O México 86 foi, sobretudo, uma iniciação ao encantamento dos Mundiais de futebol. Lembro-me perfeitamente da tarde de 10 de Junho de 1986. A imensa casa dos meus avós, Lúcia e Joaquim, eu sozinho na sala, sentado num dos mais confortáveis sofás da minha vida, a televisão ligada no Argentina-Bulgária. Nesse dia 10 de Junho, eu ainda não sabia quase nada do Maradona, nem das maravilhas argentinas. Também pouco sabia de tantos jogadores búlgaros que depois fizeram as delícias dos adeptos dos estádios portugueses, como o Mladenov e o Mihailov no Belenenses, o Petrov no Beira-Mar, mas, sobretudo, o Dragolov no meu Torreense, no único ano em que o vi na primeira divisão. Eu não sabia nada disso. Sabia, apenas, que aquele relvado, a atmosfera do Estádio Olímpico da Cidade do México, as duas equipas e a bola entre elas me tomavam de um tal encanto que era impossível descrever, aos sete anos, não fosse o caso do meu amigo Renato ter aparecido lá em casa, com o jogo televisivo a ser replicado, logo a seguir, no pequeno relvado do quintal da casa da minha avó.
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