Harry Kewell, aos vinte e cinco minutos do jogo Austrália-Gana, foi colocado perante o dilema do defesa no momento do penalti. A equipa australiana seguia na frente do marcador, Kewell estava sobre a linha da sua baliza no momento do remate do adversário, a bola dirigia-se para as redes e, na sua cabeça, o dilema: impedir o golo (fragilizando a equipa com uma mais que provável expulsão seguida de um penalti) ou permitir o golo (ficando em campo para ajudar na recuperação do resultado)? Todos os jogadores de futebol deveriam estudar, filosoficamente, estes momentos de jogo. Normalmente, os jogadores fazem a escolha óbvia, que, neste caso, é a escolha errada. A escolha óbvia de evitar um golo, aos vinte e cinco minutos de jogo, deixa em total fragilidade a sua própria equipa. Mas Harry Kewell, naquele momento, não é nem um jogador de futebol, nem um filósofo. É um homem. E nenhum homem conseguiria evitar lançar a mão à bola se se visse sobre a linha da sua baliza no momento do remate do adversário.
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