terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sporting conquista Vitória na tempestade

Foi um Sporting de cara lavada aquele que se apresentou no Estádio do Bonfim, dominando do princípio ao fim uma partida que venceu por 3-0. A equipa setubalense não resistiu à tempestade originada pelo ataque leonino.

Tal como há uma semana atrás, foram os lisboetas quem entrou mais forte no jogo, assegurando, desde o início, boas oportunidades para marcar. A equipa de Paulo Sérgio optou por um jogo bastante veloz, com João Pereira e Yannick Djaló a preencherem as alas do relvado, surpreendendo um Vitória que Manuel Fernandes tinha preparado para uma toada mais lenta. O treinador sportinguista recuperou uma dupla (André Santos e Maniche) na intermediária, que permitiu abrir a equipa aos extremos, apoiados na posição mais fixa de Valdés e atrás do trabalhador Liedson.

Já o histórico treinador sadino pensou a sua equipa para assentar o jogo numa defesa sólida, esperando que Zeca e Miguelito animassem uma frente de ataque onde se soltavam Cláudio Pitbull e Jaílson. Neca, que teria o papel de assegurar que a bola chegava aos seus companheiros de equipa, foi o primeiro a afundar-se na velocidade colocada em campo pelos leões, nunca conseguindo preponderância na luta de meio-campo.

Foi com alguma naturalidade que o Sporting chegou à vantagem. Valdés centrou do lado direito, Yannick Djaló segurou a bola no pé direito, rodopiou perante a passividade de Ricardo Silva e rematou com o pé canhoto para o fundo das redes. O golo de belo efeito teve o condão de catapultar o Sporting para uma boa exibição, conferindo ao onze que hoje vestiu o equipamento alternativo, uma dose de confiança que lhe era essencial para enfrentar a difícil partida.

Por seu lado, a equipa vitoriana parecia não acertar, tanto que Manuel Fernandes não perdeu tempo e chamou Henrique para a frente de ataque, recuando Miguelito e pedindo a Cláudio Pitbull para ajudar a transportar a bola. A equipa de Alvalade continuou a pressionar os setubalenses que pareciam não ter capacidade para reagir. João Pereira imprimia a sua velocidade do lado direito, criando perigo para a baliza de Diego. O Setúbal não criava perigo de monta quando, já perto dos quarenta minutos de jogo, Abel correu pelo centro do terreno, fintou Valdomiro e, ainda fora da área, rematou forte e colocado, não permitindo que o guarda-redes brasileiro segurasse o esférico. Dois zero ao intervalo e a sensação do que o jogo estaria acabado.

A verdade é que Manuel Fernandes bem tentou colocar toda a carne no assador, mas a tempestade ofensiva do Sporting foi substituída, na segunda parte, por uma tempestade de chuva e vento que tornou o jogo mais feio, lento e sem história. No entanto, pouco antes disso, o Sporting aumentou a vantagem. João Pereira, quem mais, libertou-se do lado direito, sem qualquer oposição, e colocou a bola bem no centro da área onde Yannick Djaló apareceu sozinho, tocando por cima de Diego. Depois sim, a chuva e as substituições na equipa de Paulo Sérgio tornaram o jogo muito menos bonito.

A vitória estava assegurada e os leões estavam satisfeitos por terminar a época no terceiro lugar do campeonato. Cláudio Pitbull foi quem ainda tentou marcar, passado o minuto noventa, enviando a bola contra o poste dos leões, naquela que foi a oportunidade mais flagrante da equipa sadina. O Vitória de Setúbal não conseguiu repetir a façanha da Taça, onde eliminou o Sporting, e prolonga um calvário de quatro jogos sem marcar na Liga Zon Sagres. Os leões mostraram raça e acalmaram as hostes, podendo saborear a época natalícia com recordações de uma partida onde dominaram o adversário.

As figuras do jogo

Yannick Djaló – sempre muito veloz do lado esquerdo do ataque do Sporting, Yannick marcou dois grandes golos. O primeiro, numa jogada individual, o segundo, mostrando calma e classe ao desviar a bola do guardião adversário. O internacional português é conhecido pela inconstância das suas exibições, mas acaba o ano em alta, como principal responsável da vitória da sua equipa.

João Pereira – onde quer que jogue, João Pereira é sempre dos jogadores mais activos da sua equipa. Lutou muito pelo lado direito, usou a sua velocidade para ultrapassar a defesa sadina, entregou-se à luta, acabando por ser um dos jogadores que mais faltas sofreu. Grande partida para um jogador que não deixa dúvidas quanto à sua vontade de ganhar.

Abel – o defesa-direito somou pontos na noite fria de Setúbal, mostrando-se merecedor de mais alguns anos de leão ao peito. Sacrificou-se pela equipa nas missões defensivas e marcou um golo de antologia, ao fintar e rematar de longe. A equipa correu na sua direcção para festejar o golo e mostrou assim que Abel é uma das vozes respeitadas no balneário, dado de relevância na contabilidade dos prós e contras da sua renovação.



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