Textos sobre desporto para quem pensa que a bola não entra na baliza ou no cesto por acaso.
domingo, 3 de junho de 2012
Olha eu aqui de novo!
Com um crescente investimento de novos patrocinadores nas suas principais equipas, o Brasileirão não perdeu, mesmo assim, uma especificidade cultural que o torna diferente das outras grandes ligas mundiais. Vivendo uma fase onde uma derrota pode significar uma mudança de treinador, o que se vai tornando digno de registo é o número de craques que a liga consegue segurar ou fazer regressar.
A lista é longe, entre jovens esperanças como Neymar, Ganso, Leandro Damião, Lucas Moura ou Óscar, e alguns veteranos que vão reencontrando o seu lugar no regresso a casa, como são os casos de Juninho Pernambucano, Deco e Wagner Love. O que talvez não fosse expectável é que a onda de regressos foi para lá de todas as evidências com a contratação de Dida pela Portuguesa dos Desportos.
O antigo internacional brasileiro, nascido e criado na Bahía e com longa experiência na baliza do AC Milan, tinha deixado os relvados há dois anos atrás para se entregar ao descanso, apenas interrompido para uma experiência na baliza do clube italiano, mas na variante de futebol de praia. Ou seja, as coisas seguiam o seu caminho normal. Perdida a titularidade no clube, Dida entregava-se à reforma de maneira pacífica, embora nunca o tenha anunciado oficialmente.
Mas na cabeça do jogador, e na de Candinho, diretor do Portuguesa dos Desportos, outra história se escrevia. A Lusa vive momentos conturbados, já que depois de uma temporada a ser o Barcelona da Série B brasileira, ganhando até o cognome de BarceLusa, a equipa de São Paulo foi despromovida no Estadual, chegando ao início do Brasileirão com um plantel em farrapos. Uma das últimas saídas foi a do guarda-redes campeão da Série B, Weverton, contratado pelo Atlético Paranaense.
Candinho tem andado nas bocas do mundo devido à forma de gerir o plantel. Com saídas de algumas referências, parece não aparecer o dinheiro suficiente para reconstruir uma equipa que pretende alcançar a, assim difícil, manutenção. Mas Candinho, com 67 anos e passagens pelo Corinthians e pela Seleção Brasileira (onde depois de ser assistente de Wanderlei Luxemburgo chegou a liderar a equipa, interinamente, numa partida frente à Venezuela), tirou Dida da cartola.
Como o mesmo disse no momento do anúncio da contratação, as pessoas vão falar que Dida “é velho”. Mas perante outros guarda-redes da mesma idade, como Rogério Ceni, em equipas vizinhas, Candinho sente-se no direito de ter também o seu velhinho. Resta saber como é que o futebol de praia ajudou Dida a manter a forma, visto que a sua estreia é esperada já para as próximas semanas.
Talvez ainda oiçamos Dida cantar, tal como Gilberto Gil, “Olha eu aqui de novo”!
http://planetadofutebol.com/artigos/olha-eu-aqui-de-novo
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