Poucos minutos depois de terminar o
Portugal – Holanda, havia carros a apitar na rua. As pessoas
soltaram-se, finalmente, das amarras da crise e do discurso
miserabilista e vieram para a rua festejar. Portugal está nos
quartos de final.
Noventa minutos antes, a equipa
portuguesa entrou encolhida em campo, perante uma Holanda que
precisava de ganhar por dois ou mais golos de diferença. Sofreu um
golo,um grande golo marcado por Van der Vaart, e aí começou a
acordar para a necessidade de vencer a partida.
Cristiano Ronaldo esteve em quase todos
os grandes momentos do jogo ofensivo português. Como já tinha
estado frente à Alemanha (apesar de muito preso à linha) e frente à
Dinamarca (apesar do aproveitamento nulo). Para o mal e para o bem,
tem sido sempre Ronaldo a mexer e importunar as defensivas
contrárias.
Na defesa, Pepe esteve imperial. Para
além da sua qualidade técnica acima da média, o central português
joga com o coração, deixando a pele em campo. A isso junta o facto
de ser o atleta com maior concentração competitiva e ascendente
sobre os colegas de equipa. Essencial para um conjunto de sucesso.
No banco, Paulo Bento manteve-se igual
a si próprio. Tem um onze definido e as opções claras na sua
cabeça. Nélson Oliveira é a opção a Hélder Postiga, quando o
jogo oferece espaço para correr na frente, o meio campo é
preservado como unidade física essencial (e por isso Custódio
entrou quando Raul Meireles rebentou) e Rolando é para utilizar
sempre que nos minutos finais a equipa queira manter o resultado.
Passa por esta constância das suas
principais figuras o sucesso de Portugal, que não tem nota
artística, mas tem uma capacidade de sofrimento pouco habitual na
história da nossa seleção. E estará nos quartos de final do Euro
2012.
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