A saída de José Eduardo Bettencourt funcionou como uma chamada à realidade da estrutura do futebol sportinguista. No entanto, para que a casa possa ser arrumada em condições, é preciso vencer no Funchal.
Nos últimos dez anos, o Estádio dos Barreiros passou a ser um local de onde o Sporting costuma sair a sorrir, com sete vitórias em dez encontros disputados para a principal liga do futebol português. Nesses dez encontros, só em 2004/05 o Sporting não marcou golos, o que também demonstra que os avançados dos leões se dão bem com os ares da cidade do Funchal. No entanto, o tema da semana em Alvalade tem sido a forma como José Eduardo Bettencourt tem preparado a sua saída de cena. Congelando a contratação que estava a ser negociada (Paulo Sérgio do Olhanense), o presidente demissionário deu ordens para que se estabeleça um acordo com Izmailov, de forma a poder contar com o russo para o resto da temporada. Ao mesmo tempo, Zézinho foi incluído no lote dos convocados, mostrando inequivocamente que o Sporting conta com a pérola guineense para o futuro, tentando afastar as notícias que dão como certa uma fuga para Inglaterra do jovem jogador.
José Couceiro estará assim a mostrar serviço, sendo que tudo indica que Caneira possa ver a sua situação resolvida antes do fecho do mercado. Com todas as situações sanadas a nível disciplinar e contratual (o caso de Hélder Postiga foi resolvido nos últimos dias, com o exercício da opção por mais um ano e Jorge Mendes acertou uma pausa nas negociações dos contratos de Rui Patrício e Daniel Carriço), a nova direcção, a ser eleita a 26 de Março, terá todas as condições para encerrar o ano em paz e preparar o assalto à nova temporada. Certo é que alguns objectivos se mantém: garantir, no mínimo, o terceiro lugar na Liga (evitando mais pré-eliminatórias na Liga Europa) e lutar para vencer a Taça da Liga, exigindo-se à equipa uma presença dignificante no que toca à competição europeia onde ainda permanece. Para enfrentar esses objectivos, Paulo Sérgio parece ser o homem de confiança da estrutura que se manterá em funções até final de Março, não sendo certo que essa confiança se mantenha para lá das eleições.
Esses são os rumores que se vão escutando da parte da candidatura de Rogério Alves. Mas num momento em que é tudo menos claro quem avançará para eleições, muito menos quem poderá sair vitorioso delas, Paulo Sérgio mantém o discurso e enfrenta um adversário que não será fácil de ultrapassar. A equipa madeirense vem de uma gorda vitória em Setúbal (2-4 frente ao Vitória) e, a meio da semana, apresentou uma equipa de recurso frente ao Desportivo das Aves (dado estar praticamente eliminado da Taça da Liga). Assim, Pedro Martins terá um conjunto mais fresco à sua disposição, sendo Ricardo Esteves o único habitual titular que não estará à sua disposição, devido a castigo. O ponto forte da equipa treinada pelo antigo médio sportinguista é a frente de ataque onde Babá terá a companhia de Kléber, o que colocará à prova o último reduto verde e branco.
Já no Sporting, depois dos dois golos marcados frente ao Penafiel, Zapater poderá ser premiado com um lugar no onze de Paulo Sérgio. Sendo que André Santos tem lugar garantido no meio-campo dos leões, a dúvida está apenas em quem lhe fará companhia. De resto, com os lugares da defesa entregues, Vukcevic, Valdés, Pedro Mendes e Liedson ocuparão os restantes postos de titular. Prevendo-se um encontro equilibrado, o Sporting quererá vencer para se manter isolado na terceira posição. Já o Marítimo mantém esperanças na luta por um lugar europeu, mas para se manter em posição de o conquistar, terá mesmo que vencer o jogo frente aos leões.
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