domingo, 30 de janeiro de 2011

Machadadas na mediocridade

O Sporting não mostrou, no Estoril, capacidade para obter um resultado positivo(1-2), mas Cosme Machado acabou por ser a figura do jogo.

Viu bem, senhor árbitro?

Paulo Sérgio queixou-se da exibição do juiz de Braga e a razão assiste-lhe. Cosme Machado quis ser a figura do jogo, pela negativa, assinalando uma penalidade inexistente na área do Sporting, com apenas oito minutos de jogo, e sentenciando a partida numa outra que deixa bastantes dúvidas, corria o minuto setenta e sete. O Estoril Praia viu-se assim vencedor de um jogo onde nada fez para merecer a vitória, tendo optado por entregar toda a iniciativa de jogo aos leões, arriscando muito pouco. Ganhou o jogo porque, para além da terrível exibição da equipa de arbitragem, o Sporting cometeu erros atrás de erros, tornou-se displicente com o decorrer do jogo e acabou apático, com menos um em campo e perfeitamente entregue à mediocridade que reinou no Campo da Amoreira.

Assim sim, Abel

O início do jogo, no entanto, fazia prever todo o contrário. Com uma equipa cheia de jogadores que têm exigido uma oportunidade de mostrar o seu valor, o Sporting entrou no jogo a vencer. Com apenas três minutos de jogo, Abel soltou-se do lado direito e, fora da área, disparou forte ao ângulo contrário da baliza de Vágner, que nada podia fazer para suster a bola. Um grande golo que prometia muito. Na resposta, o Estoril criou um lance de perigo para a baliza de Tiago com um remate de longe e, logo a seguir, Cosme Machado entendeu assinalar grande penalidade numa disputa de bola entre Alex Afonso e Nuno André Coelho.  O brasileiro não desperdiçou a oportunidade e empatou de novo a contenda.

A partir daqui, a equipa da Linha remeteu-se ao seu meio-campo e esperou. O Sporting, por seu lado, com tanta bola e tanto espaço para desenhar a sua ofensiva, parecia satisfeito com o resultado e apenas desentorpecia as pernas. Um ou outro rasgo de Diogo Salomão, uma ou outra arrancada de Matías Fernandez, mas pouco ou nenhum perigo criado pelos homens de Alvalade. Só aos trinta e sete minutos Saleiro teve oportunidade de colocar à prova o guarda-redes Vágner, que respondeu com uma excelente defesa.

E depois do descanso, mais descanso

Regressados do balneário, os jogadores não trouxeram qualquer novidade para o terreno de jogo. As equipas pareciam divertir-se com a troca de bola entre si, chegando-se muito pouco às balizas adversárias. O público, que não era muito, ia adormecendo com o ritmo de jogo, que só foi alterado, uma vez mais, por uma oportunidade de Saleiro, que aproveitou deslize da defensiva estorilista para cabecear à baliza de Vágner. O brasileiro, uma vez mais, fez defesa do outro mundo, evitando a vantagem verde e branca e dando algum motivo de interesse ao cinzentismo do jogo.

Paulo Sérgio, por seu lado, parecia pouco satisfeito com o correr do jogo e operou substituição ofensiva, retirando de campo Matías Fernandez e Abel para fazer entrar Simon Vukcevic e Hélder Postiga. O treinador ribatejano pretendia, assim, povoar mais a sua frente de ataque, na esperança de conseguir despertar a fome de golos nos seus jogadores.  Mas o árbitro Cosme Machado não esteve pelos ajustes. Num lance onde Grimi demonstrou a sua incapacidade para se coordenar com os movimentos defensivos do Sporting, Luís Leal isolou-se e, perante a saída de Tiago, ofereceu-se ao choque com o veterano guarda-redes. O árbitro não soube mais do que apitar para nova grande penalidade, num gesto onde o árbitro auxiliar divide culpas, por não ter tido atenção para o mergulho de Luís Leal.

Sem reacção

Com o Estoril Praia em vantagem e pouco mais de dez minutos para jogar, o Sporting já não teve forças para tentar a reviravolta.  As notícias que chegavam da outra partida (vitória da Naval no terreno do Penafiel) garantiam a passagem dos leões às meias-finais da Taça da Liga, a equipa dividia-se entre o cansaço e a falta de ritmo de grande parte dos jogadores em campo, nada fazia com que os sportinguistas arriscassem no tempo que restava.  O jogo terminou assim ingloriamente, animando as hostes estorilistas que bem precisam de confiança para enfrentar a segunda volta da Liga Orangina, sem outra consequência para a equipa de Alvalade sem ser o castigo que será aplicado a Tiago pela sua expulsão no lance da segunda grande penalidade.

As figuras

Abel – sempre que joga, o experiente lateral-direito mostra raça e vontade de merecer a aposta. Marcou um grande golo que, certamente, ficará entre os melhores desta competição.

Vágner – Grande exibição do habitual guarda-redes suplente do Estoril. Por duas vezes evitou o golo de Saleiro, garantindo a manutenção de um resultado que viria a permitir a vitória da sua equipa. Merece mais  oportunidades. 


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