sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Agora é mata-mata!

A Taça das Nações Africanas chega ao momento das decisões, com as oito melhores seleções da competição a disputarem os quartos de final. A única certeza é um grande equilíbrio nas quatro partidas que se disputarão este fim de semana.

Textos de antevisão para as partidas Zâmbia – Sudão, Costa do Marfim – Guiné Equatorial, Gabão – Mali e Gana – Tunísia.


A segunda fase da CAN começa com um jogo inesperado. Se a Zâmbia era uma favorita a criar surpresa no grupo A (mesmo que poucos se atrevessem a prever um Senegal tão alheado do jogo), o Sudão estava entre as equipas menos cotadas do torneio. No entanto, a equipa zambiana desde cedo começou a mostrar as suas qualidades, afirmando-se como uma equipa sólida na defesa e atrevida no ataque, capaz de resolver partidas e gerir vantagens sem tremideiras. Hervé Renard afirmou-se como um treinador de sucesso no futebol africano (depois da passagem de má memória por Angola) e conta com Mayuka, Katongo e Kalaba para garantir um lugar nas meias-finais da prova. Os desconhecidos sudaneses deixaram de fora duas equipas que prometiam uma boa presença, Angola e Burkina Faso, chegando a esta fase com a sensação de dever cumprido. Será muito importante que os zambianos levem a sua concentração em alta, pois os sudaneses já demonstraram ser uma equipa que aproveita qualquer falha para se colocar na frente. Ainda assim, total favoritismo para a Zâmbia.

O final da tarde de sábado será o momento de Costa do Marfim e Guiné Equatorial se defrontarem. Um duelo muito interessante, entre a equipa mais e a menos cotada desta competição. Os guineenses têm a vantagem de jogar em casa, embora atingir os quartos de final seja já algo de muito inesperado e surpreendente para uma equipa de quem nada se esperava e que, inclusive, só há cerca de um mês assinou contrato com o seu treinador. Mas, na verdade, quando se fala de uma seleção com jogadores do quarto nível do futebol espanhol, ignora-se que boa parte deles passou por equipas profissionais nos escalões de formação e beneficiaram de condições de treino que nem sempre se encontram em África. Logo, há que relativizar a comparação entre níveis de jogo de uns e outros. Os elefantes ainda não mostraram tudo aquilo que podem dar, e este jogo é o momento perfeito para arrancarem para uma presença na final. Drogba e companhia têm essa exigência sobre si e nada que não seja uma vitória lhes será perdoado, tanto que a Costa do Marfim é uma equipa que tem as suas maiores estrelas numa idade avançada.

Para domingo estão marcados dois jogos de difícil previsão quanto a vencedores. O outro país organizador, o Gabão, enfrenta o Mali e iremos assistir a uma partida onde o futebol inspirado e ofensivo dos gaboneses terá que ultrapassar o jogo de água fria dos malianos. A juventude de Pierre Aubameyang e a experiência de Daniel Cousin prometem criar muitas dificuldades a um adversário que também terá que lidar com um estádio cheio contra si. Por seu lado, Alain Giresse conta com Cédric Kanté para liderar a defesa do seu último reduto, tendo em Seydou Keita um dos capitães mais experientes da CAN. Ainda que as equipas mais organizadas defensivamente costumem chegar mais longe neste torneio, parece que o Gabão não estará disponível para deixar passar a oportunidade de atingir as meias-finais em sua casa.

A última equipa a chegar às meias-finais sairá do encontro entre duas das equipas mais sólidas da CAN. Gana e Tunísia têm ambas aspirações a vencer o torneio. A equipa ganesa tem uma ligeira superioridade, mas ainda não mostrou em campo o favoritismo que lhe tem vindo a ser atribuído. Todas as suas estrelas têm estado mais preocupadas em ajudar a equipa a chegar longe sem atribulações, daí que não se possa apontar particular destaque para nenhum dos jogadores. Goran Stevanovic sabe também que os tunisinos são das equipas mais complicadas de enfrentar em África, uma espécie de lado obscuro da força. Trabelsi montou o seu conjunto para, em primeiro lugar, não sofrer golos, ainda que oferecendo a bola ao seu adversário. A equipa sente-se confortável a defender em bloco baixo e isso dá-lhe até algum ascendente para, nas transições, recorrer a Khalifa e Dhadouadi, nas alas, para colocarem em alerta máximo o seu adversário. Espera-se um grande duelo tático entre conjuntos muito fortes, uma excelente oportunidade para que Asamoah Gyan reapareça como figura de proa da equipa ganesa, marcando para resolver a partida.

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