terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CAN 2012: o grupo B foi assim

Costa do Marfim e o surpreendente Sudão qualificaram-se para os quartos-de-final da CAN, deixando de fora duas equipas que chegaram a esta competição como outsiders. No final do grupo, Angola acaba por sofrer as consequências do excesso de confiança demonstrado depois da vitória sobre o Burkina Faso.

A primeira jornada parecia ser decisiva para a classificação final deste grupo. Enquanto os marfinenses bateram, timidamente, o Sudão por 1-0 (Drogba, quem mais?), Angola fez uma exibição madura e venceu o seu concorrente directo pelo segundo lugar do grupo. Mateus e Manucho marcaram dois golos de belo efeito e deixaram Paulo Duarte a fazer contas com a equipa burquinesa.

Os segundos jogos pareciam não trazer novidades. Pelo menos até aos 74 minutos do Angola-Sudão. Quando os Palancas Negras pareciam já gerir o seu apuramento, com Carlos Fernandes a atrasar uma reposição de bola que lhe permitia limpar os amarelos na última jornada, Mohamed Bashir marcou golo do empate e deu algumas esperanças aos sudaneses. Na outra partida, a Costa do Marfim cumpriu a sua obrigação e colocou o Burkina Faso fora da corrida.

Assim se chegou a uma última jornada onde, apesar das possibilidades matemáticas em contrário, Angola parecia chegar segura do seu apuramento. Erro crasso. Uma equipa com as fragilidades defensivas dos angolanos não poderia nunca deixar-se enredar na confiança do trabalho feito. Assim, dois erros infantis permitiram que uma segunda equipa da Costa do Marfim vencesse por 2-0, enquanto o Sudão ia demonstrando que Paulo Duarte e o Burkina Faso não foram feitos para fases finais da CAN (duas participações, cinco jogos, cinco derrotas).

No balanço final do grupo, pode bem dizer-se que ainda não se viu a Costa do Marfim em todo o seu poderio, o que não deixa de ser algo normal neste tipo de competições. O Sudão faz história, voltando a vencer um jogo na CAN 42 anos depois, com o bónus de isto lhe valer uma qualificação para a segunda fase. Angola parece não ter crescido nem aprendido com os erros e Lito Vidigal foi já “denunciado” como bode expiatório do falhanço colectivo dos Palancas. Paulo Duarte, esse, também parece de saída do Burkina, restando agora saber em que latitude africana continuará a sua carreira.


A figura

Mudathir El Tahir

O avançado do Al Hilal tornou-se na figura deste grupo ao marcar os dois golos da vitória sudanesa frente ao Burkina Faso. Pleno de oportunidade, El Tahir entra para a história do futebol sudanês aos 23 anos, oferecendo uma vitória que fugia há 42 anos e uma qualificação que ninguém previra. Estes são os ingredientes do que poderá transformar-se num bilhete para uma liga mais competitiva no futuro próximo.  

De olho no primeiro lugar

Gabão e Tunísia enfrentam-se hoje para decidir quem fica em primeiro lugar do grupo C. Para o vencedor haverá o prémio de, ao que tudo indica, evitar a poderosa seleção do Gana nos quartos-de-final.

A equipa da casa tem sido uma das boas surpresas desta CAN, ao mostrar um futebol vistoso e ofensivo, tendo em Aubameyang um autêntico diabo à solta na frente da ataque. Já a equipa tunisina é o oposto total. O treinador, Trabelsi, criou um colete de forças para vencer Marrocos e, apesar das dificuldades sentidas frente a um Níger que obrigou a equipa a ter mais iniciativa, um golo salvador de Jemma permitiu assegurar o apuramento ao fim de duas jornadas.

Neste jogo decisivo, enquanto o Gabão procura confirmar a onda de entusiasmo que invadiu o país, a Tunísia tentará, uma vez mais, ser uma equipa cautelosa e racional, evitando sofrer golos para aproveitar o mínimo deslize adversário.

Entretanto, na outra partida do grupo, joga-se apenas pela honra. Enquanto o Níger tentará somar os seus primeiros pontos em fases finais da CAN, Eric Gerets terá que demonstrar que tem condições para continuar à frente da seleção marroquina. O treinador belga já disse que quer terminar aquilo que começou e, na verdade, esta geração marroquina parece destinada a atingir feitos que, até agora, lhe tem fugido entre os dedos. Uma vitória na tarde de hoje é essencial para ganhar tempo e confiança para o que poderá vir a ser feito no futuro próximo.  

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CAN 2012: o Grupo A foi assim

Zâmbia e Guiné Equatorial seguem em frente no Grupo A. O principal favorito, Senegal, não só fica pelo caminho como é a grande desilusão da prova, ao perder todos os jogos.

A surpresa começou a desenhar-se logo no primeiro dia da competição, quando uma esforçada Guiné Equatorial venceu a Líbia com golo de Javier Balboa. A equipa da casa mostrou um futebol simples e realista, tendo em conta os jogadores à sua disposição: defesa dura, avançados móveis. Aparentemente, ficar na expectativa não era solução para os comandados de Gilson Paulo, um desconhecido treinador brasileiro que, como prémio de apuramento, ganhou já mais um ano de contrato à frente da equipa guineense.

Também na primeira jornada a Zâmbia bateu o Senegal por 2-1 e começou a desenhar o que seria a história do principal favorito deste grupo: uma desilusão sem igual, para um grupo onde brilhavam Demba Ba, Moussa Sow e Papiss Cissé.

No entanto, a segunda jornada deixou bem claro quem eram as equipas mais fortes. Depois de uma chuva torrencial, Líbia e Zâmbia não foram além do empate. Mas mesmo com o relvado em frágeis condições, a Guiné Equatorial conseguiu uma das vitórias que ficará na história deste país. Depois de ver o Senegal empatar nos minutos finais, Kily, com um fabuloso remate fora da área, colocou o pior classificado do Ranking Fifa a jogar nesta CAN nos quartos-de-final da competição.

A última jornada serviu para confirmar tendências. Enquanto a Guiné Equatorial, pela primeira vez, pareceu mais preocupada em contralar o jogo, a Zâmbia recorreu às suas credenciais e Chris Katongo marcou o golo da merecida vitória. No outro jogo, a Líbia honrava a sua revolução com uma vitória sobre um Senegal desfeito em pedaços.

Obviamente que a Guiné Equatorial será uma das bonitas histórias deste torneio. Mas é a Zâmbia quem entra na fase decisiva da prova com condições para conquistar alguma coisa na CAN. Senão o título, um lugar no pódio.

A figura

Javier Balboa

Instrumental no sucesso da Guiné Equatorial. Marcou o golo para a vitória no primeiro jogo, fez a assistência para a vitória no segundo. Depois de muito prometer ao serviço do Real Madrid, a sua carreira precisava de um momento especial. Chama-se CAN 2012. Balboa sairá desta competição como um dos nomes em destaque no futebol africano.

A primeira final para Angola

Angola defronta a Costa do Marfim naquele que será um encontro decisivo para o apuramento para os quartos-de-final da Taça das Nações Africanas. A equipa de Lito Vidigal precisa apenas de um ponto, mas jogará para ganhar e conquistar o primeiro lugar do grupo.

Depois de bater o Burkina Faso e de empatar com o Sudão, Angola precisa agora de um ponto (ou que o Sudão não vença o seu jogo) para confirmar a passagem aos quartos-de-final. A motivação é grande, para mais enfrentando a Costa de Marfim, uma das seleções com mais estrelas nesta competição.

Para o jogo de hoje, Lito Vidigal não poderá contar com Carlos Fernandes, que tem sido o guarda-redes titular da equipa. As notícias vão indicando que o escolhido para o substituir deverá ser Wilson, guarda-redes do 1º de Agosto. Quem está totalmente recuperado da lesão que o afastou do último jogo é Nando Rafael. O avançado fez a sua estreia oficial com a camisola dos Palancas Negras frente ao Sudão, depois de, no passado, ter representado a seleção alemã nos escalões mais jovens.

A equipa da Costa do Marfim chega a esta partida com a qualificação garantida, fruto de duas vitórias em outros tantos jogos. Ainda assim, será pouco provável que opte por descansar as suas principais estrelas, dado que a Zâmbia, equipa que venceu o grupo B, é um adversário a evitar na próxima fase da competição.

Em disputa estará ainda a tentativa de Angola vencer a equipa marfinense, pela primeira vez, em jogos oficiais. A única vitória dos Palancas aconteceu em 2007, num jogo amigável, mas das três vezes que as equipas disputaram jogos em competições africanas, a vitória sorriu sempre aos Elefantes. Em 1998, as duas equipas encontraram-se em jogo da CAN, disputada no Burkina Faso. A equipa da Costa do Marfim venceu por 5-2 e Lito Vidigal esteve em campo com a camisola dos angolanos. Quase 14 anos depois, a vontade é de fazer história, vingando essa pesada derrota que eliminou Angola.

Será pois um grande jogo, aquele que se disputará mais logo à tarde, em Malabo.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Angola quer dominar

Pela primeira vez no historial das suas presenças na Taça das Nações Africanas, Angola ganhou o seu jogo inaugural. Melhor ainda, ganhou-o com uma exibição personalizada e frente a um adversário complicado. Será que estamos perante a melhor equipa de sempre dos Palancas Negras?

Vários fatores contribuem para a boa imagem que Angola deixou na sua estreia na CAN 2012. O mais importante de todos será o facto da equipa entrar em competição sem pressão. Depois de participações onde se pedia o mundo a este grupo de jogadores, sobretudo a última, dado que se disputava em casa, os consequentes falhanços levaram a que 2012 fosse encarado mais com razão do que com coração. Nisso também ajuda o treinador Lito Vidigal.

O antigo internacional angolano faz parte da história do futebol africano. É o primeiro jogador internacional por um país africano a treinar uma equipa de uma liga de topo europeia. É também uma figura respeitada no seu país, conhecendo profundamente a realidade do futebol e do jogador angolano. Aliando essas qualidades ao seu excelente nível técnico, Lito é um treinador que faz a diferença.

Finalmente, olhando para o grupo de jogadores à disposição do treinador, percebe-se que esta será a equipa mais experiente da várias que Angola apresentou a nível internacional. Zuela é, hoje, um defesa com larga experiência no futebol europeu, sendo uma barreira implacável no último reduto dos Palancas. André Macanga refreou os seus ímpetos mais agressivos, sem perder eficácia no arrumar do meio-campo. Gilberto é um talento que ganhou muito na mudança para o Lierse. Finalmente, na frente de ataque, Flávio e Manucho têm a capacidade concretizadora que os criativos Mateus e Djalma precisam para formar uma grande equipa.

Hoje, perante o Sudão, Angola enfrenta um difícil teste às suas ambições. A equipa sudanesa, apenas com jogadores pertencentes a equipas locais, demonstrou uma boa organização defensiva e tentará, neste jogo, somar um ponto que mantenha abertas as portas da qualificação. Para os homens de Lito Vidigal, será necessário entrar com total concentração para mostrarem que são mesmo candidatos a uma boa campanha na CAN.

No outro jogo do dia, o Burkina Faso de Paulo Duarte tem a espinhosa missão de enfrentar a Costa do Marfim. Apesar do treinador português ter desvalorizado a qualidade do adversário, dando a entender que tem condições para o derrotar, a verdade é que o trio Traoré, Pitroipa e Dagano não mostrou tudo aquilo que se esperava deles no jogo frente a Angola. Assim, terá que ser frente Drogba e companhia que a equipa burquinesa poderá provar que merecia ser encarada como uma candidata a, pelo menos, ser a surpresa deste torneio. Se, uma vez mais, sair da CAN sem vitórias, acabará por ser uma das desilusões.

É hora de decisões na Taça das Nações Africanas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A festa da Guiné Equatorial

A seleção deste pequeno país entrou na Taça das Nações Africanas com o pé direito, surpreendendo quem nada esperava de um grupo constituído por jogadores sem qualquer experiência a este nível. Enfrentando hoje o Senegal, Javier Balboa e companheiros acreditam que tudo é possível.

Foi a primeira surpresa desta CAN. No jogo inaugural, a equipa da casa, pior classificada no ranking da FIFA entre os participantes e estreante numa competição a este nível, entrou sem medos, pegou na bola e atacou o último reduto dos líbios, que até partiam como favoritos. Pode-se até dizer que, chegados ao final da primeira jornada da competição, a Guiné Equatorial foi a equipa que jogou com menos receio do que lhe poderia acontecer. Afinal, têm tudo a ganhar e (quase) nada a perder.

Duas figuras estiveram em destaque nesse primeiro jogo. Javier Balboa, jogador do Beira-Mar e ex-jogador do Benfica e Real Madrid, ganhou um lugar na história por ter sido o marcador do primeiro golo do seu país em fases finais da CAN. Acrescentando o facto desse golo ter valido três pontos, aumentou também a esperança em conseguir levar a equipa até a uma fase mais avançada da competição, o que seria algo inimaginável há um mês atrás, quando a equipa não tinha sequer treinador.

A outra figura da equipa foi o guarda-redes Danilo. Nascido no Brasil, este jogador é internacional da Guiné Equatorial desde 2006, embora tenha estado afastado da seleção nos últimos dois anos, só regressando a convite do técnico Gilson Paulo. Danilo fechou todos os caminhos para a sua baliza e cotou-se como um dos melhores guarda-redes do torneio, após os primeiros jogos.

Mas Gilson Paulo sabe bem como é complicada a tarefa que tem em mãos. Logo a seguir ao golo de Balboa, aos 87 minutos, pode-se ver como o técnico lançou as mãos aos céus agradecendo a Deus este feito. O treinador está a experimentar um milagre. Depois da saída de Henri Michel, Gilson Paulo saiu pela primeira vez do Brasil, onde trabalha nos escalões de formação do Vasco da Gama, para se aventurar na África desconhecida. E o que se pode dizer é que, embalado pela criatividade de jogadores com Balboa e Randy, conseguiu inventar um futebol simples e atrativo, o que lhe poderá valer uns chorudos prémios, prometidos pelos governantes do país.

Em contraste com a alegria da equipa da casa, o Senegal enfrentou os seus fantasmas frente à Zâmbia e perdeu a primeira partida. Apesar de estar recheada de estrelas, como Demba Ba, Papiss Cissé, Mamadou Niang e muitos outros, os senegaleses voltaram a entrar mal numa CAN. Hoje, estão sob máxima pressão para vencer o jogo, pois caso não o consigam, o calendário do grupo é-lhe altamente desfavorável, deixando-os nas mãos do destino e dos seus adversários.

Para o outro jogo do dia, a Zâmbia parece total favorita. Enquanto os líbios estiveram vários degraus abaixo das expectativas, os zambianos comprovaram ter uma equipa sólida, fruto de uma geração muito talentosa, sob o comando do experiente Hervé Renard. A vitória, aliás, poderá mesmo fazer com que sejam a primeira equipa a apurar-se para os quartos de final da competição.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Proliga – Balanço da 1ª volta

Chegados a meio da competição, altura para fazer um balanço do que se vai passando na Proliga, onde o Algés vai liderando a tabela classificativa.
O Algés é, provavelmente, a melhor equipa a jogar na Proliga nos últimos anos e isso reflecte-se na classificação, onde ocupam o primeiro lugar com apenas uma derrota, na deslocação a Sangalhos. As forças da equipa dos arredores de Lisboa centram-se na experiência e rebeldia do seu jogo exterior, com João Manuel e António Pires, e na melhor dupla de jogo interior da competição, com Sérgio Correia e DeSean White.

O Illiabum pareceu ser capaz, durante a maior parte desta primeira volta, de seguir colado ao Algés, mas derrotas frente à Física e ao Maia, permitiram que o Algés se isolasse. Dain Swetalla e Pedro Azevedo são os dois grandes destaques de uma equipa que tem ainda em Kadiri Richard um excelente ressaltador. Mas a lesão de Daniel Félix tem vindo a retirar alguma profundidade a uma equipa que terá que estar no seu melhor momento de forma quando chegar o playoff.
A equipa do Galitos emergiu como terceira força desta competição sem grande surpresa. No entanto, parece faltar-lhe algo para se bater com as equipas mais fortes, já que somou derrotas com em todos os confrontos com os primeiros quatro classificados. Rui Quintino tem sido o jogador mais influente de uma equipa que vale pelo colectivo, que se conhece muito bem dado quase todos os jogadores terem em comum os anos de formação no vizinho Barreirense.
O primeiro quarto da tabela fecha com o Angrabasket. A equipa açoriana tem passado algo despercebida nesta competição, mas volta a afirmar-se como uma boa equipa da fase regular. Contando com um grupo de apenas 6 jogadores (o restante plantel quase não é utilizado e é normal ver o nome do treinador na ficha de jogo), Drew Gibson e Terrence Mack têm sido inexcedíveis na forma como contribuem para a equipa, num grupo onde João Pereira é um jogador a merecer outros voos.

Na luta pelo playoff

Física e Sangalhos terminam a primeira volta empatados no quinto lugar, embora a equipa de Torres Vedras leve vantagem no confronto directo. A Física tem sofrido bastantes problemas com lesões, sendo que nenhum dos jogadores esteve presente em todos os 11 jogos! Ricardo Rodrigues e Josimar Cardoso têm sido dos mais regulares, num conjunto que aposta também em muita juventude. Do lado do Sangalhos, os objectivos mantém-se os mesmos de há uns anos a esta parte, com uma equipa em tudo semelhante à do ano passado. A equipa de Francisco Gradeço tem em Emanuel Silva o seu jogador mais completo, contando também com Miguel Carmo com uma boa opção para o jogo exterior.

Outra equipa que também aposta na regularidade é o Eléctrico de Ponte de Sôr. O conjunto liderado por Andrei Melnytchuk recebeu Tiago Pinto de volta e o jovem base prova que, apesar de ainda ser pouco maduro para a LPB, é um jogador demasiado forte para a Proliga. Talvez mereça regressar rapidamente ao escalão máximo do nosso basquetebol.

A desilusão da prova tem sido a Oliveirense. Tendo começado em bom plano, seis derrotas nos últimos seis jogos é uma série demasiado negra para uma equipa que se esperava ver na luta pelos primeiros lugares. A lesão de João Abreu não explicará tudo, sendo que os jogadores mais jovens da equipa parecem ter sentido a pressão das exigências. Ainda assim, trata-se de uma equipa que vem da CNB1 e acaba por fazer um percurso de crescimento natural.

O mais certo será ver a equipa de Oliveira de Azeméis a lutar pelo oitavo lugar com o Maia Basket. A equipa maiata reforçou-se bem no início da época, mas foi a recente chegada de Paulo Diamantino e Pedro Tavares que trouxe o toque final a um grupo que vai dando sinais de se tornar muito competitivo. O treinador Rui Silva parece agora ter condições para sonhar um pouco mais alto e, quem sabe, conseguir uma surpreendente presença no playoff.


Evitar os últimos lugares

Outra das desilusões da época, até este momento, tem sido o Guifões. O primeiro grande contra às aspirações da equipa foi a lesão de Miguel Faria, o que terá deitado por terra uma boa parte do plano de jogo do treinador Rui Gomes. Ainda assim esperava-se que Odair Conceição e João Gaspar se apresentassem a melhor nível, aproveitando também a chegada de jogadores como José Almeida. Quem acabou por sobressair foi o base Pedro Silva, que se tem vindo a cotar como o jogador mais influente do plantel.
Para o Gaeirense, este está a ser um ano de aprendizagem. A equipa até começou com bons sinais, mas tem sido difícil manter o ritmo perante equipas muito melhor apetrechadas. Amadeu Cordeiro, um dos jogadores mais experientes, tem sido fundamental para a equipa do concelho de Óbidos, sendo que Hugo Aurélio e Rui Rochete vão complementando também com bons contributos. Mais díficil tem sido para os jogadores que estão pela primeira vez a jogar a este nível, um processo que só terá continuidade se a equipa conseguir voltar a um bom momento no início desta segunda volta.

Finalmente, o Póvoa. Já se esperava uma tarefa muito complicada para uma equipa que perdera quase todas as suas referências. Na segunda jornada conseguiu uma boa vitória frente à Física, e ainda se pensou que poderia crescer, mas só conseguiu voltar a repetir a alegria no jogo contra o Guifões. Kevin Jolley e André Silva têm marcado muitos pontos, mas isso, simplesmente, não chega para fazer uma equipa. Terá que conseguir superar-se para fugir ao último lugar.


Escrito para o PlanetaBasket.pt

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A oportunidade do Gana

A Taça das Nações Africanas foi berço de surpresas nas primeiras partidas e, esta noite, Marrocos e Tunísia entram em campo para disputar um clássico do futebol africano. Quem começará melhor?

No duelo do Norte de África, é muito difícil antecipar vencedores. Mais do que duas equipas, é uma longa tradição de disputa pelo cetro do futebol magrebino que entra hoje em campo.

Com algumas das históricas equipas fora da competição, esta é a grande oportunidade para o Gana voltar a saborear a vitória na Taça das Nações Africanas, algo que não consegue desde 1982. Para começar, há que bater o desconhecido Botsuana.

A equipa ganesa deverá ser uma das mais reconhecidas desta CAN. Não só grande parte dos seus jogadores evoluem nos principais campeonatos da Europa, como a sua presença nos dois últimos Mundiais tornou estes jogadores figuras do futebol mundial. Isaac Vorsah (suspenso neste primeiro jogo), Sulley Muntari, os irmãos Ayew e Asamoah Gyan, o fabuloso avançado que, infelizmente, deixou a Liga Inglesa para aceitar um contrato milionário do Al Ain dos Emirados Árabes Unidos.

O treinador é Goran Stevanovic, sérvio que, enquanto jogador, passou pela Liga Portuguesa, jogando no Farense, Vitória de Setúbal, Campomaiorense e União da Madeira, nos anos 90. Este é o maior desafio da sua carreira de técnico, passada maioritariamente como adjunto. Desde que substituiu Rajovac, sabe que só conquistando um título poderá superar o mito do seu compatriota, que ficou a um minuto (e uma mão do uruguaio Suárez) de levar, pela primeira vez, uma equipa africana às meias-finais de um Mundial.

O adversário de hoje é um perfeito desconhecido. A equipa do Botsuana faz a sua estreia numa fase final da Taça das Nações Africanas e, até há bem pouco atrás, era uma seleção considerada demasiado frágil. No entanto, com o crescente investimento de empresas no Campeonato local, a seleção das zebras tornou-se capaz de aproveitar o talento de muitos jovens jogadores.

Com uma equipa composta maioritariamente por jogadores de equipas locais, as principais estrelas do Botsuana jogam no campeonato da África do Sul. Aquele em quem se aposta como figura da equipa, Jerome Ramatlhakwane, está presentemente no Vasco da Gama, depois de uma passagem menos bem sucedida pelo Chipre. O avançado marcou cinco golos na fase qualificação, onde esta seleção acabou à frente da Tunísia.

No outro jogo do dia, o Mali tenta reabilitar-se. Sem Diarra nem Kanouté, as suas duas principais figuras dos últimos anos, Alain Giresse aposta em Seydou Keita e Garra Dembelé para serem as referências de uma seleção extremamente jovem. No entanto, terão que bater a Guiné-Conacri na luta por um lugar nos quartos-de-final, uma equipa que continua a ter em Pascal Feidouno um dos maiores craques africanos.

Dois jogos interessantes para acompanhar no dia de hoje da Taça das Nações Africanas, num grupo onde a qualificação poderá ser disputada até à jornada final.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Duelo do Norte de África

Nos últimos anos, os tunisinos têm sido mais fortes, marcando presença no Mundial de 2006 e vencendo a Taça das Nações Africanas em 2004, batendo na final os rivais marroquinos. O desaire na qualificação para o Mundial 2010, ainda assim, colocou a nu as dificuldades de uma transição de gerações e a Tunísia acabou por conquistar um lugar nesta competição qualificando-se em segundo lugar atrás do inexperiente Botsuana.

Isto aconteceu com uma mudança de treinador pelo meio. E é em Samir Trabelsi, antigo internacional tunisino com presenças na CAN e no Mundial de 98, que muitos vêm uma oportunidade de renascimento para a Tunísia. Com metade dos jogadores convocados a atuar no país natal, a força desta equipa reside na ofensiva, onde “Picasso” Darragi marca o ritmo de um conjunto que tem em Jemaa, do Auxerre, uma das suas principais referências no momento do golo.

Mas é na equipa de Marrocos que estarão centradas as atenções. Depois de uma travessia pelo deserto, sem qualquer qualificação para um Mundial desde 1998 e com a sua única vitória na CAN a datar do longínquo 1976, o conjuto orientado por Eric Gerets emerge agora como um dos favoritos.

Não é difícil perceber as razões. Numa equipa que tem referências como Benatia (Udinese) na defesa, Taarabt (QPR) e Kharja (Fiorentina) no meio campo e Chamack (Arsenal) na frente de ataque, parece faltar muito pouco para se evidenciar nesta competição. No entanto, medir-se frente a um vizinho na abertura da CAN poderá ser um teste demasiado exigente, para mais sabendo-se que tendo um dos organizadores no grupo, o Gabão, poderá haver apenas lugar para uma das equipas na próxima fase.

Um jogo que promete muita emoção e indecisão no marcador. É a magia da Taça das Nações Africanas.

Física v Sangalhos



Proliga 2011/12
Física v Sangalhos
Transmissão Física TV
Comentários Luís Cristóvão

sábado, 7 de janeiro de 2012