terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CAN 2012: o grupo B foi assim

Costa do Marfim e o surpreendente Sudão qualificaram-se para os quartos-de-final da CAN, deixando de fora duas equipas que chegaram a esta competição como outsiders. No final do grupo, Angola acaba por sofrer as consequências do excesso de confiança demonstrado depois da vitória sobre o Burkina Faso.

A primeira jornada parecia ser decisiva para a classificação final deste grupo. Enquanto os marfinenses bateram, timidamente, o Sudão por 1-0 (Drogba, quem mais?), Angola fez uma exibição madura e venceu o seu concorrente directo pelo segundo lugar do grupo. Mateus e Manucho marcaram dois golos de belo efeito e deixaram Paulo Duarte a fazer contas com a equipa burquinesa.

Os segundos jogos pareciam não trazer novidades. Pelo menos até aos 74 minutos do Angola-Sudão. Quando os Palancas Negras pareciam já gerir o seu apuramento, com Carlos Fernandes a atrasar uma reposição de bola que lhe permitia limpar os amarelos na última jornada, Mohamed Bashir marcou golo do empate e deu algumas esperanças aos sudaneses. Na outra partida, a Costa do Marfim cumpriu a sua obrigação e colocou o Burkina Faso fora da corrida.

Assim se chegou a uma última jornada onde, apesar das possibilidades matemáticas em contrário, Angola parecia chegar segura do seu apuramento. Erro crasso. Uma equipa com as fragilidades defensivas dos angolanos não poderia nunca deixar-se enredar na confiança do trabalho feito. Assim, dois erros infantis permitiram que uma segunda equipa da Costa do Marfim vencesse por 2-0, enquanto o Sudão ia demonstrando que Paulo Duarte e o Burkina Faso não foram feitos para fases finais da CAN (duas participações, cinco jogos, cinco derrotas).

No balanço final do grupo, pode bem dizer-se que ainda não se viu a Costa do Marfim em todo o seu poderio, o que não deixa de ser algo normal neste tipo de competições. O Sudão faz história, voltando a vencer um jogo na CAN 42 anos depois, com o bónus de isto lhe valer uma qualificação para a segunda fase. Angola parece não ter crescido nem aprendido com os erros e Lito Vidigal foi já “denunciado” como bode expiatório do falhanço colectivo dos Palancas. Paulo Duarte, esse, também parece de saída do Burkina, restando agora saber em que latitude africana continuará a sua carreira.


A figura

Mudathir El Tahir

O avançado do Al Hilal tornou-se na figura deste grupo ao marcar os dois golos da vitória sudanesa frente ao Burkina Faso. Pleno de oportunidade, El Tahir entra para a história do futebol sudanês aos 23 anos, oferecendo uma vitória que fugia há 42 anos e uma qualificação que ninguém previra. Estes são os ingredientes do que poderá transformar-se num bilhete para uma liga mais competitiva no futuro próximo.  

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