reconhecida no início da temporada.

 Resultados da 16ª Jornada

Vitória de Guimarães – Casino Ginásio 99-72
Lusitânia Expert – CB Penafiel 74-81
Porto Ferpinta – Sampaense 94-79
Illiabum – Académica 67-77
Benfica – Barreirense 88-74
CAB Madeira – Ovarense Dolce Vita 81-63

Classificação

14v-1d: Porto Ferpinta
12-4: Académica
12-3: Benfica
9-7: Vitória de Guimarães
8-8: Ovarense Dolce Vita e CB Penafiel
7-9: CAB Madeira, Casino Ginásio e Sampaense
5-11: Illiabum
4-12: Lusitânia Expert
2-14: Barreirense

O jogo do tudo ou nada

Sporting e Benfica encerram a 20ª jornada com um dérbi onde ambos terão que apresentar todos os argumentos nas disputas que têm em aberto na Liga Zon Sagres.

O quê para quem?

O Benfica ainda só conhece a vitória no ano de 2011, estando numa série de 14 vitórias consecutivas. Ainda assim, os pontos perdidos nas primeiras três jornadas da Liga, fazem-no olhar para a revalidação do título como um objectivo distante. Mesmo vencendo em Alvalade, a equipa encarnada ficará a 8 pontos do FC Porto, algo que não é impossível de alcançar, mas que é muito pouco expectável de um conjunto que, em 20 jogos, ainda só desperdiçou 4 pontos.

Já o Sporting joga para manter a terceira posição. União de Leiria, Braga e, especialmente, o Vitória de Guimarães, mordem os calcanhares dos leões que nunca conseguiram, desde o início da época, somar mais de duas vitórias consecutivas em jogos de campeonato. Manter a vantagem perante os seus adversários directos e, através deste jogo, interromper a cavalgada vitoriosa do seu maior rival são óptimos objectivos para fazerem os verde e brancos correr.

O peso da Europa

O dérbi surge entre os jogos dos 1/16 de final da Liga Europa, que ambos os clubes lisboetas desejam vencer. O Sporting conseguiu um excelente resultado em Glasgow, roubando um empate frente ao Rangers bem perto do final da partida. A exibição positiva dos homens de Alvalade subiu um pouco os níveis de confiança da equipa liderada por Paulo Sérgio, que será um dos ausentes do relvado, devido a castigo federativo.

Jorge Jesus não viu confirmado o medo nos olhos do Estugarda e ofereceu 45 minutos de avanço aos germânicos. No entanto, a segunda parte dessa partida devolveu-nos o grande Benfica que se tem visto nas últimas jornadas. O técnico campeão deverá ter aprendido uma lição que já tantas vezes esqueceu. A sobranceria não é boa conselheira na preparação de um jogo de futebol. Por muito mal que o Sporting lhe pareça, ignorar os perigos que a equipa leonina pode criar, será fatal para a equipa das águias.

Pensar cada peça como num jogo de xadrez

Do lado do Benfica não são esperadas surpresas. Jorge Jesus definiu o seu melhor onze durante o mês de Janeiro, não encontrando razões para o alterar na visita a Alvalade, visto que na equipa leonina não existem individualidades a merecer uma marcação especial. Assim, o Benfica terá na baliza o espanhol Roberto, formando a sua defensiva com Maxi Pereira, Sidnei, Luisão e Fábio Coentrão.

Na zona intermediária, Javi Garcia continuará a desempenhar o papel de pêndulo do jogo encarnado, prevendo-se muito trabalho no confronto com o meio-campo reforçado que Paulo Sérgio tem vindo a apresentar. Salvio, Aimar e Gaitán ficam com as responsabilidades criativas das águias, esperando que Saviola e Cardoso possam ter bolas suficientes para resolver a partida no reduto leonino.

Já no caso do Sporting, a ausência de Evaldo e Valdés obriga a mexidas no onze preferido de Paulo Sérgio. Rui Patrício, que tantas vezes assumiu o papel de salvador da equipa este ano, assumirá a defesa das redes de Alvalade. Na defesa, João Pereira, Daniel Carriço, Anderson Polga e Torsiglieri, parecem os favoritos do técnico. Apesar de Grimi ser um lateral de origem, Torsi apresentará melhores índices defensivos, o que o levará a ter a oportunidade no onze.

No meio-campo, Paulo Sérgio não abdica de um trio que lhe garanta estabilidade. Pedro Mendes, Zapater e André Santos levam a vantagem. Maniche, para além das fracas exibições, tornou-se em mais um caso de indisciplina, algo que tem garantido saídas da equipa titular a quem os comete. Por fim, muitas dúvidas em quem poderá aparecer no apoio a Hélder Postiga. Vukcevic e Yannick parecem estar na pole position, visto oferecerem imprevisibilidade e rapidez às transições ofensivas. Matías Fernandez, que entrou muito bem em Glasgow, poderá também aparecer no onze, embora essa opção obrigasse a outras transformações e tornasse o jogo do Sporting ainda mais lento.

As dúvidas irão durar até perto da hora do jogo, sendo que se espera um Estádio quase lotado, estando já quebrado o recorde de bilheteira desta temporada em Alvalade. Será um grande jogo, de muitas emoções, onde a equipa pior classificada tem, por tradição, melhores resultados. Se do lado leonino, ninguém se quererá fiar em probabilidades, do lado do Benfica, superstições não serão permitidas. Venha a bola.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Formação séria com divertimento - Entrevista a Ron Yeung

A semana do basquetebol canadiano continua aqui no Planeta Basket, hoje com uma entrevista a Ron Yeung, responsável federativo pelo programa de minibásquete.

Como explicado ontem, o Steve Nash Youth Basketball é desenvolvido pela Federação Canadiana de Basquetebol, de forma a poder angariar mais jovens e promover o basquetebol como opção de vida saudável. Ron Yeung explica-nos tudo o que é preciso saber sobre este interessantíssimo programa.

O Steve Nash Youth Basketball (SNYB)é um enorme investimento no basquetebol jovem.  Tem-se sentido no Canadá alguma dificuldade para encontrar novos jogadores e adeptos?

Este programa é parte de uma estratégia bem maior para o desenvolvimento do basquetebol no Canadá. Como parte da missão federativa para “fazer crescer” o jogo, este projecto serve para incrementar a participação na base e alargar o número de praticantes nos níveis mais baixos da pirâmide.
Neste momento, o basquetebol está classificado em segundo lugar em termos de popularidade e crescimento entre os jovens do Canadá. O desenvolvimento de um bem estruturado programa é a solução para promover a necessidade crescente de novos atletas para este desporto. As premissas do SNYB focam-se no divertimento e no tornar a experiência agradável, com ênfase no treino apropriado para as diferentes fases do desenvolvimento dos jovens atletas. É especificamente designado para um desenvolvimento global do desportista através do basquetebol,  quer seja físico, mental ou no que toca a ferramentas para a vida. A nossa esperança é que todos os participantes recebam o treino apropriado, o que deverá produzir atletas bem preparados e com uma paixão duradoura pelo basquetebol.
O projecto do SNYB é flexível na sua natureza, para que permita os participantes locais a adaptarem-no e implementarem-no nas suas comunidades, mantendo sempre presentes os princípios e filosofia do programa. Desde que o criamos, a participação dos jovens tem sido cada vez maior, em todas as regiões do país.

Quantos jogadores federados existem no Canadá?

Baseado nos números do Relatório da Comissão de Desportos do Canadá, existem cerca de 155000 jogadores e treinadores de basquetebol no nosso país.

Em traços gerais, como funciona este programa?

O SNYB trabalha com organizações comunitárias, clubes, escolas e outras instituições, para oferecer um programa de desenvolvimento do  basquetebol  para os jovens .
O modelo do SNYB foi estabelecida após uma extensa pesquisa de programas comunitários existentes de basquetebol na América do Norte,  seguindo as directrizes do Modelo de Desenvolvimento do Atleta Canadiano (LTAD). O objectivo do programa é permitir aos participantes a oportunidade de maximizar o seu potencial, promovendo a importância do basquetebol na juventude como um veículo para construir o carácter, disciplina, auto-estima e espírito desportivo.
O SNYB visa proporcionar um sistema de desenvolvimento consistente e sistemático ao nível das bases, em todo o Canadá. Ao  envolver-se com o programa, os membros estão directamente relacionados com os organismos nacionais e provinciais. O programa trabalha continuamente com os administradores do programa para formar técnicos de acordo com as necessidades dos jovens atletas e proporcionar-lhes os recursos educacionais  mais recentes.
Juntamente com uma experiência que lhes permite desenvolver os fundamentos do basquetebol e ensinamentos para a vida, todos os participantes inscritos também recebem diversos itens em cada época. Estes incluem equipamentos, uma bola de basquetebol, um cartaz, uma  bolsa e um certificado de participação.
O que torna o programa SNYB original, entretanto, é que não são apenas os atletas que terão benefícios, os treinadores e os pais irão encontrar vantagens também. Todos os pais recebem um Guia Parental após o registo, uma ferramenta educacional para entender as fases adequadas do LTAD, bem como o papel que eles desempenham na experiência desportiva dos seus filhos. Os treinadores são certificados através da National Coaching Certification Program (NCCP), dispondo ainda  de um Manual de Treinador, que inclui um currículo e planos de aula actualizados para cada temporada.
A Federação Canadiana compreende a necessidade de um programa bem estruturado de desenvolvimento do basquetebol, e mais importante, a necessidade de técnicos qualificados. Nós acreditamos que o programa SNYB tem a plataforma para oferecer tudo isso e trazer um impacto duradouro para a juventude e todos os envolvidos na comunidade.

Quais são os objectivos do programa?

A nossa visão é criar oportunidades para crianças entre os 5 e os 13 anos que, no Canadá, possam: jogar basquetebol, aprender a  jogar com técnicos e programas qualificados, aprender a competir de forma positiva e num ambiente seguro e apoiado, e aumentar a saúde no país.
Criando o SNYB, o objectivo é introduzir o basquetebol num fórum que permita o desenvolvimento com sucesso das capacidades dos nossos jovens. Quando um jovem atleta experimenta o sucesso, ele está também a divertir-se.
Os cinco objectivos chave do SNYB são: promover a participação, educar os jovens, permitir a progressão deles enquanto atletas, desenvolver o treino e a arbitragem, construir carácter associado ao jogo do basquetebol.

Quem são os treinadores do SNYB? E como é que eles são formados para ensinar o jogo?

Os treinadores do programa podem ser pais, antigos jogadores, professores ou qualquer pessoa que tenha uma paixão pelos jovens e pelo basquetebol. Enquanto alguns dos treinadores poderão ter um vasto conhecimento do jogo, outros poderão ter menos experiência, mas participar com ânimo e gosto neste programa.
O principal foco do programa é desenvolver e investir em treinadores preparados, dedicados, competentes, entusiastas e com valores. Muitas oportunidades existem para treinadores voluntários que queiram participar em workshops e clinics relacionados com o NCCP. O programa continuará centrado nos participantes e é suportado por treinadores formados e administradores locais.

Quais são as formas de promoção deste programa e os custos associados?

O SNYB é promovido pelos governos das respectivas províncias por todo o Canadá. Enquanto continuamos a lutar para encontrar patrocinadores e outros fundos que permitam uma maior divulgação através da televisão e dos mass media, confiamos nas nossas extensões provinciais para que divulguem nas suas comunidades, para além de utilizarmos os meios tradicionais como websites, posters, flyers e o passa palavra. Com o surgimento das redes sociais, plataformas como o Facebook, o Twitter e blogues de basquetebol, permitem um ainda maior espalhar da palavra a custos mínimos.

Como é que este programa se coordena com a evolução destes jogadores nos outros escalões de formação?

Neste programa visamos a excelência no desenvolvimento dos atletas, de modo a criar as bases de jogo e de atitude que pensamos necessárias para ter sucesso no futuro. O último objectivo é permitir, claro, que estes jogadores possam representar o país internacionalmente, através das selecções de cadetes, juniores, selecção pré-profissional e a equipa principal do Canadá.

A formação no Canadá segue o modelo do Estados Unidos, com os jogadores a jogarem em equipas de Liceu e Universitárias?

Sim, o sistema é muito similar. O jovem atleta começa por jogar em torneios organizados na sua comunidade ou em ligas de cidade. Quando amadurecem, passam a jogar por equipas elite de jovens e depois passam para as equipas dos Liceus, passando na fase seguinte para representar as suas Universidades. A grande diferença entre o Canadá e os Estados Unidos é o número da população. Com uma população bem menor do nosso lado, o ênfase é colocado na educação e desenvolvimento, ao contrário de estarmos apenas a escolher atletas de topo para fins competitivos.

Será possível virmos a assistir à criação de uma Liga Canadiana de Basquetebol profissional?

Eu acredito que, um dia, o Canadá terá a sua própria Liga de Basquetebol profissional. Com o crescimento deste desporto no nosso país, a criação de uma estrutura profissional está iminente. Por enquanto, o Hóquei no Gelo ainda é o desporto nacional. A minha ideia é que o desenvolvimento trará mais interesse do público e das empresas privadas, levando a mais fundos e patrocínios que viabilizarão uma liga profissional.

Qual é a relação entre a Federação Canadiana e os Toronto Raptors?

As duas instituições são parceiras, já que ambos procuramos fazer com que o basquetebol cresça no Canadá. O sucesso de uma organização está interligado ao sucesso da outra. A relação próxima que temos, permite a promoção de uma alargada base de adeptos, bem como o alinhamento de todas as partes interessadas da comunidade do basquetebol pelo Canadá.

Achas que é possível ter o SNYB promovido no estrangeiro, em países que estão em fase de desenvolvimento do seu basquetebol?

Os princípios e filosofias deste programa foram estabelecidos após uma longa pesquisa e procura das melhores práticas na América do Norte e pelo mundo inteiro. O conceito de um programa bem estruturado de desenvolvimento nacional de basquetebol que fala com a juventude, divertido, agradável e com formação adequada oferecida por treinadores certificados deve ser promovidos em todos os países. Enquanto o Steve Nash é um ícone no Canadá, outros países podem recorrer aos seus jogadores mais conhecidos, como o Yao Ming na China, o Andrew Bogut na Austrália ou o Dirk Nowitzki na Alemanha. A qualidade da programação, do treino, do currículo e dos seus modelos, é o que faz o SNYB ser único, em comparação com outros programas existentes. 

Steve Nash promove o Basquetebol

Continuamos a nossa semana dedicada ao Basquetebol no Canadá, deste vez com um projecto dedicado aos mais novos.

A Federação Canadiana de Basquetebol recorreu à sua figura máxima, Steve Nash, para dar a cara pelo projecto de divulgação deste desporto entre os mais jovens.

Chama-se Steve Nash Youth Basketball e tudo começou num extenso trabalho da Federação Canadiana de Basquetebol na definição do Modelo de Desenvolvimento do Atleta. No documento de cerca de 70 páginas, definem-se os estágios de desenvolvimento, os modelos de acompanhamento, de treino e os objectivos da vivência do basquetebol, seja na criação de hábitos saudáveis, na aquisição de conhecimentos aplicáveis à vida geral ou na escolha da profissionalização neste desporto.

Para além disso, há um Manual para Treinadores com cerca de 170 páginas onde são delineadas as formas de intervenção para cada um dos técnicos que assumir o desenvolvimento de uma equipa no âmbito deste programa.

O programa divide a sua importância entre dois vectores principais: a educação para a vida e a educação para o basquetebol. O ponto de partida de cada técnico deve passar por reconhecer a importância da prática de vários desportos no desenvolvimento das capacidades motoras de um jovem. Só numa segunda fase se torna importante o desenvolvimento de características específicas do basquetebol.

Nesse ponto, o Manual divide a sua atenção pelas dicas e técnicas de ensino, a importância do plano de treinos, a preparação do espaço de treino e os princípios individuais e colectivos dos jogo.  O forte investimento feito pela Federação Canadiana nos jovens jogadores tem como objectivo, a médio prazo, tornar o basquetebol uma modalidade de referência no país, que tem no Hóquei no Gelo a sua primeira opção.

Formar jogadores, treinadores, árbitros e público através da promoção de um programa de minibasquete é, sem dúvida, uma aposta baseada na confiança num trabalho organizado e pensado para o futuro. No Canadá, os esforços estão a ser feitos no sentido de se conseguir obter resultados visíveis e quantificáveis, seja através do número de atletas inscritos na Federação, seja no crescimento da qualidade das equipas formadas para disputar competições internacionais.

Para todos aqueles que estejam interessados em dispor desta documentação ou ter mais informações sobre a mesma, Ron Yeung, o nosso entrevistado de amanhã, disponibiliza o seu contacto (ryeung [at] basketball.ca ) , com vista a partilhar com os técnicos interessados esta valiosa ferramenta. 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Aprendi com os melhores" - Entrevista a Maurizio Gherardini

Continuamos a semana dedicada ao Basquetebol Canadiano com Maurizio Gherardini, o primeiro europeu a trabalhar como administrador de topo numa equipa da NBA. Curiosamente, essa equipa, os Toronto Raptors, é canadiana.

Gherardini é um nome conhecido por todos os amantes do Basquetebol Europeu, já que foi responsável por uma das equipas que está na memória de todos os amantes deste desporto: o Benetton Treviso. A sua ligação ao basquetebol começou em Forli, a sua cidade natal, onde foi jogador, treinador adjunto e director da equipa. Em 1992, mudou-se para Treviso e coleccionou títulos: 4 campeonatos de Itália, 3 Supertaças, 7 Taças de Itália, 1 Eurocup e 4 presenças na Final Four da Euroliga. Depois de ter sido entrevistado para um lugar na Administração do Charlotte Bobcats, Maurizio Gherardini chegou à NBA em 2006, para ser Vice-Presidente e Director Geral dos Toronto Raptors. Para além disso, acumula funções na Federação Canadiana, entidade apostada em desenvolver o basquetebol no seu território.

Aproveitámos um momento de descanso, durante as férias natalícias, para chegar à fala com o dirigente italiano, ficando a saber mais sobre o seu percurso e o seu trabalho do outro lado do Oceano.

Olá Maurizio, tens uma larga experiência no basquetebol europeu, o que conheces deste desporto em Portugal?

Tive a oportunidade de ir até ao vosso país disputar jogos das competições europeias com a minha antiga equipa, o Benetton, tal como ver alguns jogos da vossa selecção. Para além disso, tenho alguns amigos que me vão mantendo actualizado do que se passa por aí, um deles é o Mark Crow[olheiro dos Atlanta Hawks], que jogou uma temporada em Lisboa.

Foste jogador, treinador adjunto e director-geral na equipa da tua cidade, Forli. Nesses tempos, alguma vez imaginaste que podias chegar onde estás agora?

Sonhar chegar à NBA era, na altura, mesmo apenas um sonho, tal era a distância a que eu estava de perceber que uma oportunidade assim acabaria por aparecer durante a minha carreira no basquetebol.

Quais foram as aprendizagens fundamentais que recolheste em Forli, que te vieram a ajudar a ser um director de topo na NBA?

Eu acho que aquilo a que se chamam “fundamentos” são sempre importantes, onde quer que estejas no basquetebol: perceber o sistema e as suas regras, criar uma boa rede de contactos, trabalhar na observação, aprender a lidar com as pessoas.

Fazes parte da história do Benetton Treviso. Enquanto foste director, a equipa ganhou a Liga Italiana, a Taça de Itália, a Eurocup, tendo também atingido a Final Four da Euroliga. Qual era a filosofia de base desta equipa vencedora?

Tentei sempre ter o melhor equilíbrio entre jogadores veteranos, jogadores no seu melhor momento e jovens prometedores. Ter espaço para jovens em início de carreira foi sempre uma prioridade minha, tanto como conseguir manter alguns veteranos que tivessem experiência e soubessem “como ganhar campeonatos”.

Trabalhaste com treinadores como o Ettore Messina, o Mike D’Antonio, o Zeljko Obradovic… Qual deles é o melhor treinador?

Todos são grandes treinadores e grandes homens. Sempre me senti um privilegiado por trabalhar com eles e não vejo uma maneira possível de os listar.

Conta-nos o que aprendeste com cada um deles.

É impossível não aprender quando se trabalha com os melhores. Era uma partilha quotidiana, uma oportunidade diária de falar com eles sobre basquetebol. Confesso que tenho algumas saudades dessa “partilha de basquetebol”, já que todos eles eram muito abertos a discutir diferentes pontos de vista.

Organizaste Campos de Verão e Clinics, tornaste Treviso na cidade que todos os olheiros da NBA queriam visitar, organizando a Liga de Verão de Treviso. Qual é a importância de trabalhar com jovens no futuro do basquetebol?

Ter a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de talentos é um grande extra: tens ali o palco ideal para medir as qualidades dos jogadores e começar a avaliar as possíveis escolhas que terás que fazer para a tua equipa no futuro. E, de uma forma geral, estás a contribuir para a evolução do jogo.

Manténs uma ligação com a Federação Canadiana onde estão a promover um projecto de basquetebol para jovens com a participação do Steve Nash. Queres nos contar mais sobre isto?

O Steve Nash é um ícone e um nome que poderá realmente ajudar ao desenvolvimento do basquetebol em todo o país. O projecto é destinado a crianças e o sucesso tem sido surpreendente: o basquetebol é o desporto com o crescimento mais rápido no Canadá!

Foste o primeiro europeu a deter uma posição de topo na administração de uma equipa da NBA. Achas que abriste a porta para outros directores e treinadores europeus?

Espero realmente que existam mais a seguir a mim. As barreiras existem para ser ultrapassadas. Não é um processo fácil mas eu acho que existem directores e treinadores com muita qualidade na comunidade internacional do basquetebol.

Virando agora a agulha para os Toronto Raptors. Perderam este ano a vossa estrela, Chris Bosh. É um novo começo para a equipa dos Raptors?

É um grupo novo. Somos uma equipa jovem e as trocas recentes tornaram-nos ainda mais jovens. Sentimos que temos algumas peças de qualidade e queremos construir algo a partir daí.

Quais são os objectivos da equipa, para os próximos cinco anos?

Ser um candidato consistente aos playoff. Sinto que estamos apenas a um ou dois pequenos passos de chegar lá.

No vosso plantel há uma série de jogadores bem conhecidos em Portugal, como o José Calderón, o Andrea Bargnani, o Linas Kleiza e o brasileiro Leandrinho. Pode dizer-se que os Raptors mantêm uma atenção especial ao que se passa na Europa?

Nós não contratamos jogadores de acordo com o seu passaporte, mas tentamos sempre completar a nossa equipa com a peça que melhor se adequa. Não tenho dúvidas que, sendo Toronto uma cidade multiétnica, os jogadores estrangeiros têm toda a facilidade em adaptar-se e a sentir-se em casa. Isso ajuda. Nós gostamos de observar jogadores no mundo inteiro e, na nossa opinião, o talento pode aparecer em qualquer canto.

No passado, trabalhaste também com excelentes jogadores como Jorge Garbajosa e Anthony Parker. Qual foi o melhor jogador com quem trabalhaste?

Tal como referi em relação aos treinadores, não há maneira de elaborar uma lista. Trabalhar com o Garbajosa e com o Parker foi fácil e muito compensador, porque ambos têm talento, inteligência, conhecimento e eram excelentes no balneário. Mas eu fui suficientemente sortudo para me cruzar com uma série de jogadores de alta qualidade durante todos estes anos.

Nós, no Planeta Basket, promovemos a publicação de artigos técnicos e informação sobre o trabalho com os jovens, para além do basquetebol de topo. Achas que websites como o nosso têm um papel no desenvolvimento do Basquetebol?

Sem dúvida alguma, é uma espécie de missão. É fundamental chegar aos atletas enquanto jovens, tal como permitir o envolvimento de toda a gente, sejam jogadores, treinadores ou directores, de forma a que venham ter acesso ferramentas através do site.

Peço-te que deixes uma mensagem para todos os que estão envolvidos no Basquetebol em Portugal.

Eu gostava de agradecer a cada pessoa a sua colaboração no desenvolvimento do basquetebol no vosso país, bem como desejar a melhor das sortes para esta temporada. Percebam que partilhar ideias e dar uma contributo às novas gerações é muito importante. Tenho esperança que possamos voltar a encontrar-nos. Desejo-vos tudo de bom. 

Semana do Basquetebol Canadiano

O Planeta Basket atravessa o Oceano Atlântico e vai até ao Canadá para conhecer como se desenvolve o basquetebol nesse país da América do Norte.
O Canadá é segundo maior pais do mundo em termos de território, quase cem vezes maior do que Portugal. Em todo o país existem duas línguas oficiais, o francês e o inglês, e o número de habitantes  está perto dos 34 milhões, mais ou menos 3,5 vezes mais do que Portugal.
 As primeiras coisas que nos chegarão à ideia, quando pensamos no Canadá e no basquetebol deste pais, são os Toronto Raptors, Steve Nash, Joel Anthony  e, provavelmente, alguns dos nossos leitores lembrar-se-ão do antigo jogador do LA Lakers e selecção canadiana Rick Fox . Ou seja, todas as recordações apontam para a NBA. Mas neste pais existe basquetebol de formação, e de que maneira.
Decidimos fazer um paralelo entre basquetebol profissional e o minibasquete no Canadá. Para tal, temos exclusivas entrevistas com Maurizio Gherardini, Vice-Presidentes dos Toronto Raptors , e com Ron Yeung, responsável na Federação Canadiana pelo projecto de basquetebol para crianças.
Vamos falar sobre  a famosa programa de captação de crianças (e pais), que conta com manual de treinadores para minibasquete com mais de 200 paginas, construído à volta da  estrela da NBA, Steve Nash.
Sabemos perfeitamente que as realidades são diferentes, mas objectivo é trazer para os nossos leitores algumas ideias que podem utilizar no seu dia a dia em Portugal. Se conseguirmos enriquecer-vos um pouco que seja, então todo esforço valeu a pena.
Chegamos ao essencial, para vos envolver!
Não perca a semana dedicada ao basquetebol Canadiano só aqui, no Planeta Basket!