1)Com o onze
apresentado no jogo frente à Turquia, Paulo Bento deixa em aberto apenas um
lugar para a estreia no Europeu. Hugo Almeida ou Hélder Postiga? Frente aos
turcos, a utilização de Almeida, dando uma maior presença na área (ainda que
sem resultados), parecia preferível. Mas para enfrentar a Alemanha, a
mobilidade de Postiga poderá permitir criar mais perigo.
2)As
estreias de Miguel Lopes e de Custódio mostraram que Portugal tem opções para
as posições de lateral direito e de número 6. Se Lopes, no entanto, estará
muito longe de roubar o lugar a João Pereira, Custódio não precisou de mais de
10 minutos para mostrar que é um jogador a ter em conta para substituir Miguel
Veloso. É, de certa forma, injusto para Veloso, depois das boas exibições nos
jogos frente à Bósnia, a possibilidade de perder o lugar no onze. Mas Custódio
tem as características necessárias para ocupar o lugar. A fazer lembrar o
aparecimento de Costinha no Euro 2000.
3)A lesão de
Nani assusta porque Nani é essencial na formação de Paulo Bento. Pelo que traz
ao ataque mas, sobretudo, pela forma como equilibra a equipa a meio-campo. Nani
é o homem que fecha a linha, sabendo que do lado esquerdo não há ninguém como
ele para colaborar. As opções, Varela e Quaresma, não conseguem atingir também
o rigor tático que o jogador do United disponibiliza. Por isso se espera que as
palavras de Henrique Jones se cumpram: frente à Alemanha, sem problemas.
4)Pepe e
Bruno Alves poderão ser figuras neste Europeu. Isto porque no desenho e nos
jogadores que Portugal apresenta em campo, os defesas centrais são chamados,
constantemente, a participar do jogo. Para além disso, ambos são armas
ofensivas nas bolas paradas. Em caso de acerto, os dois poderão valer ouro a Portugal.
Ao mesmo tempo que, dado o seu currículo, qualquer erro lhes será cobrado ao
dobro do preço.
5)João
Moutinho e Raul Meireles têm uma semana para recuperar a frescura que Portugal
precisa na intermediária. Pelos pés destes dois jogadores passa todo o
dinamismo da equipa em momento de transições. João Pereira ou Fábio Coentrão
aparecerão como o terceiro elemento, a dar a ideia que Portugal joga em 3x4x3
no seu momento ofensivo. Mas é no meio que estará a chave. Para qualquer
adversário de Portugal, essa é uma vulnerabilidade a aproveitar. Tapar Moutinho
& Meireles será como apertar o nariz da equipa.
6)Rui
Patrício e Eduardo não tiveram, ontem, a sorte do seu lado. Com apenas 5
remates, a Turquia marcou 3 golos sem culpas para os guardiões. Será bom
lembrar, ainda assim, que Eduardo segurou a equipa em 2010 e Rui Patrício foi
mais do que um “santo protetor” na caminhada europeia do Sporting. Será isso
que terá que acontecer no Europeu. Um Rui Patrício inspirado, para levar
Portugal a um bom resultado e para o levar a ele próprio a um contrato numa
grande liga europeia.
7)A camisola
7. Quem diz que esta equipa não depende de Cristiano Ronaldo, está apenas a
tentar tirar um peso das costas da maior estrela da equipa portuguesa. Quem o
acusa de não render na seleção o que rende no clube, esquece-se que em muitas
partidas, Ronaldo faz exatamente o mesmo com a camisola branca e com a camisola
vermelha: assume a bola, o risco, o remate, o jogo. Não é uma questão de sorte,
é uma questão de companhia. Cristiano Ronaldo é o motor desta equipa e passará
por ele o sucesso deste conjunto no Euro2012. Sem dúvidas algumas. E, muito
provavelmente, sem assobios também.
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