domingo, 3 de junho de 2012

Portugal – Turquia: a última palavra


1)Com o onze apresentado no jogo frente à Turquia, Paulo Bento deixa em aberto apenas um lugar para a estreia no Europeu. Hugo Almeida ou Hélder Postiga? Frente aos turcos, a utilização de Almeida, dando uma maior presença na área (ainda que sem resultados), parecia preferível. Mas para enfrentar a Alemanha, a mobilidade de Postiga poderá permitir criar mais perigo.

2)As estreias de Miguel Lopes e de Custódio mostraram que Portugal tem opções para as posições de lateral direito e de número 6. Se Lopes, no entanto, estará muito longe de roubar o lugar a João Pereira, Custódio não precisou de mais de 10 minutos para mostrar que é um jogador a ter em conta para substituir Miguel Veloso. É, de certa forma, injusto para Veloso, depois das boas exibições nos jogos frente à Bósnia, a possibilidade de perder o lugar no onze. Mas Custódio tem as características necessárias para ocupar o lugar. A fazer lembrar o aparecimento de Costinha no Euro 2000.


3)A lesão de Nani assusta porque Nani é essencial na formação de Paulo Bento. Pelo que traz ao ataque mas, sobretudo, pela forma como equilibra a equipa a meio-campo. Nani é o homem que fecha a linha, sabendo que do lado esquerdo não há ninguém como ele para colaborar. As opções, Varela e Quaresma, não conseguem atingir também o rigor tático que o jogador do United disponibiliza. Por isso se espera que as palavras de Henrique Jones se cumpram: frente à Alemanha, sem problemas.

4)Pepe e Bruno Alves poderão ser figuras neste Europeu. Isto porque no desenho e nos jogadores que Portugal apresenta em campo, os defesas centrais são chamados, constantemente, a participar do jogo. Para além disso, ambos são armas ofensivas nas bolas paradas. Em caso de acerto, os dois poderão valer ouro a Portugal. Ao mesmo tempo que, dado o seu currículo, qualquer erro lhes será cobrado ao dobro do preço.

5)João Moutinho e Raul Meireles têm uma semana para recuperar a frescura que Portugal precisa na intermediária. Pelos pés destes dois jogadores passa todo o dinamismo da equipa em momento de transições. João Pereira ou Fábio Coentrão aparecerão como o terceiro elemento, a dar a ideia que Portugal joga em 3x4x3 no seu momento ofensivo. Mas é no meio que estará a chave. Para qualquer adversário de Portugal, essa é uma vulnerabilidade a aproveitar. Tapar Moutinho & Meireles será como apertar o nariz da equipa.

6)Rui Patrício e Eduardo não tiveram, ontem, a sorte do seu lado. Com apenas 5 remates, a Turquia marcou 3 golos sem culpas para os guardiões. Será bom lembrar, ainda assim, que Eduardo segurou a equipa em 2010 e Rui Patrício foi mais do que um “santo protetor” na caminhada europeia do Sporting. Será isso que terá que acontecer no Europeu. Um Rui Patrício inspirado, para levar Portugal a um bom resultado e para o levar a ele próprio a um contrato numa grande liga europeia.

7)A camisola 7. Quem diz que esta equipa não depende de Cristiano Ronaldo, está apenas a tentar tirar um peso das costas da maior estrela da equipa portuguesa. Quem o acusa de não render na seleção o que rende no clube, esquece-se que em muitas partidas, Ronaldo faz exatamente o mesmo com a camisola branca e com a camisola vermelha: assume a bola, o risco, o remate, o jogo. Não é uma questão de sorte, é uma questão de companhia. Cristiano Ronaldo é o motor desta equipa e passará por ele o sucesso deste conjunto no Euro2012. Sem dúvidas algumas. E, muito provavelmente, sem assobios também. 

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