quarta-feira, 29 de agosto de 2012

De Setúbal à Juventus


Luís Cristóvão revisita o caminho percorrido por Rubens Moedim, conhecido por Rubinho, do Vitória de Setúbal até ao atual campeão italiano, a Juventus.

Corria a época de 2005/06 quando, numa novela que incluiu peripécias num aeroporto, Marcello Moretto assinou pelo Sport Lisboa e Benfica. Depois de meia-época brilhante, o guarda-redes brasileiro fazia uma pequena viagem da Margem Sul para a capital, deixando em aberto o lugar de titular na baliza do Vitória. Para o seu lugar chegou um jovem brasileiro, que por cá fez a sua estreia europeia.


Formado no Corinthians, Rubinho apresentava como melhor cartão de visita o facto de ser irmão do internacional Zé Elias, que na década anterior havia brilhado na Europa com as camisolas do Bayer Leverkunsen e do Inter, ainda que tivesse sido guarda-redes titular na seleção brasileira de Sub-20, no Mundial de 2001. Tendo representado a equipa principal corinthiana, Rubinho seguiu as pisadas de outros tantos “goleiros” que na época deixavam o seu país para tentar a aventura noutras paragens.

Os doze jogos de Rubinho com a camisola do Vitória deixaram água na boca a alguns olheiros, sendo que o brasileiro acabou por pisar o palco do Jamor na final da Taça de Portugal de 2006, onde a equipa setubalense seria derrotada pelo FC Porto. A sua viagem para Itália acabou por não ser surpreendente, dado os antecedentes familiares e um contacto já encetado mesmo antes da chegada a Portugal.

Assinou pelo Génova, na altura na Série B, e logo conseguiu a promoção, sendo titular de uma equipa onde partilhou o balneário com, entre outros craques, Marco Di Vaio. Em 2009 dava um salto para o Palermo, onde não foi feliz, acabando por ser sucessivamente emprestado ao Livorno e ao Torino, tendo descido de divisão com o primeiro e jogado na Série B com o segundo. No ano passado, Rubinho manteve-se na sombra de Viviano, de novo no Palermo, com quem rescindiu contrato em dezembro.

Agora, aos 30 anos, volta a sentir-se bafejado pela sorte, podendo competir por Storari pela baliza da Vecchia Signora enquanto Buffon não recupera de lesão. De Setúbal à Juventus, o brasileiro calmo e calado, completa assim uma caminhada na sombra até chegar a um grande europeu.


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