sexta-feira, 29 de junho de 2012

Taça CAF – Guia do play-off


Luís Cristóvão antevê os principais encontros do play-off da Taça CAF, equivalente da Liga Europa em África.

São dezasseis equipas em busca de um lugar na fase de grupos da segunda competição do futebol continental de clubes. Oito saídos da segunda eliminatória da CAF, outros oito vindos da Liga dos Campeões, que iniciará na próxima semana a fase de grupos.

O maior destaque vai, sem dúvida, para o Interclube. A equipa angolana consegue uma vez mais afirmar-se no espaço africano, depois de no ano passado ter atingido as meias-finais da prova. Depois de ter começado a época sob o comando de António Caldas, segue agora com Bernardino Pedroto. O treinador português tem vindo a recuperar a equipa no Girabola, mas a maior ambição está agora na Taça CAF.


Entre as figuras da equipa de Pedroto, está o avançado internacional angolano, Manucho Barros, e o extremo cabo-verdiano Alex. Com o seu posicionamento e velocidade, os dois jogadores têm sido dos mais complicados de parar na equipa luandense. Com Hernâni, um lateral direito com muita experiência nas divisões secundárias portuguesas, a mostrar ser uma boa arma defensiva, será o regresso de Minguito, que esteve de fora na última partida, quem poderá potenciar ainda mais a equipa de Pedroto.

A equipa do Dynamos, do Zimbabué, foi eliminada da Liga dos Campeões pelo Esperance Tunis, com uma pesada derrota. Algo que nos faz acreditar que o Interclube poderá enfrentar confiante esta eliminatória.

Velhos conhecidos

Mas Fès e Club Africain, finalistas da temporada passada, voltam a estar entre os favoritos ao título de 2012. Os marroquinos venceram a Supertaça Africana e só o “azar” de enfrentar o Zamalek os fez sair da rota da Champions. O avançado Abourazzouk continua a ser a sua grande arma ofensiva, com capacidade para marcar (e muito) em qualquer jogo. No play-off vão enfrentar os AC Leopards, do Congo, cujo grande feito da temporada foi terem eliminado os tunisinos do Sfaxien.

Já o Club Africain tem uma dívida para consigo próprio. Depois de ter perdido na final, esperará não deixar fugir uma nova oportunidade. A equipa tem-se revelado dominadora na Taça CAF e apresenta no internacional Dhaouadi a sua grande estrela. No entanto, o homem golo nasceu no Chade. N'douassel é uma força da natureza cuja capacidade de marcar golos é dificilmente parada. Frente aos jovens malianos do Djoliba, os tunisinos não deverão encontrar dificuldades.

Haverá surpresas?

Entre históricos africanos, como o Stade Malien ou o Cotonsport, ou equipas quase desconhecidas das andanças internacionais, como os Black Leopards da África do Sul (quase foram despromovidos na liga nacional), a surpresa poderá vir do Sudão. A par do Mali e Marrocos, países com mais tradição, os sudaneses têm três equipas a lutar por um lugar nos grupos da Taça CAF. O crescimento do futebol local tem revelado grandes surpresas e um título continental é uma aspiração legítima para os sudaneses.

O Al Hilal, que lidera o campeonato local, é o principal candidato a fazer boa figura. Com dois avançados que têm vindo a mostrar-se a nível continental, Mudather El Tahir e Muhannad Tahir, a equipa da capital enfrenta o Olympique de Bamako. A juventude dos conjuntos malianos pode prometer o aparecimento de alguns craques a caminho da Europa, mas complica o sucesso desportivo nesta competição.

Os jogos da primeira mão disputam-se este fim de semana, com a segunda mão a disputar-se daqui a duas semanas. Desde 2005 que os vencedores saíram, todos, do Magrebe. Será este ano que voltaremos a ter um campeão da África Negra?

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