Élvis e Sene |
O Benfica teve a vitória na mão e acabou por entregar o jogo ao Gravelines Dunkerque, perdendo oportunidade de fazer história na Eurochallenge.
Encontraram-se na noite passada, no Pavilhão da Luz, representantes de dois campeonatos muito diferentes, mas para quem chegasse sem essa informação, não daria para perceber quem tem por hábito jogar num nível superior. O Benfica entrou muito personalizado no jogo, mesmo que Heshimu Evans não se tenha chegado a equipar e Greg Jenkins continue com problemas físicos. No entanto, muito graças a uma boa entrada de Mike Williams(11 pontos, 8 ressaltos), Sérgio Ramos(9 pontos, 10 ressaltos) e Diogo Carreira(2 em 2 nos L3), o Benfica parecia ter capacidades para fazer frente aos gigantes franceses. O único jogador do Gravelines que fazia mossa era Mouhamer Sene(15 pontos, 13 ressaltos), que saiu do banco para fazer estragos no poste baixo.
Ainda assim, o Benfica chegou empatado ao final do primeiro período e deu espectáculo no segundo, atingindo o intervalo com uma vantagem de 7 pontos.
A segunda parte foi muito diferente. Os franceses continuavam a revelar dificuldades no aproveitamento das situações de ataque, mas o Benfica não aproveitava para se distanciar no marcador, permitindo que o Gravelines tomasse conta do marcador já muito perto do final da partida. O Benfica, ainda assim, nunca desistiu, contando com uma exibição gigantesca de Élvis Évora(16 pontos, 10 ressaltos). O internacional português não teve problemas em assumir os custos das lutas na tabela, menorizando as diferenças entre as duas equipas nesse aspecto do jogo. O Benfica chegou ao último minuto com o jogo ao seu alcance, conseguindo colocar o adversário a dois pontos de distância e defendendo muito bem a última posse de bola francesa. Com 14 segundos para jogar, no entanto, o Benfica não soube como definir a jogada que lhe permitiria, no mínimo, levar o jogo para prolongamento. Sem gastar suficiente tempo, Ben Reed(15 pontos) tentou resolver sozinho e acabou por cometer um turnover, o que foi fatal para as aspirações benfiquistas.
No final, Henrique Vieira mostrou-se satisfeito com a exibição dos seus jogadores, que não podem deixar de se sentir orgulhosos por aquilo que mostraram em campo. O Benfica precisa de um plantel mais profundo para enfrentar um calendário tão cheio, mas não tem abdicado nunca de dar o seu melhor em cada jogo. Do lado dos franceses, destaque ainda para o base Ben Woodside (17 pontos, 5 assistências), um jogador pouco vistoso fisicamente, mas muito difícil de parar.
Uma nota para as opções da Benfica TV durante o jogo de ontem. Depois de garantir a transmissão da primeira parte do jogo sem problemas, a segunda parte foi acompanhada num rectângulo menor da imagem, sem comentários, nem tempo de jogo, enquanto dava preferência à transmissão da Gala Eusébio, programa que era transmitido pelos vários canais da RTP. Numa acção de propaganda da memória benfiquista, ficaram a perder todos aqueles que procuraram o canal encarnado para viver as emoções do Eurochallenge. Ontem, o basquetebol saiu, uma vez mais, a perder.
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