terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um português entre as estrelas mundiais do andebol


Entrevista com Pedro Teixeira, jogador do ARS Palma, da Liga ASOBAL

|Luís F. Cristóvão



Pedro Teixeira é um dos dois jogadores portugueses a atuar na Liga ASOBAL, o campeonato de andebol espanhol, onde se encontram em campo com alguns dos melhores jogadores do mundo. Depois de em Portugal se ter sagrado campeão nacional com a camisola do FC Porto, Teixeira transferiu-se para o ARS Palma, onde no último ano alcançou a subida ao principal escalão.

Numa altura em que a sua equipa luta para permanecer entre os mais fortes, falamos com Pedro Teixeira sobre as diferenças entre o Andebol em Portugal e Espanha.

O Palma del Rio está, atualmente, no último lugar da Liga Asobal. O que vai ser preciso fazer para escapar à descida de divisão?
É uma situação complicada a que enfrentamos. A solução passa por, agora que chegam os jogos da nossa liga, fazer do nosso pavilhão uma força. Sabemos que ganhando 4 ou 5 jogos nos podemos salvar e, apesar de termos que pontuar fora de casa, é fundamental que comecemos desde a fazer-nos fortes em casa.

Tens enfrentado alguns dos melhores jogadores do mundo, no país que alberga a seleção e a equipa que venceram os respetivos campeonatos mundiais. Quais as sensações de estar a jogar a este nível?
É incrível jogar a este nível. Cada jogo tem uma intensidade altíssima e joga-se com estrelas mundiais ou com lendas desta modalidade a cada semana.


Existem comparações possíveis entre o andebol que se joga em Portugal e o que se joga em Espanha?
Acho que neste momento, a nível de clubes, o andebol que se joga em Portugal nas equipas de topo não tem nada a invejar ao que se joga em Espanha. Deixando de fora desta comparação o Atlético de Madrid e, principalmente, o Barcelona. Isso sim, os recursos e apoios que as equipas espanholas têm estão muito por cima do que existe em Portugal, apesar de terem vindo a baixar consideravelmente

Também na forma como se vive este desporto imagino que sejam realidades diferentes. Como costuma ser o ambiente nos pavilhões e que tipo de acompanhamento sentes da parte da comunicação social e dos adeptos?
Por parte da comunicação social, existe um grande acompanhamento a nível da imprensa local das "suas" equipas. A nível nacional, não chega a ser tão importante o seguimento como o do basquetebol, mas nota-se que Espanha vive o desporto de outra forma. Isso nota-se também no pavilhão, apesar de não existir uma cultura de andebol, as pessoas não deixam de ir ao pavilhão apoiar o clube da sua terra, com um ambiente fervoroso.


Em Portugal, foste campeão nacional ao serviço do FC Porto. A experiência acumulada em Espanha fez de ti um jogador diferente?
Sim, bastante diferente. Vim para Espanha com 20 anos e já passaram quatro. Aqui tive muitos minutos de jogo com situações de grande pressão, e com o treinador Cesar Montes evoluí bastante taticamente. Fisicamente, estou bastante mais forte também, apesar das lesões que me afetaram este ano.

Finalmente, Portugal tem em ti e no Jorge Silva dois jovens jogadores a atuar numa das mais fortes ligas do mundo. Como justificas que nenhum de vós tenha lugar nas convocatórias da Seleção Nacional?
Como já disse, o andebol português tem pouco que invejar em nível de jogo a Espanha, existem excelentes jogadores a jogar em Portugal e estou convencido que à seleção lhe esperam êxitos. Dito isto, claro que é um sonho jogar na seleção e estou seguro que, tanto o Jorge como eu, estaríamos muito orgulhosos de a representar. Para isso continuamos a trabalhar. Sem obsessão.

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