Luís Cristóvão antevê os principais
encontros do play-off da Taça CAF, equivalente da Liga Europa em
África.
São dezasseis equipas em busca de um
lugar na fase de grupos da segunda competição do futebol
continental de clubes. Oito saídos da segunda eliminatória da CAF,
outros oito vindos da Liga dos Campeões, que iniciará na próxima
semana a fase de grupos.
O maior destaque vai, sem dúvida, para
o Interclube. A equipa angolana consegue uma vez mais afirmar-se no
espaço africano, depois de no ano passado ter atingido as
meias-finais da prova. Depois de ter começado a época sob o comando
de António Caldas, segue agora com Bernardino Pedroto. O treinador
português tem vindo a recuperar a equipa no Girabola, mas a maior
ambição está agora na Taça CAF.
Entre as figuras da equipa de Pedroto,
está o avançado internacional angolano, Manucho Barros, e o extremo
cabo-verdiano Alex. Com o seu posicionamento e velocidade, os dois
jogadores têm sido dos mais complicados de parar na equipa
luandense. Com Hernâni, um lateral direito com muita experiência
nas divisões secundárias portuguesas, a mostrar ser uma boa arma
defensiva, será o regresso de Minguito, que esteve de fora na última
partida, quem poderá potenciar ainda mais a equipa de Pedroto.
A equipa do Dynamos, do Zimbabué, foi
eliminada da Liga dos Campeões pelo Esperance Tunis, com uma pesada
derrota. Algo que nos faz acreditar que o Interclube poderá
enfrentar confiante esta eliminatória.
Velhos conhecidos
Mas Fès e Club Africain, finalistas da
temporada passada, voltam a estar entre os favoritos ao título de
2012. Os marroquinos venceram a Supertaça Africana e só o “azar”
de enfrentar o Zamalek os fez sair da rota da Champions. O avançado
Abourazzouk continua a ser a sua grande arma ofensiva, com capacidade
para marcar (e muito) em qualquer jogo. No play-off vão enfrentar os
AC Leopards, do Congo, cujo grande feito da temporada foi terem
eliminado os tunisinos do Sfaxien.
Já o Club Africain tem uma dívida
para consigo próprio. Depois de ter perdido na final, esperará não
deixar fugir uma nova oportunidade. A equipa tem-se revelado
dominadora na Taça CAF e apresenta no internacional Dhaouadi a sua
grande estrela. No entanto, o homem golo nasceu no Chade. N'douassel
é uma força da natureza cuja capacidade de marcar golos é
dificilmente parada. Frente aos jovens malianos do Djoliba, os
tunisinos não deverão encontrar dificuldades.
Haverá surpresas?
Entre históricos africanos, como o
Stade Malien ou o Cotonsport, ou equipas quase desconhecidas das
andanças internacionais, como os Black Leopards da África do Sul
(quase foram despromovidos na liga nacional), a surpresa poderá vir
do Sudão. A par do Mali e Marrocos, países com mais tradição, os
sudaneses têm três equipas a lutar por um lugar nos grupos da Taça
CAF. O crescimento do futebol local tem revelado grandes surpresas e
um título continental é uma aspiração legítima para os
sudaneses.
O Al Hilal, que lidera o campeonato
local, é o principal candidato a fazer boa figura. Com dois
avançados que têm vindo a mostrar-se a nível continental, Mudather
El Tahir e Muhannad Tahir, a equipa da capital enfrenta o Olympique
de Bamako. A juventude dos conjuntos malianos pode prometer o
aparecimento de alguns craques a caminho da Europa, mas complica o
sucesso desportivo nesta competição.
Os jogos da primeira mão disputam-se
este fim de semana, com a segunda mão a disputar-se daqui a duas
semanas. Desde 2005 que os vencedores saíram, todos, do Magrebe.
Será este ano que voltaremos a ter um campeão da África Negra?
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