A Itália foi mais forte do que o
esperado, a Espanha ligeiramente mais apática, enquanto a Croácia
ganhou o encontro dos outsiders e se posicionou para importunar os
favoritos. O que acontecerá na segunda jornada?
Itália – Croácia
Cesare Prandelli pode ter encontrado um
antídoto para o tiki-taka (algo que só o futuro poderá clarificar
se é verdade ou não), mas frente à Croácia terá um problema
completamente diferente. O conjunto de Slaven Bilic conjuga força e
técnica em doses equilibradas, tendo derrotado a Rep. Irlanda
magistralmente e mostrando-se agora com ambição de seguir na
competição. Para enfrentar os croatas, Prandelli não precisa de
mudar a sua estrutura. Entre o 3x5x2 e um 4x4x2, poderá bastar que
De Rossi avance um pouco mais no terreno em situações ofensivas. De
resto, a força italiana estará baseada nos raides de Maggio e
Giaccherini, com Motta, Pirlo e Marchisio a serem essenciais na posse
de bola.
Nas linhas recuadas, a Itália terá
que encontrar solução para travar Jelavic e Mandzukic, duas forças
da natureza. Até porque, no meio-campo, os três/quatro italianos
parecem ficar em superioridade numérica (embora talvez não técnica)
em relação a Rakitic, Modric e Perisic. Será ainda importante
perceber a forma como Srna poderá desequilibrar o conjunto
adversário, com as suas subidas pela linha, sobretudo perante um
Giaccherini que não fecha tão bem como um lateral de origem. Será
mais um fabuloso combate tático, num dos grupos mais interessantes a
este nível. Ainda que a Croácia tenha todas as capacidades para
vencer, a Itália entra como favorita, sabendo também que uma
derrota a poderá deixar praticamente fora da competição.
Espanha – Rep. Irlanda
Vicente del Bosque copiou a
fórmula-Barcelona na primeira jornada e não pode dizer que teve
sucesso, não tanto pelo empate frente à Itália, mas pela exibição
descolorida em grande parte do jogo. Assim, o técnico espanhol
deverá voltar à sua estrutura habitual, saindo Fabregas e entrando
Fernando Torres. Nas costas do jogador do Chelsea cairá a
responsabilidade de furar o muro defensivo irlandês, que apenas
resistiu dois minutos no jogo contra a Croácia.
Essa será a grande mágoa de
Trapattoni. Com um onze muito lutador, onde faltam atributos
técnicos, o técnico espera conseguir não sofrer golos, explorando
o avanço adversário com a rapidez de Duff e McGeady. Contra a
Croácia, a equipa não conseguiu isso. Contra a Espanha, as
dificuldades serão bem maiores. Assim, num jogo onde o verde de
esperança fará tudo para continuar na luta deste Europeu, a Espanha
espera conseguir uma goleada que a coloque, de novo, em velocidade de
cruzeiro. Será isso que deverá acontecer, a não ser que a velha
raposa tenha ainda uma vida extra para gastar...
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